-Pedro!
–
Repreendeu a irmã. –Achas
que isso se diz?
-Mana,
quem diz a verdade não merece castigo! –
Fábio e Rita não aguentaram o riso ao ouvir a resposta do pequeno.
–Estás a ver? Tu e o Fábio riram-se, não disse mal nenhum!
-Já
tens uma sobrinha, Pedrito! A Di ainda é muito pequenina para ter um
primo e além do mais eu e o Fábio não namoramos!
-E
porque não namoram? Eu vi-vos a darem um beijinho!
-As
coisas não funcionam assim Pedrito, tu sabes isso.
-Não,
não percebo porque é que não namoram se vocês gostam um do outro!
-Daqui
a uns tempos seremos namorados, prometo! –
Fábio e Rita sorriram com aquela resposta que ela lhe dera, Fábio
não a iria pressionar, o tempo iria tratar de os uni-los com aquela
relação ainda mais especial.
-Mana,
o Fábio não te vai fazer chorar como o Tiago, acredita em mim! O
Fábio gosta mesmo muito de ti, ele no outro dia disse-me ao ouvido!
-A
sério meu bem? –
Baixou-se e fez uma festa ao irmão. –Nessa
altura devias ter respondido ao ouvido dele que o sentimento é
recíproco.
-O
que é que isso quer dizer mana?
-Recíproco
quer dizer igual, portanto quer dizer que também gosto muito dele.
-Está
bem! Vejam lá se se despacham a vestir, sem mais beijos!-
Dito isto saiu do quarto, dando mais privacidade ao futuro casal.
-Ia
adorar ter o teu irmão como cunhado! -
Disse Fábio, abraçando Rita.
-Pode
ser que esse dia esteja mais perto do que pensas, meu bem! –
Deu-lhe um beijo sentido nos lábios. –Mas...
Quero ser pedida em namoro de uma forma muito especial, não quero
flores, nem ursos, mas sim um pacote de gomas!
-Tu
sabes bem que eu não aguento muito tempo com um pacote de gomas
comigo!
-“É
melhor não duvidar,
Vou-te fazer mudar,
Uma chance me
dá,
Comigo tu vais ficar”
– Cantou
Rita bem próxima do ouvido de Fábio e fê-lo sorrir.
-“Miuda,
tu és linda,
Ninguém vai contrariar,
E você já sabe,
Não
precisa de falar” –
Respondeu também ele com a letra da canção.
-Tens
sempre resposta na ponta da língua Fábio Rafael! Eu a cantar-te uma
serenata e tu cantas depois, contigo não dá! –
Virou-lhe costas e cruzou os braços sobre o peito.
-Dá-me
só um segundo meu bem! –
Rita virou-se novamente para ele, Fábio pegou no telemóvel e
colocou uma música.
-“Sabes
que és o meu amor, hmm
Não mudes nada baby, fica assim pra mim
por favor
(...)
-“My
baby tu sabes
Que apesar de não seres a mais bonita
Sabes
Não
te trocarei por outra mulher
Sabes
Existem qualidades que você
tem
Que as outras não compreendem, porque elas não sabem que
Não
és diamante mas brilhas em mim
Se depender de mim nunca teremos
fim
Porque eu te amo
Bem do jeito que você é
I love
you baby
I love you that way
Então não mude nada porque eu te
amo, assim”
Fábio
cantara toda aquela canção a Rita e ela delirava a cada instante
mais e mais, ele estava a cantar-lhe uma serenata, apesar de nunca
ter imaginado que fosse uma música assim ou que tivesse apenas em
fato de banho, as questões eram questionáveis mas não tornava o
momento menos mágico. Ela beijara-o com intensidade, com amor, com
carinho, com surpresa, com entusiasmo.. Ela adorava aquele rapaz de
um metro e oitenta e sete centímetros com olhos como os seus,
castanhos claros. Com tamanha intensidade dos beijos e com algum
desastre à mistura, acabaram por cair para cima da cama, mas
continuavam a beijarem-se.
-Meninos.
–
Disse Teresa entrando para o quarto. –Desculpem,
eu volto mais tarde. –
Disse, encostando a porta do quarto, saindo. Rapidamente ambos se
sentaram na cama, separando-se.
-Deixa-te
estar mãe, entra.
-De
certeza? Não quero ver cenas impróprias!
-Não
vês, descansa mãe!
-Deixem-se
estar, só vinha perguntar se já estão prontos.. -
Disse espreitando para o interior do quarto.
-Deixa
só a Ritinha vestir-se.
-Se
quiseres eu e o Pedrinho vamos andando para a praia e vocês depois
vão lá ter...
-Esperem
por nós na sala, não vamos demorar.
-Não
se demorem!
Rita
correu até ao armário numa tentativa de se afastar da vergonha que
sentia e de escondê-lo de Fábio, procurou alguma roupa para vestir,
tentando cobrir o corpo e não olhando para ele.
-Amor,
não precisas de ficar tão envergonhada. É uma coisa natural!
-Não..
Acredita que para mim não o é.
-Não
acredito que os teus pais não desconfiassem que tu e o Tiago o
tivessem feito.
-Eles
até podem ter desconfiado –
Disse enquanto vestia a t-shirt. –Mas
quando acabamos eu acabei por lhes contar a verdade.
-E
qual era a verdade?
-Eu
e o Tiago nunca fizemos amor. Sou virgem.
-O
quê?! –
Perguntou claramente chocado e admirado com o que acabara de ouvir.
-Ouviste
bem. –
Exclamou sorrindo e terminando de se vestir. –Sou
virgem.
-Mas
vocês namoraram ano e meio...
-Sim,
eu sei. –
Sorriu. –Mas
não me sentia preparada. E o Tiago disse que estava disposto a
esperar, pelos vistos não foi bem assim.
-Então
era por isso mesmo que tinhas tão a certeza que não estavas
grávida...
-Sim...
Só que não queria contar-te realmente o que aconteceu, porque achei
cedo.
-Não
imagino o quanto te custou quando viste o Tiago... –
Fábio hesitou, não sabia como abordar aquele tema e sentia que
provavelmente não o deveria ter feito.
-Com
a Adriana. –
Completou Rita. –Mas
senão fosse ele, não te tinha conhecido a ti. –
Sentou-se ao colo dele e pousou a cabeça sobre o seu ombro. –Não
te importas de esperar até me sentir preparada?
-Amor,
eu esperava por ti uma vida inteira se fosse preciso. –
Deu-lhe um beijo na testa. –
Depois quando começarmos não queres outra coisa! –
Sorriram.
-Sim,
mas temos de ter juízo, só quero ser mãe depois de ir para a
faculdade. –
Trocaram alguns mimos. –Mas
agora é melhor ir andando que senão a tua mãe pensa mesmo que
tivemos a fazer-lhe um netinho! –
Trocaram mais um beijo e sairam do quarto, pegaram nas toalhas e
foram em direção a casa de Pedro, que já os esperava.
O
almoço, no Mc’Donalds, local escolhido pelo elemento mais novo,
acabou por proporcionar momentos muito divertidos entre todos, e em
quase todos estava presente o pequenino Pedrito, que ingenuinamente
os divertia, com brincadeiras típicas. Mas também era importante a
relação de Fábio e Pedro, Rita sentia que eles faziam um esforço
para se relacionar... Não era por ela e pelo irmão, mas sim por
vontade própria. Eles queriam tentar voltar a ser amigos e isso
fazia-a feliz, não queria (voltar) a escolher entre ambos.
-Pedro.
–
Disse Rita e ambos olharam. –Pedrito.
–
Concluiu. –Queres
comer gelado?
-Não
mana. Só quero ir para a praia.
Momentos
como aqueles eram natural acontecerem, a confusão de nomes entre
ambos proporcionava alguns momentos de diversão, por isso combinaram
que o mais novo seria tratado pela abreviatura Pedrito e o mais velho
seria apenas Pedro. Quando chegaram à praia pousaram a toalha na
areia e enquanto Teresa foi até ao café mais próximo comprar água
fresca, Pedrito correu até à água e Fábio seguiu-o, Pedro e Rita
ficaram na toalha.
-Conheci
alguém. –
Disse Pedro interrompendo o silêncio. –Não
te esqueci, mas estou a fazê-lo e vou ser feliz como tu és com o
Fábio.
-Fala-me
dessa rapariga. –
Pediu ela. –Eu
e o Fábio somos felizes juntos, mas ainda não somos namorados.
-Porquê?
-Além
de não ter havido pedido ofical. –
Anunciou sorrindo. –Preciso
de mudar para entrar numa relação séria. Ele já mudou, agora é a
minha vez.
-Não
precisas de mudar, precisas de confiar mais em ti. O que o Tiago te
fez te magoou-te muito, eu sei, mas o Fábio não te faria isso, ele
ama-te, ao contrário do Tiago.
-Também
pensava ter mudado o Tiago e afinal só me desiludi, tenho
simplesmente medo que volte a acontecer.
-Talvez
aconteça, talvez não, tens de arriscar. –
Respondeu tranquilo. –Confia
em ti mesma e no teu instinto.
-Obrigada.
–
Cruzou os dedos com os dele. –Não
te importas que vá lá dar-lhe um beijo? Mas quando voltar irás
contar-me tudo sobre essa tua nova amiga.
-Vai!
–
Ela levantou-se e correu em direção a Fábio, prendeu as suas
pernas no tronco de Fábio e beijou-o fugazmente.
-Posso
saber o porquê deste beijo? –
Disse quando separaram os lábios.
-Poder,
podes. Mas não preferes desfrutar de outro? –
Não precisou de mais nenhuma resposta, ele beijou-a com romance e
com carinho, mas também felicidade no seu estado mais puro. –Isto
é tudo amor?
-É
amor, carinho, atenção, respeito, mas acima de tudo, confiança. Eu
confio em ti. –
Encostou os seus lábios aos dele, um beijo rápido. –Adoras-me?
-Adoro-te!
–
Agarrou-a nas costas e repetiu o beijo curto de há pouco. Enquanto
se beijavam, ele correu com Rita ao colo até entrarem na água.
-Não
acredito no que me acabaste de fazer Fábio Rafael! –
Disse pousando os pés na areia que delimitava o fundo do mar.
-Mana!
–
Gritou Pedrito fora de água. –Vou
chamar o Pedro! Posso ir para a água?
-Sim,
mas só se vieres com o Pedro, ou então com a dona Teresa.
Enquanto
aguardavam, Fábio e Rita aproveitaram para trocar mais uns mimos.
-Sabes
uma coisa? –
Perguntou Rita, surpreendendo Fábio.
-O
quê, meu bem?
-És,
exatamente aquilo que preciso! –
Cruzou os dedos e sorriu-lhe.
-Mana!
–
Disse o pequeno Pedrito entrando na água e nadando até próximo da
irmã. –Acho
que o mano ia gostar do Fábio!
-Tens
as bóias nos braços mas achas que devias ter saído assim de ao pé
do Pedro? –
Agarrou no irmão e pô-lo ao seu colo. –Já
viste a aflição em que deixaste o rapaz?
-Não
te preocupes que eu disse-lhe para vir que eu vinha logo atrás. –
Respondeu Pedro (o mais velho) pegando no mais pequenito. –O
teu irmão precisa que lhe dêm espaço e transmitam confiança, ele
é muito desenrascado e inteligente.
-Mana,
já sou crescido! –
Saiu do colo de Pedro e nadou próximo deles durante uns segundos.
-Pedro,
eu sei que já és crescido mas para mim serás sempre pequenino!
-Para
mim também serás sempre pequenina, menos quando tiveres um bebé na
barriga! –
Respondeu rapidamente o pequenino. –Mana,
a mãe do Fábio, não quer vir para a água podemos ir para ao pé
dela?
-Claro
meu bem! –
Sorriu respondendo. –Queres
que te pegue ao colo ou vamos a nadar?
-Quero
ir a nadar, mas quero que o Fábio vá comigo, tu vais para a toalha
com o Pedro. –
Rita acenou, positivamente para o irmão e foi andado para a toalha
com Pedro.
-Como
se chama a tua amiga? –
Perguntou Rita enquanto se sentava na areia à beira-mar.
-Marta.
Acho que ias adorar conhecê-la.
-Tenho
a certeza que sim. E o que é que vocês têm?
-Ainda
nos estamos a conhecer mas estou muito interessado. Ela é
simplesmente fantástica. –
A felicidade de Pedro a falar nela era simplesmente notória, o
sorriso de orelha a orelha e o brilho no olhar falavam por si.
-Estás
apanhadinho. –
Confessou ela, também sorridente, o amigo merecia ser feliz e ela
ficava feliz por vê-lo feliz também.
-Oh
mana, não me viste a nadar! –
Disse o Pedro mais pequenino, sentando ao colo da irmã. –
O Fábio diz que nado bem!
-Eu
vi, meu bem! Nadaste muito bem! –
Deu-lhe um beijo na bochecha orgulhosa. Fábio aproximou-se deles e
deu a mão a Rita e começaram a caminhar até à mãe do mais velho.
–E
porque não vais fazer-lhe uma surpresa?
-Achas
que ela ia gostar?
-Todas
as mulheres gostam de surpresas e a Marta não deve ser excepção!
-Que
é que lhe compro?
-Talvez
um ramo de flores, seja uma boa ideia. –
Sugeriu Fábio.
-Obrigada.
–
Secou o corpo com a toalha, vestiu-se rapidamente, despediu-se de
todos e foi até ao carro. Iria surpreender Marta e estava feliz por
isso, iria lutar pela sua felicidade ao lado de quem gostava. Não
esquecera completamente Rita, já o assumira, mas iria esquecê-la
por completo e tentar compreender o que tanto o ligava a Marta.
-Onde
é que ele foi? –
Perguntou Teresa, surpreendida com a despedida repentina de Pedro.
-Arranjar
uma namorada. –
Fábio sorriu, mas nada disse, nem iria dizer. Estava feliz porque já
não sentia pressão em disputar Rita, iria amá-la e ela iria apenas
concentrar-se no amor que sentia por ela. No fundo, ele tinha medo
que ela percebesse que arranjava melhor que ele e apenas desistisse
do amor que os unia. –E
tu menino Fábio, podes-te rir à vontade, que já tens o caminho
livre para me amar. –
Deu-lhe um beijo no nariz.
-Dona
Teresa quer ir connosco à água? –
Perguntou Pedrito animado.
-Acho
que vou contigo à água para deixarmos a tua mana e meu filho a
namorarem. –
Deu a mão ao mais pequenino e foram em direção ao mar. Rita
sentou-se entre as pernas de Fábio e sentiu o seu corpo ser rodeados
pelos grandes e fortes braços do seu amado.
-O
Pedro ainda gosta de mim. –
Fábio sentiu o coração apertar-se. –Mas
está a esquecer-me mas conheceu uma rapariga e está a apaixonar-se.
-Só
tenho medo que percebas que arranjas melhor que eu e que saias da
minha vida, de repente, como entraste.
-Não
vai acontecer. –
Olhou para ele. –Nem
com o Pedro nem com mais ninguém, porque ninguém me merece como eu
te mereço a ti, vale? –
Desta vez foi ela que o beijou fugazmente. Sabia bem a Fábio
ouvi-las, mas também senti-las, o sentimento era recíproco.
(Mais
tarde)
Já
haviam saído da praia e tomado banho, o jantar estava pronto e na
mesa.
-Bem
meninos, visto que já têm a comidinha pronta, eu vou indo...
-Jante
pelo menos connosco, dona Teresa. –
Convidou Rita.
-É
melhor ir andado querida, como qualquer coisa pelo caminho e assim o
teu pai não fica acordado à minha espera.
-Queres
levar uma sandes ou qualquer coisa para comer no caminho?
-Deixa-te
estar. –
Caminhou até à porta de casa enquanto todos a acompanhavam.
Baixou-se para se despedir de Pedrito. –Gostei
muito de te conhecer, pequeno.
-Também
gostei muito de si, mãe do Fábio! –
Teresa sorriu, aquele menino além de ser um excelente menino estava
a ter uma educação repreensível da parte dos seus pais como também
do apoio da irmã.
-Gostei
muito de te conhecer minha querida. –Deu
dois beijos a Rita e sussurou-lhe ao ouvido. –Toma
bem conta do meu filho, ele pode ter alguns defeitos mas é um
excelente rapaz.
-O
prazer de a conhecer foi todo meu. –
Deu-lhe dois beijos à sua futura sogra. –E
esteja descansada que irei tomar conta do seu filho.
-E
tu meu pequeno que nunca irá crescer, para mim. –
Deu um beijo na bochecha do filho. –Quero
que também tomes bem conta da Rita, nunca é tarde para levares umas
boas palmas nesse rabo!
-Não
te preocupes que também te ligo todos os dias! –Respondeu
enquanto começava a encostar a porta depois da saída da sua mãe.
-Senão
o fizer eu mando-lhe uma mensagem! –
Respondeu Rita depois de Fábio fechar a porta e dirigindo-se para a
mesa da cozinha onde iriam jantar.
-Mas
tu tens o número da minha mãe?
-Pois
é, meu amigo, não és só tu que tens o número dos meus pais.
Depois
de jantarem, Pedrito sentiu o corpo fraquejar.
-Mana,
posso ir para a cama?
-Vamos
para nossa casa então amor?
-Tenho
um quarto livre, podem cá passar a noite, se quiserem. –
Sugeriu Fábio. –Como
sabes, quando comecei a vir jogar para o Benfica, os meus pais
compraram esta casa e eu durmo no quarto que era dos meus pais e o
que era meu está disponível.
-Mana,
eu quero lá dormir!
-E
vais dormir com o quê vestido?
-Mana,
já estou de pijama. –
Respondeu Pedrito, que havia tomado banho na casa de Fábio, com ele,
enquanto Rita fora a sua casa tomar banho e trouxera-lhe um pijama
para ele vestir. –Tu
e o Fábio podem ficar a fazer-me companhia até adormecer?
-Claro.
Depois arrumamos a cozinha. –
Respondeu Fábio, em vez de Rita. –Acho
que ainda tenho uma história qualquer para te ler, se quiseres.
-Deixa
estar Fábio, sabes rezar?
Tanto
Fábio como Rita ficaram surpreendidos por aquela pergunta. Pedro
sabia rezar apenas o Pai Nosso, porque a irmã lhe ensinara com 4
anos, mas nunca tinha sido hábito fazê-lo.
-Sei,
porquê?
-Queria
pedir para Jesus tomar conta do mano que está no céu e que ponha a
mãmã boa. –
Rita ficou claramente surpreendida e com uma lágrima no canto do
olho. O irmão era um poço de surpresas, positivas. A sua maior
preocupação não era pedir para ficar bem, mas sim para que o irmão
vivesse em paz no céu e que a mãe ficasse inteiramente saudável e
bem.
Os
três foram até à beira da cama e colocaram-se de joelhos,
benzeram-se e rezaram o pai nosso, seguido de uma prece espontânea
do pequenino:
-Querido
Jesus, sei que me estás a ouvir. A mana disse que ouvias toda a
gente quando rezamos. –
Fábio espreitou pelo canto do olho para Rita, que assim como Pedro
mantinha os olhos fechados e ele imitou o gesto. –Tentei
portar-me bem, mas às vezes é difícil. Mas eu prometo que me
porto, se puseres a mãmã boa e se fizeres com que o meu mano mais
pequenino fique perto de ti no céu, feliz e a olhar por nós, como
tu, pode ser? –
Durante alguns segundos o silêncio instalou-se. –Prometo.
–
Repetiu Pedrito. –Apesar
de não te ver gosto muito de ti, Jesus! –
Olharam para Pedrito que deu por terminada a oração e benzeram-se.
Deitou-se e depois de aguardarem alguns minutos, acabou por
adormecer. Sairam do quarto e encostaram a porta para ficarem mais à
vontade e foram até à cozinha onde a arrumaram.
-O
teu irmão Pedro é um anjo.
-É
verdade. Ele surpreendeu-me muito hoje!
-Apesar
de não o conhecer tão bem como tu, também fiquei surpreendido. Ele
reagiu bastante bem à morte do irmão.
-Fábio,
não precisas de te fazer de forte. –
Desta vez foi Rita que surpreendeu Fábio. –Tu
podes não o ter demonstrado, mas tanto eu como a tua mãe, reparamos
que tu estás com vontade de chorar, e que por dentro estás de
rastos. –
Fábio gelou, seria assim tão transparente para as mulheres que
marcaram a sua vida até então?
Correu
até aos braços dela e abraçou-a.
-Estou
bem, a sério que sim.
-Fábio,
vamos para a cama e falamos mais à vontade. –
Deitaram sobre a cama, um de frente para o outro e Fábio pousara-lhe
a mão ao fundo das costas enquanto ela pousara a mão sobre o peito
dele.
-É
verdade que estou de rastos, mas isto passa. Simplesmente nunca tinha
sentido na pele a morte de ninguém, é apenas isto. –
Confessou, apesar de saber que não era assim tão delinear como
dizia.
-Fábio,
podes chorar junto a mim. –
Ele encostou a cabeça na barriga dela e fazia tudo para se sentir
forte mas no fundo sabia que a qualquer momento iria desabar o muro
que contruira em seu redor.
-Tu
é que perdeste um irmão... –
Repreendeu-se. –Devias
ser tu a desabafar comigo.
-Tenho
uma forma muito peculiar de lidar com as mortes, não te preocupes. –
Respondeu Rita e sabia que no fundo era verdade. –
Pode parecer egoísmo, frieza e tudo o que quiseres chamar, mas para
mim o meu irmão está no céu, em paz, eu, sim estou no inferno da
Terra onde as pessoas são terríveis.
-És
uma mulher incrível e apaixonante sabias? –
Olhou-a nos olhos. –Não
me irias mentir, eu confio em ti. –
Cruzou as mãos com as dela e sentiu-se desanimar ainda mais, mas
tentando ter forças por Rita.
-Podes
chorar nos meus braços Fábio... Confia e desabafa comigo, meu amor.
–Pediu.
Será
que Fábio vai desabafar ao pé de Rita?
Será
que Rita irá ser o apoio necessário? Será que as preces de Pedrito
serão ouvidas?
Olá
ResponderEliminarAdorei! Adorei! Adorei ! O Pedrito é um amor e Jesus vai ouvi-lo e fazer com que o mano dele fique a olhar por todos eles lá é cima e o Fábio vai desabafar com a Rita e ela vai conseguir com que ele se sinta um pouco melhor em ralação á morte do bebé. O Fábio e a Rita fazem um casal maravilhoso, vê lá se metes os dois a namorar, mas deixa os filhos para mais tarde xD
Quero o próximo !
Beijinhos
Catarina
Escreve mais...
ResponderEliminarMuito mais...
Quero mais
Quero mais
Quero mais
QUERO MUITO MAIS! xD
Fico à espera do próximo :P
Besos
Rita Bonito
Olá!
ResponderEliminarEntão a Rita é virgem? Ok, tu tinhas me revelado algo sobre isto mas eu não conectei muito bem! Agora é que está a assentar!
E esta tarde foi surpreendente. Realmente o Pedro Jr está a ter muita coragem para lidar com algo que deve ser realmente difícil de perceber para uma criança.
E é bom saber que o Pedro Sénior também se está a orientar!
Veremos o que sai daqui. Uma coisa relativa à virgindade da Rita já me contaste e confesso que estou curiosa para ler essa cena.
Espero o próximo!
Beso
Ana Santos