terça-feira, 3 de março de 2015

Capítulo 27: “Queria pedir para Jesus tomar conta do mano que está no céu e que ponha a mãmã boa”



-Pedro! – Repreendeu a irmã. –Achas que isso se diz?

-Mana, quem diz a verdade não merece castigo! – Fábio e Rita não aguentaram o riso ao ouvir a resposta do pequeno. –Estás a ver? Tu e o Fábio riram-se, não disse mal nenhum!

-Já tens uma sobrinha, Pedrito! A Di ainda é muito pequenina para ter um primo e além do mais eu e o Fábio não namoramos!

-E porque não namoram? Eu vi-vos a darem um beijinho!

-As coisas não funcionam assim Pedrito, tu sabes isso.

-Não, não percebo porque é que não namoram se vocês gostam um do outro!

-Daqui a uns tempos seremos namorados, prometo! – Fábio e Rita sorriram com aquela resposta que ela lhe dera, Fábio não a iria pressionar, o tempo iria tratar de os uni-los com aquela relação ainda mais especial.

-Mana, o Fábio não te vai fazer chorar como o Tiago, acredita em mim! O Fábio gosta mesmo muito de ti, ele no outro dia disse-me ao ouvido!

-A sério meu bem? – Baixou-se e fez uma festa ao irmão. –Nessa altura devias ter respondido ao ouvido dele que o sentimento é recíproco.

-O que é que isso quer dizer mana?

-Recíproco quer dizer igual, portanto quer dizer que também gosto muito dele.

-Está bem! Vejam lá se se despacham a vestir, sem mais beijos!- Dito isto saiu do quarto, dando mais privacidade ao futuro casal.

-Ia adorar ter o teu irmão como cunhado! - Disse Fábio, abraçando Rita.

-Pode ser que esse dia esteja mais perto do que pensas, meu bem! – Deu-lhe um beijo sentido nos lábios. –Mas... Quero ser pedida em namoro de uma forma muito especial, não quero flores, nem ursos, mas sim um pacote de gomas!

-Tu sabes bem que eu não aguento muito tempo com um pacote de gomas comigo!

-“É melhor não duvidar,

Vou-te fazer mudar,
Uma chance me dá,
Comigo tu vais ficar” Cantou Rita bem próxima do ouvido de Fábio e fê-lo sorrir.


-“Miuda, tu és linda,

Ninguém vai contrariar,
E você já sabe,
Não precisa de falar” – Respondeu também ele com a letra da canção.


-Tens sempre resposta na ponta da língua Fábio Rafael! Eu a cantar-te uma serenata e tu cantas depois, contigo não dá! – Virou-lhe costas e cruzou os braços sobre o peito.

-Dá-me só um segundo meu bem! – Rita virou-se novamente para ele, Fábio pegou no telemóvel e colocou uma música.

-“Sabes que és o meu amor, hmm

Não mudes nada baby, fica assim pra mim por favor
(...)
-“My baby tu sabes
Que apesar de não seres a mais bonita
Sabes
Não te trocarei por outra mulher
Sabes
Existem qualidades que você tem
Que as outras não compreendem, porque elas não sabem que
Não és diamante mas brilhas em mim
Se depender de mim nunca teremos fim
Porque eu te amo

Bem do jeito que você é
I love you baby
I love you that way
Então não mude nada porque eu te amo, assim”


Fábio cantara toda aquela canção a Rita e ela delirava a cada instante mais e mais, ele estava a cantar-lhe uma serenata, apesar de nunca ter imaginado que fosse uma música assim ou que tivesse apenas em fato de banho, as questões eram questionáveis mas não tornava o momento menos mágico. Ela beijara-o com intensidade, com amor, com carinho, com surpresa, com entusiasmo.. Ela adorava aquele rapaz de um metro e oitenta e sete centímetros com olhos como os seus, castanhos claros. Com tamanha intensidade dos beijos e com algum desastre à mistura, acabaram por cair para cima da cama, mas continuavam a beijarem-se.

-Meninos. – Disse Teresa entrando para o quarto. –Desculpem, eu volto mais tarde. – Disse, encostando a porta do quarto, saindo. Rapidamente ambos se sentaram na cama, separando-se.

-Deixa-te estar mãe, entra.

-De certeza? Não quero ver cenas impróprias!

-Não vês, descansa mãe!

-Deixem-se estar, só vinha perguntar se já estão prontos.. - Disse espreitando para o interior do quarto.

-Deixa só a Ritinha vestir-se.

-Se quiseres eu e o Pedrinho vamos andando para a praia e vocês depois vão lá ter...

-Esperem por nós na sala, não vamos demorar.

-Não se demorem!
Rita correu até ao armário numa tentativa de se afastar da vergonha que sentia e de escondê-lo de Fábio, procurou alguma roupa para vestir, tentando cobrir o corpo e não olhando para ele.

-Amor, não precisas de ficar tão envergonhada. É uma coisa natural!

-Não.. Acredita que para mim não o é.

-Não acredito que os teus pais não desconfiassem que tu e o Tiago o tivessem feito.

-Eles até podem ter desconfiado – Disse enquanto vestia a t-shirt. –Mas quando acabamos eu acabei por lhes contar a verdade.

-E qual era a verdade?

-Eu e o Tiago nunca fizemos amor. Sou virgem.

-O quê?! – Perguntou claramente chocado e admirado com o que acabara de ouvir.

-Ouviste bem. – Exclamou sorrindo e terminando de se vestir. –Sou virgem.

-Mas vocês namoraram ano e meio...

-Sim, eu sei. – Sorriu. –Mas não me sentia preparada. E o Tiago disse que estava disposto a esperar, pelos vistos não foi bem assim.

-Então era por isso mesmo que tinhas tão a certeza que não estavas grávida...

-Sim... Só que não queria contar-te realmente o que aconteceu, porque achei cedo.

-Não imagino o quanto te custou quando viste o Tiago... – Fábio hesitou, não sabia como abordar aquele tema e sentia que provavelmente não o deveria ter feito.

-Com a Adriana. – Completou Rita. –Mas senão fosse ele, não te tinha conhecido a ti. – Sentou-se ao colo dele e pousou a cabeça sobre o seu ombro. –Não te importas de esperar até me sentir preparada?

-Amor, eu esperava por ti uma vida inteira se fosse preciso. – Deu-lhe um beijo na testa. – Depois quando começarmos não queres outra coisa! – Sorriram.

-Sim, mas temos de ter juízo, só quero ser mãe depois de ir para a faculdade. – Trocaram alguns mimos. –Mas agora é melhor ir andando que senão a tua mãe pensa mesmo que tivemos a fazer-lhe um netinho! – Trocaram mais um beijo e sairam do quarto, pegaram nas toalhas e foram em direção a casa de Pedro, que já os esperava.

O almoço, no Mc’Donalds, local escolhido pelo elemento mais novo, acabou por proporcionar momentos muito divertidos entre todos, e em quase todos estava presente o pequenino Pedrito, que ingenuinamente os divertia, com brincadeiras típicas. Mas também era importante a relação de Fábio e Pedro, Rita sentia que eles faziam um esforço para se relacionar... Não era por ela e pelo irmão, mas sim por vontade própria. Eles queriam tentar voltar a ser amigos e isso fazia-a feliz, não queria (voltar) a escolher entre ambos.

-Pedro. – Disse Rita e ambos olharam. –Pedrito. – Concluiu. –Queres comer gelado?

-Não mana. Só quero ir para a praia.

Momentos como aqueles eram natural acontecerem, a confusão de nomes entre ambos proporcionava alguns momentos de diversão, por isso combinaram que o mais novo seria tratado pela abreviatura Pedrito e o mais velho seria apenas Pedro. Quando chegaram à praia pousaram a toalha na areia e enquanto Teresa foi até ao café mais próximo comprar água fresca, Pedrito correu até à água e Fábio seguiu-o, Pedro e Rita ficaram na toalha.

-Conheci alguém. – Disse Pedro interrompendo o silêncio. –Não te esqueci, mas estou a fazê-lo e vou ser feliz como tu és com o Fábio.

-Fala-me dessa rapariga. – Pediu ela. –Eu e o Fábio somos felizes juntos, mas ainda não somos namorados.

-Porquê?

-Além de não ter havido pedido ofical. – Anunciou sorrindo. –Preciso de mudar para entrar numa relação séria. Ele já mudou, agora é a minha vez.

-Não precisas de mudar, precisas de confiar mais em ti. O que o Tiago te fez te magoou-te muito, eu sei, mas o Fábio não te faria isso, ele ama-te, ao contrário do Tiago.

-Também pensava ter mudado o Tiago e afinal só me desiludi, tenho simplesmente medo que volte a acontecer.

-Talvez aconteça, talvez não, tens de arriscar. – Respondeu tranquilo. –Confia em ti mesma e no teu instinto.

-Obrigada. – Cruzou os dedos com os dele. –Não te importas que vá lá dar-lhe um beijo? Mas quando voltar irás contar-me tudo sobre essa tua nova amiga.

-Vai! – Ela levantou-se e correu em direção a Fábio, prendeu as suas pernas no tronco de Fábio e beijou-o fugazmente.

-Posso saber o porquê deste beijo? – Disse quando separaram os lábios.

-Poder, podes. Mas não preferes desfrutar de outro? – Não precisou de mais nenhuma resposta, ele beijou-a com romance e com carinho, mas também felicidade no seu estado mais puro. –Isto é tudo amor?

-É amor, carinho, atenção, respeito, mas acima de tudo, confiança. Eu confio em ti. – Encostou os seus lábios aos dele, um beijo rápido. –Adoras-me?

-Adoro-te! – Agarrou-a nas costas e repetiu o beijo curto de há pouco. Enquanto se beijavam, ele correu com Rita ao colo até entrarem na água.

-Não acredito no que me acabaste de fazer Fábio Rafael! – Disse pousando os pés na areia que delimitava o fundo do mar.

-Mana! – Gritou Pedrito fora de água. –Vou chamar o Pedro! Posso ir para a água?

-Sim, mas só se vieres com o Pedro, ou então com a dona Teresa.

Enquanto aguardavam, Fábio e Rita aproveitaram para trocar mais uns mimos.

-Sabes uma coisa? – Perguntou Rita, surpreendendo Fábio.

-O quê, meu bem?

-És, exatamente aquilo que preciso! – Cruzou os dedos e sorriu-lhe.

-Mana! – Disse o pequeno Pedrito entrando na água e nadando até próximo da irmã. –Acho que o mano ia gostar do Fábio!

-Tens as bóias nos braços mas achas que devias ter saído assim de ao pé do Pedro? – Agarrou no irmão e pô-lo ao seu colo. –Já viste a aflição em que deixaste o rapaz?

-Não te preocupes que eu disse-lhe para vir que eu vinha logo atrás. – Respondeu Pedro (o mais velho) pegando no mais pequenito. –O teu irmão precisa que lhe dêm espaço e transmitam confiança, ele é muito desenrascado e inteligente.

-Mana, já sou crescido! – Saiu do colo de Pedro e nadou próximo deles durante uns segundos.

-Pedro, eu sei que já és crescido mas para mim serás sempre pequenino!

-Para mim também serás sempre pequenina, menos quando tiveres um bebé na barriga! – Respondeu rapidamente o pequenino. –Mana, a mãe do Fábio, não quer vir para a água podemos ir para ao pé dela?

-Claro meu bem! – Sorriu respondendo. –Queres que te pegue ao colo ou vamos a nadar?

-Quero ir a nadar, mas quero que o Fábio vá comigo, tu vais para a toalha com o Pedro. – Rita acenou, positivamente para o irmão e foi andado para a toalha com Pedro.

-Como se chama a tua amiga? – Perguntou Rita enquanto se sentava na areia à beira-mar.

-Marta. Acho que ias adorar conhecê-la.

-Tenho a certeza que sim. E o que é que vocês têm?

-Ainda nos estamos a conhecer mas estou muito interessado. Ela é simplesmente fantástica. – A felicidade de Pedro a falar nela era simplesmente notória, o sorriso de orelha a orelha e o brilho no olhar falavam por si.

-Estás apanhadinho. – Confessou ela, também sorridente, o amigo merecia ser feliz e ela ficava feliz por vê-lo feliz também.

-Oh mana, não me viste a nadar! – Disse o Pedro mais pequenino, sentando ao colo da irmã. – O Fábio diz que nado bem!

-Eu vi, meu bem! Nadaste muito bem! – Deu-lhe um beijo na bochecha orgulhosa. Fábio aproximou-se deles e deu a mão a Rita e começaram a caminhar até à mãe do mais velho. –E porque não vais fazer-lhe uma surpresa?

-Achas que ela ia gostar?

-Todas as mulheres gostam de surpresas e a Marta não deve ser excepção!

-Que é que lhe compro?

-Talvez um ramo de flores, seja uma boa ideia. – Sugeriu Fábio.

-Obrigada. – Secou o corpo com a toalha, vestiu-se rapidamente, despediu-se de todos e foi até ao carro. Iria surpreender Marta e estava feliz por isso, iria lutar pela sua felicidade ao lado de quem gostava. Não esquecera completamente Rita, já o assumira, mas iria esquecê-la por completo e tentar compreender o que tanto o ligava a Marta.

-Onde é que ele foi? – Perguntou Teresa, surpreendida com a despedida repentina de Pedro.

-Arranjar uma namorada. – Fábio sorriu, mas nada disse, nem iria dizer. Estava feliz porque já não sentia pressão em disputar Rita, iria amá-la e ela iria apenas concentrar-se no amor que sentia por ela. No fundo, ele tinha medo que ela percebesse que arranjava melhor que ele e apenas desistisse do amor que os unia. –E tu menino Fábio, podes-te rir à vontade, que já tens o caminho livre para me amar. – Deu-lhe um beijo no nariz.

-Dona Teresa quer ir connosco à água? – Perguntou Pedrito animado.

-Acho que vou contigo à água para deixarmos a tua mana e meu filho a namorarem. – Deu a mão ao mais pequenino e foram em direção ao mar. Rita sentou-se entre as pernas de Fábio e sentiu o seu corpo ser rodeados pelos grandes e fortes braços do seu amado.

-O Pedro ainda gosta de mim. – Fábio sentiu o coração apertar-se. –Mas está a esquecer-me mas conheceu uma rapariga e está a apaixonar-se.

-Só tenho medo que percebas que arranjas melhor que eu e que saias da minha vida, de repente, como entraste.

-Não vai acontecer. – Olhou para ele. –Nem com o Pedro nem com mais ninguém, porque ninguém me merece como eu te mereço a ti, vale? – Desta vez foi ela que o beijou fugazmente. Sabia bem a Fábio ouvi-las, mas também senti-las, o sentimento era recíproco.

(Mais tarde)
Já haviam saído da praia e tomado banho, o jantar estava pronto e na mesa.

-Bem meninos, visto que já têm a comidinha pronta, eu vou indo...

-Jante pelo menos connosco, dona Teresa. – Convidou Rita.

-É melhor ir andado querida, como qualquer coisa pelo caminho e assim o teu pai não fica acordado à minha espera.

-Queres levar uma sandes ou qualquer coisa para comer no caminho?

-Deixa-te estar. – Caminhou até à porta de casa enquanto todos a acompanhavam. Baixou-se para se despedir de Pedrito. –Gostei muito de te conhecer, pequeno.

-Também gostei muito de si, mãe do Fábio! – Teresa sorriu, aquele menino além de ser um excelente menino estava a ter uma educação repreensível da parte dos seus pais como também do apoio da irmã.

-Gostei muito de te conhecer minha querida. –Deu dois beijos a Rita e sussurou-lhe ao ouvido. –Toma bem conta do meu filho, ele pode ter alguns defeitos mas é um excelente rapaz.

-O prazer de a conhecer foi todo meu. – Deu-lhe dois beijos à sua futura sogra. –E esteja descansada que irei tomar conta do seu filho.

-E tu meu pequeno que nunca irá crescer, para mim. – Deu um beijo na bochecha do filho. –Quero que também tomes bem conta da Rita, nunca é tarde para levares umas boas palmas nesse rabo!

-Não te preocupes que também te ligo todos os dias! –Respondeu enquanto começava a encostar a porta depois da saída da sua mãe.

-Senão o fizer eu mando-lhe uma mensagem! – Respondeu Rita depois de Fábio fechar a porta e dirigindo-se para a mesa da cozinha onde iriam jantar.

-Mas tu tens o número da minha mãe?

-Pois é, meu amigo, não és só tu que tens o número dos meus pais.

Depois de jantarem, Pedrito sentiu o corpo fraquejar.

-Mana, posso ir para a cama?

-Vamos para nossa casa então amor?

-Tenho um quarto livre, podem cá passar a noite, se quiserem. – Sugeriu Fábio. –Como sabes, quando comecei a vir jogar para o Benfica, os meus pais compraram esta casa e eu durmo no quarto que era dos meus pais e o que era meu está disponível.

-Mana, eu quero lá dormir!

-E vais dormir com o quê vestido?

-Mana, já estou de pijama. – Respondeu Pedrito, que havia tomado banho na casa de Fábio, com ele, enquanto Rita fora a sua casa tomar banho e trouxera-lhe um pijama para ele vestir. –Tu e o Fábio podem ficar a fazer-me companhia até adormecer?

-Claro. Depois arrumamos a cozinha. – Respondeu Fábio, em vez de Rita. –Acho que ainda tenho uma história qualquer para te ler, se quiseres.

-Deixa estar Fábio, sabes rezar?

Tanto Fábio como Rita ficaram surpreendidos por aquela pergunta. Pedro sabia rezar apenas o Pai Nosso, porque a irmã lhe ensinara com 4 anos, mas nunca tinha sido hábito fazê-lo.

-Sei, porquê?

-Queria pedir para Jesus tomar conta do mano que está no céu e que ponha a mãmã boa. – Rita ficou claramente surpreendida e com uma lágrima no canto do olho. O irmão era um poço de surpresas, positivas. A sua maior preocupação não era pedir para ficar bem, mas sim para que o irmão vivesse em paz no céu e que a mãe ficasse inteiramente saudável e bem.
Os três foram até à beira da cama e colocaram-se de joelhos, benzeram-se e rezaram o pai nosso, seguido de uma prece espontânea do pequenino:

-Querido Jesus, sei que me estás a ouvir. A mana disse que ouvias toda a gente quando rezamos. – Fábio espreitou pelo canto do olho para Rita, que assim como Pedro mantinha os olhos fechados e ele imitou o gesto. –Tentei portar-me bem, mas às vezes é difícil. Mas eu prometo que me porto, se puseres a mãmã boa e se fizeres com que o meu mano mais pequenino fique perto de ti no céu, feliz e a olhar por nós, como tu, pode ser? – Durante alguns segundos o silêncio instalou-se. –Prometo. – Repetiu Pedrito. –Apesar de não te ver gosto muito de ti, Jesus! – Olharam para Pedrito que deu por terminada a oração e benzeram-se. Deitou-se e depois de aguardarem alguns minutos, acabou por adormecer. Sairam do quarto e encostaram a porta para ficarem mais à vontade e foram até à cozinha onde a arrumaram.

-O teu irmão Pedro é um anjo.

-É verdade. Ele surpreendeu-me muito hoje!

-Apesar de não o conhecer tão bem como tu, também fiquei surpreendido. Ele reagiu bastante bem à morte do irmão.
-Fábio, não precisas de te fazer de forte. – Desta vez foi Rita que surpreendeu Fábio. –Tu podes não o ter demonstrado, mas tanto eu como a tua mãe, reparamos que tu estás com vontade de chorar, e que por dentro estás de rastos. – Fábio gelou, seria assim tão transparente para as mulheres que marcaram a sua vida até então?
Correu até aos braços dela e abraçou-a.

-Estou bem, a sério que sim.

-Fábio, vamos para a cama e falamos mais à vontade. – Deitaram sobre a cama, um de frente para o outro e Fábio pousara-lhe a mão ao fundo das costas enquanto ela pousara a mão sobre o peito dele.

-É verdade que estou de rastos, mas isto passa. Simplesmente nunca tinha sentido na pele a morte de ninguém, é apenas isto. – Confessou, apesar de saber que não era assim tão delinear como dizia.

-Fábio, podes chorar junto a mim. – Ele encostou a cabeça na barriga dela e fazia tudo para se sentir forte mas no fundo sabia que a qualquer momento iria desabar o muro que contruira em seu redor.

-Tu é que perdeste um irmão... – Repreendeu-se. –Devias ser tu a desabafar comigo.

-Tenho uma forma muito peculiar de lidar com as mortes, não te preocupes. – Respondeu Rita e sabia que no fundo era verdade. – Pode parecer egoísmo, frieza e tudo o que quiseres chamar, mas para mim o meu irmão está no céu, em paz, eu, sim estou no inferno da Terra onde as pessoas são terríveis.
-És uma mulher incrível e apaixonante sabias? – Olhou-a nos olhos. –Não me irias mentir, eu confio em ti. – Cruzou as mãos com as dela e sentiu-se desanimar ainda mais, mas tentando ter forças por Rita.

-Podes chorar nos meus braços Fábio... Confia e desabafa comigo, meu amor. –Pediu.

Será que Fábio vai desabafar ao pé de Rita?

Será que Rita irá ser o apoio necessário? Será que as preces de Pedrito serão ouvidas?

3 comentários:

  1. Olá

    Adorei! Adorei! Adorei ! O Pedrito é um amor e Jesus vai ouvi-lo e fazer com que o mano dele fique a olhar por todos eles lá é cima e o Fábio vai desabafar com a Rita e ela vai conseguir com que ele se sinta um pouco melhor em ralação á morte do bebé. O Fábio e a Rita fazem um casal maravilhoso, vê lá se metes os dois a namorar, mas deixa os filhos para mais tarde xD

    Quero o próximo !


    Beijinhos


    Catarina

    ResponderEliminar
  2. Escreve mais...
    Muito mais...
    Quero mais
    Quero mais
    Quero mais
    QUERO MUITO MAIS! xD

    Fico à espera do próximo :P
    Besos
    Rita Bonito

    ResponderEliminar
  3. Olá!
    Então a Rita é virgem? Ok, tu tinhas me revelado algo sobre isto mas eu não conectei muito bem! Agora é que está a assentar!
    E esta tarde foi surpreendente. Realmente o Pedro Jr está a ter muita coragem para lidar com algo que deve ser realmente difícil de perceber para uma criança.
    E é bom saber que o Pedro Sénior também se está a orientar!
    Veremos o que sai daqui. Uma coisa relativa à virgindade da Rita já me contaste e confesso que estou curiosa para ler essa cena.
    Espero o próximo!

    Beso
    Ana Santos

    ResponderEliminar