-Eu
confio em ti princesa, mas não consigo expressar tudo o que sinto,
contigo. Tu é que perdeste um irmão, e tens aguentado este barco
sozinha, sem demonstrar pressão ou dificuldade, deveria ser eu a
oferecer-te os meus braços para chorares nele.
-Fábio,
apesar de ter uma irmã mais velha, desde muito pequenina, que tenho
um sentido de responsabilidade muito atento, principalmente desde que
o Pedrito nasceu, por isso sei bem lidar com a pressão de aguentar
tudo isto sozinha, além do mais, neste momento não tenho vontade de
chorar, nem de falar sobre a morte precoce do meu irmão, quero
apenas ouvir-te desabafar e oferecer-te os meus braços como porto
seguro, como tu, muitas vezes, foste o meu. – Fábio encostou a
sua cabeça à barriga de Rita e ela fez-lhe uma pequena festa na sua
face e foi quanto baste para irromper em lágrimas.
Cada
segundo que passara a ouvir Fábio a chorar, fazia com que Rita
senti-se o seu coração a apertar-se e a apertar-se, cada vez mais,
e o sentimento de impotência dela apoderava-se, mas nada poderia
fazer para o combater, o seu grande companheiro e amigo chorava a
morte de alguém que ela também amava, mas suportava a dor de uma
forma diferente. A dor de Fábio era horrível e como era a primeira
vez que a sentia não sabia como lidar bem com ela.
-O
meu coração está apertado só de te ver assim. – Sussurrou
Rita baixinho, tentando, sempre, limpar as lágrimas que corriam por
aquelas bochechas e pareciam duplicar-se cada vez mais e a um ritmo
cada vez mais rápido, mas limpava as lágrimas sempre que lhe
escorriam pelas bochechas, tentando suavizar a dor dele e acalmar-se.
-Sei que tudo o que te possa dizer não vai suavizar a tua dor,
mas o meu irmã está agora em paz.
Fábio
sentia-se, um pouco, mais calmo, ao lado de Rita, e com o tempo
aquela pouca sensação de calma superou o sentimento de dor.
-Desculpa.
– Murmurou Fábio. – Eras tu que deverias chorar nos meus
braços, nunca eu nos teus.
-Amor.
– Pegou na cabça de Fábio e colocou-o na almofada, à sua
frente, olhando-o nos olhos e viu-o sorrir. – Além de
namorados, somos amigos e podemos chorar e desabafar um com o outro
em qualquer altura, estamos a apoiar-nos em conjunto.
-Nós...
Nós somos namorados? – Perguntou admirado.
-Só
falta o pedido. – Disse sorrindo para Fábio e ele retribuira.
-Queres
namorar comigo?
-Quero
muito, meu bem! – Rita tomou a iniciativa e beijou-o. –Este
foi o melhor beijo da minha vida.
-E
o meu também. - Ambos partilharam um sorriso de orelha a
orelha. – Desculpa mas não tenho nenhum pacote de gomas para te
dar, de momento.
-Assim
começamos com o pé esquerdo. – Virou-se de costas para ele,
de braços cruzando, simulando estar chateada.
-Senhora
Cardoso. – Disse pousando a cabeça sobre a de Rita, e a mão
pousada sobre a sua barriga. –Peço desculpa por não ter um
pacote de gomas, mas tenho um gelado de gomas no congelador, se
quiseres.
-Sabes
o que quero? – Voltou-se e voltaram à posição original,
frente a frente, - Quero sentir os teus lábios nos meus, agora.
Fábio
beijou Rita com saudade, com carinho e com amor. Ela deitou-se de
barriga para cima e ele estava de gatas sobre ela, mas nunca largando
os lábios da sua namorada, as mãos dela agarravam o cabelo dele.
-Bé.
– Disse Fábio entre beijos. – Queres gelado?
-Estamos
aqui tão bem, deixa-te estar. – Disse puxando-o mais para
junto dos seus lábios, tentando beijá-lo.
-Tenho
medo da carga emocional deste momento. Ainda é cedo... Não estás
preparada.
-Coisa
boa. – Disse pousando as mãos sobre as bochechas dele. –Não
aconteceu com o Tiago porque, além de não estar preparada, a vida
não fez com que acontecesse, as coisas acontecem quando tiverem de
acontecer. Não o vais pressionar e eu também não.
-A
nossa relação precisa de desenvolver para o fazermos, é um momento
muito especial, aliás é um momento único e inesquecível. Não
quero que te arrependas de o teres feito comigo e que fiques com más
memórias.
-Fábio.
– Passou a mão sobre a bochecha esquerda dele. – Não
posso dizer que te adoro, o sentimento é mais forte que isso, posso
dizer apenas que és alguém que eu gosto mesmo muito e eu quero
fazê-lo contigo, podes acreditar. Não tenho a certeza se tudo vai
correr bem e vou perceber tudo aquilo que dizem logo da primeira vez
que o façamos, mas estou disposta a dar-te essa experiência, estou
disposta a confiar em ti a esse nível, porque mesmo que esta relação
algum dia não resulte, sei que vai continuar a existir uma grande
amizade entre nós.
-Podes
ter a certeza! – Fábio deu-lhe um beijo na testa. –Eu
gosto um milhão de ti sabias?
-Gosto de ti dois bilhões.
-Não
gostas mais de mim, que eu de ti. – Deu-lhe um beijo rápido
nos lábios. –Amanhã vamos ver a tua mãe, a primeira visita
enquanto ela oficialmente minha sogra?
-Sim,
quero ir visitá-la. Falei há pouco com o meu pai e ela depois de
amanhã deve ter alta. Vais ter comigo à escola e depois vamos
buscar o Pedrito e vamos ver a minha mãe?
-Amanhã
vais à escola?
-Sim,
é importante para o meu irmão voltar à realidade e tentar
abstrair-se de tudo e eu não posso faltar mais, tenho vindo a perder
matéria.
-Acho
que devias ficar mais um dia ou dois em casa, para descansares a
cabeça e para te sentires com mais força para voltares ao mundo
real.
-Mas
não posso perder mais matéria.
-Depois
podes pedir os apontamentos às tuas colegas, precisas de descansar.
-Mas
não me faz bem ficar em casa, faz-me pensar mais no assunto e aí
sim, acuso a pressão e a culpa.
-Não
podes, nem deves sentir culpa. Tu não tiveste culpa de nada, tudo
aconteceu porque tinha de acontecer, foste tu que me ensinaste isso.
– Rita sorriu, agora era ele a animá-la e a apoiá-la.
-Talvez
se eu tivesse pedido à minha mãe para esperar um pouco mais por
mim, talvez se eu lhe tivesse ligado antes dela descer as escadas,
ela estaria a dormir e o bebé estaria entre nós.
-Princesa.
– Rita tinha a cabeça pousada sobre o peito de Fábio e ele
apertou-a nos seus braços. –Não tens culpa de nada, não tens
de te sentir assim, aconteceu porque tinha de acontecer, nada o podia
fazer, ou travar. O Bernardo ou a Clarinha estão em paz, a olhar por
ti no céu, e a tua mãe está bem, está sem dores.
-Obrigada.
– Deu-lhe um beijo na bochecha. –Obrigada por tudo, por
tudo mesmo. Gosto tanto de ti. – Cruzou os seus dedos com os de
Fábio.
-Adoro-te
minha pequena. – Beijaram-se, aquele era um beijo romântico e
espontâneo, o sentimento que os unia era forte e crescia cada dia
mais, além de amigos, eram namorados, e já passaram juntos momentos
realmente bons, juntos, Fábio aconchegou-a entre os seus braços e
ela deu-lhe um beijo sobre o peito, pousou a cabeça ao lado e
adormeceram, aconchegados.
-Bom
dia, meu amor! – Rita abriu os olhos, e sentiu-se acordar da
melhor forma possível. Haveria algo melhor do que acordar ao lado de
quem se gosta tanto?
-Bom
dia, meu bem! – Respondeu sorrindo, e deu-lhe um curto beijo
nos lábios.
-Já
estás acordado há muito? – Fábio sentou-se na cama e Rita
sentou-se ao seu colo, de frente para ele e pousando as mãos sobre
as bochechas dele.
-Não.
Acordei à questão de minutos, só que estavas tão linda a dormir
que fiquei a admirar-te!
-Andas
a perseguir-me, menino Fábio? Que stalkear! – Queixou-se.
-Ando
a stalkear uma princesa mesmo linda, acho que a minha namorada não
vai gostar de saber. – Colocou a língua de fora, provocando
Rita, que o beijou. –Sabes que amo os teus beijos não sabes? –
Rita não se deixou calar, e beijou mais uma vez e quando separaram
os lábios, ela mordeu-lhe os lábios.
-Rita...
– Fábio tinha vontade de beijá-la, de acaricia-la, e de
chamá-la de sua, de uma forma que sabia que não poderia fazer, e
Rita não precisou de palavras para entender.
-Desculpa.
– Pediu sentando-se numa ponta da cama, afastando-se o mais que
podia dele.
Fábio
aproximou-se dela e deu-lhe um beijo na testa.
-Sei
que não fizeste de propósito e acredita que eu também não. –
Rita não se sentia nada cómoda a falar daquela situação e Fábio
não sabia como o abordar. –Eu consigo controlar o que faço ou
deixo de fazer, mas não consigo controlar a minha mente, que o faz
erguer-se. Mas desculpa, vou tentar controlar isto.
-Amor.
– Sentou-se ao lado dele e olhou-o. –Sei que tens
necessidades e acredita que as posso satisfazer, dá-me apenas uns
dias para me mentalizar que... – Fábio colocou os dedos sobre
os lábios dela, interrompendo o que ela dizia.
-Amor,
sou eu que tenho de esperar por ti, não tens de ser tu a acelarar
tudo por minha causa. – Rita baixou a cabeça não tendo
coragem de o olhar, devido à vergonha. –Não estou assim tão
desesperado disso e acredita que irei esperar por ti, nem que seja
preciso uma vida, sabes porquê? Porque no final vamos fazê-lo
juntos, e acredita que me vai saber melhor, do que das vezes que fiz
antes, porque foi a ti que eu amei como não amei mais ninguém. –
Ela sentou-se ao colo dele e enterrou a sua cabeça no pescoço dele,
aninhando-se.
-Não
te quero perder, mas também quero o melhor para ti.
-O
melhor para mim és tu, meu bem! – Olharam-se e beijaram-se.
-Mana!!
– Disse Pedrito entrando no quarto e surpreendendo-os. –Que
estavam a fazer?
-Estávamos
a dar um miminho, também queres?
-Sim!
– Pedrito sentou-se ao colo de Fábio, ao lado de Rita, e o
mais velho abraçou-os.
-Pedrito,
tenho uma notícia para ti!
-Vais
levar-me à escola hoje, Fábio?
-Sim,
mas isso já sabias! – Deu-lhe um beijinho na testa. –Como
te tinha dito, irias ser o primeiro a saber, eu e a tua irmã já
somos namorados! – Pedrito largou um sorriso de orelha a orelha
e abraçou-os.
-Obrigada,
obrigada, obrigada! – Encheu-lhes a cara de beijos e
apertava-os fortemente, abraçando-os. –Já posso dizer aos meus
colegas?
-Ainda
não, meu bem. Ainda é cedo, por enquanto fica um segredo entre nós,
pode ser?
-Não
posso contar nem ao pai nem à mãe?
-Nem
à mana, nem ao Rúben, nem mesmo à Di!
-Está
bem! – Pedrito ficou desapontado e baixou a cabeça. –Posso
ir tomar banho?
-Já
consegues ir tomar sozinho?
-Sim
mana, já tenho 6 aninhos, já sou crescido! – Dito isto saltou
da cama e foi tomar banho.
-Rita,
tenho de te dizer isto antes da nossa relação avançar. –
Rita sentiu o seu coração apertar-se e durante segundos vieram-lhe
imensos pensamentos à cabeça e nenhum deles era positivo. –Durante
toda a minha vida tentei descobrir o que era amor, mas tu apenas com
um olhar demonstraste-mo, e todos os dias mo relembras. Quando
apareceste na minha vida, estava perdido, sem sentido, nem rumo e tu
deste-me tudo, tudo o que precisava, apenas com a tua existência,
apenas com o teu sorriso. Podes não acreditar mas desde que trocamos
olhares pela primeira vez que senti que havia algo mais entre nós,
por isso nunca desisti de ti, mas nunca esperei que me fizesses
descobrir tantos sentimentos. E nunca me arrependerei de não ter
desistido de ti. – Rita não conseguia controlar as lágrimas.
Aquela declaração de amor era espontânea e os olhos de Fábio
brilhavam a fazê-la, ele estava a dizer a maior realidade que o seu
coração enfrentava, e ela não sabia como responder. Estava
apaixonada sim, mas não sabia como expressá-lo, o que ele acabara
de fazê-lo era perfeito.
-Tenho
uma prenda para ti, espera aqui um bocadinho!
Rita
agarrou na chave de sua casa e passado um minuto voltou, pousou as
roupas do irmão no quarto onde ele dormira, e voltou para o quarto
onde deixara Fábio.
-Já
tinha esta prenda feita há alguns dias, mas estava à espera da
altura ideal para ta dar. Desculpa não estar embrulhada!
Rita
observou atentamente Fábio a observar a olhar para a prenda, e de
seguida, a verificar a “mensagem” que ela lhe havia deixado.
Como
irá reagir Fábio?
Como
correrá esta relação entre eles? Será que o segredo irá
manter-se durante muito tempo?
Olá
ResponderEliminarAdorei *_* Eles juntos vão superar a perda do bebé da mãe da Rita ....
E finalmente já são namorados, o Fábio espera por ela o tempo que for preciso *_*
O Fábio vai adorar a mensagem da prenda :)
Quero o próximo !
Beijinhos
Catarina
Olá!
ResponderEliminarOra bem isto começa a aquecer! Sente se que ha uma química entre eles, uma química mais física xD
Confesso que estou curiosa para ler esse momento! É o género de momento que estamos sempre na expetativa. Gostamos sempre de ler a primeira vez de um casal e se há uma total estreante acho que ainda ficamos mais curiosas.
Portanto espero o próximo!
Besito
Ana Santos
Olá :)
ResponderEliminarPrimeiro que tudo quero pedir-te desculpa por não ter comentado o capitulo 27...mas ando com muito trabalho e quando tou em casa, aproveito e descanso :)
Sobre o capitulo 27...gostei muito :)
Sobre este capitulo 28....está optimo e espero que o Fábio reaja bem
Espero que a relação deles avance mesmo pá algo sério ;)
E acho que o segredo será descoberto :D
Bjs e quero o próximo :)
Esta química entre eles... :D
ResponderEliminarE essa prenda é super fofa e original é bom que le goste e muito ahaha
Vou começar uma fic nova, gostava que visses, comenta-se e se pudesses divulgar, a tua fic está nas que recomendo.
http://aculpaedoamorr.blogspot.pt
Beijooooo