quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Capítulo 12: “Posso pedir-te um favor... Namorado?”


-Parabéns mãe! – Disse Ana indo em direção á sua mãe e dando-lhe um forte abraço e beijinho. Fui apanhada completamente desprevenida mas fico muito feliz por ti! E pelo bebé! Colocou a mão sobre a barriga da mãe.

-Obrigada pápá! Pedro correu em direção ao pai e sentou-se no seu colo, deixando o pai surpreendido. Fizera aquilo com uma pressa e com uma prontidão que deixara todos na sala surpresos. Pedi para dizeres ao Pai-Natal um mano e tu pediste! Obrigada Pai Natal! Disse dando mais um abraço ao pai. Prometo que partilho todos os meus brinquedos! E que o deixo dormir no quarto da mana quando o Fábio não dormir lá! Rita ficou tremendamente envergonhada e sem reação possível. Apenas tinham dormido juntos algumas noites e enquanto ela dormia na cama, o rapaz dormia no chão de forma a estar ao seu lado enquanto estava mal-disposta.

-Pedrito anda cá ao meu colo! Disse Fábio batendo com a palma das mãos nas suas pernas de forma a convidá-lo para se sentar no seu colo. O pequeno de apenas 6 anos obedeceu e sentou-se ao colo do amigo. Sabes que pregaste um susto a toda a gente não sabes? Pedro olhou para o seu amigo sem entender aquelas palavras.

-Porquê? Tu dormiste ao pé da mana, como o pai e a mãmã faziam!

-Não Pedro. Olha lembra-te bem. Quando foste ter com a mana não havia uma almofada e umas mantas no chão? Pedrito acenou com a cabeça, afirmando positivamente. E achas que se dormisse ao pé da mana, havia uma almofada no chão? – Perguntou enquanto aconchegava o (ainda) irmão mais novo da sua amiga.

-Podias ter caído da cama! Disse o pequeno, sempre com resposta na ponta na língua.

-Se tivesse caído a almofada não estava no chão e as mantas também não, Pedrito. Só as pessoas quando gostam mesmo muito muito uma da outra é que dormem juntas. Tentou explicar Fábio.

-E tu não gostas da minha mana?

-Pedro, sai do colo do Fábio e para de incomodá-lo. Disse Maria, a mãe de Rita. Anda para o meu colo. Pediu a mãe.

-Não se preocupe dona Maria. Ele não incomoda nada e assim sempre posso falar com ele não é campeão? Perguntou dando um abraço a Pedrito. Gesto que cativou a futura mãmã e o adoçou o coração de Rita.

-É verdade! Eu venci-te a ti e ao pai na PS3! Disse vitorioso.

-Amanhã quero a desforra! Porque depois quando acabarmos a conversa, vais-te deitar pode ser?

-Mas não tenho sono Fábio! Desabafou o menino.

-E se eu te for ler uma história até adormeceres? Inquiriu Fábio.

-Sim! Disse entusiasmado o menino.

-Eu gosto muito da tua mana mas nós somos só amigos, e só quem gosta muito muito da outra pessoa, como o teu pai e a tua mãmã é que dormem juntos.

-E tu e a mana são só amigos não é? O rapaz acenou positivamente com a cabeça e sorriu. Queria poder dizer que Rita já namorava, mas não sabia se ela queria que a família soubesse, por isso deixou-se ficar em silêncio.

-Então agora para a caminha pequeno! Disse Fábio levantando-se e Pedrito seguiu-o em direção ao seu quarto. O pequeno deitou-se na cama e o maior procurou na estante que havia no quarto por um livro. Acabou por escolher um pequeno livro do Noddy. Sentou-se perto da cama do pequeno e ligou a pequena luz que estava sobre a mesinha de cabeceira ao lado da cama do recente amigo. 

Começou a ler o livro e o pequeno deitou-se debaixo das mantas e deixou-se endireitar sobre os lençóis. O mais velho acabou por ler o livro e quando acabou, olhou para Pedrito. Dormia tranquilamente e pacificamente, mas decidiu endireitar um pouco as mantas de forma a deixar o mais novo mais quente. Deu-lhe um beijo sobre a testa, como fazia com Rita e deixou-se encaminhar até á sala, para se despedir da família dos seus amigos e ir pernoitar para sua casa. Mas sabia que os pensamentos iriam ficar cravados naquele beijo de Rita e Pedro, do qual nem conseguiu falar com ela.

Foi até á sala onde se despediu de toda a família de Rita e voltou para sua casa. Sentia-se cansado e um tanto desiludido, Pedro era seu amigo e ele sabia que era envergonhado e a única razão que explicara aquele beijo, era que o rapaz sentisse algum tipo de sentimentos. Quanto a Rita pensara que ela era fiel a relações sérias e só teria um tipo de relacionamento amoroso, um namoro, e Fábio pelo contrário, era o oposto. Preferia aproveitar a vida e não se prender a uma relação séria.

Despiu a roupa que trazia no corpo e deitou-se apenas em boxers, não tardou até adormecer a pensar em como dizia á sua amiga que tinha visto o beijo e como se sentiria com ciúmes quando a vira de olhos fechados tocando com os seus lábios nos de Pedro. E como o admirara, o fato de Rita ter pedido a Pedro para o beijar.

Rita acorda de manhã, ainda radiante com a ideia de ter um irmão e com a reconciliação dos pais, mas não se conseguia esquecer do beijo que ela e Pedro deram. Precisava de falar com ele, mas também sabia que precisava de falar com Fábio, mas sabia qual dos rapazes era a sua prioridade para o presente. A sua mãe pernoitara na sua mais recente casa e de manhã, antes de ir trabalhar levou o pequeno Pedrito para a escola. O que dava liberdade a Rita para sair de casa e estar com amigos durante o dia, sem se preocupar com outras responsabilidades. Pouco passavam das 11h quando despertou. Olhou para o telemóvel e tinha uma mensagem. O remetente era Pedro.

“Bom dia princesa! Ás 13h passo por tua casa e vamos almoçar ao Rio Sul que te parece? Pago eu e não se discute! Beijinhos J

Rita não imaginara o que era o Rio Sul, seria um restaurante? Pouco conhecia da zona onde agora vivia e poucos eram os amigos que tinha naquela zona. Que eram apenas os únicos amigos que tinha nesta altura. Apenas Pedro e Fábio. O primeiro já conhecia há 6 anos e quanto ao segundo conhecia-o há somente dias mas já o considerava seu amigo. Respondeu:

“Bom dia pequeno grande! Fico então há tua espera.. Era suposto saber o que é o Rio Sul? :$ Deste lado não conheço praticamente nada. Quanto ao pagar é mais complicado.. Logo se vê! Beijinhos e até já J

Deixou o telemóvel no quarto e espreguiçou-se a caminho da casa de banho, despiu-se e foi tomar um banho relaxante. Ligou o rádio e deixou a água correr até encher a banheira. Deitou-se e acabou por adormecer.
Quando acordou a água estava fria, bastante até. Saiu da banheira e cobriu o seu corpo com uma toalha, deixou que a água desaparecesse toda da banheira. Olhou para o relógio e faltava apenas 20 minutos para Pedro chegar a sua casa. Por isso decidiu tomar um banho rápido e quando acabou olhou para o relógio que tinha no pulso. O telemóvel tocou e correu até ele, era Pedro.

-Sim? Disse a recuperar o fôlego da corrida que tinha dado para chegar até ao telemóvel.

-Rita? Perguntou o rapaz do outro lado da chamada. Acabaste de correr ou quê?

-Não! Sai agora mesmo do banho e tive de correr para chegar a tempo de atender!

-Tiveste a dormir até agora? Perguntou admirado Pedro.

-Acordei há algum tempo já. Mas adormeci na banheira. Desabafou Rita envergonhada.

-Oh Rita só tu! Disse animado o rapaz. Então quer dizer que ainda tenho de esperar meia hora para estares pronta como a maior parte das raparigas não é verdade?

-Que engraçadinho! Respondeu divertida a rapariga. Mas talvez 20 minutos e estou pronta.

-Então estou no carro á tua espera princesa! Disse docemente Pedro.

-Tonto não vais ficar no carro há espera. Sobe e esperas aqui por mim.

-Não te importas?

-Claro que não! Foi até perto da porta de entrada de sua casa e abriu a porta da entrada do prédio. Já abri a porta da entrada.

-Já entrei no prédio! É em que andar mesmo?

-Primeiro direito. Estou á tua espera.

-Dá-me cinco minutos. Rita não teria tempo de se vestir por isso ficou apenas em toalha de banho. Desligaram a chamada e três minutos depois apareceu Pedro á porta de casa dela. Cumprimentaram-se com dois beijos bem no cantinho dos lábios e logo de seguida, abriu os olhos surpreendido quando a viu. Não esperava ter uma receção tão especial.

-Desculpa estar assim... Pediu Rita. Mas ainda não me consegui vestir.

-É melhor voltar para o carro. Disse voltando as costas em direção á saída do prédio.

-Pedro não sejas tonto. Fica um bocadinho na sala á minha espera e já vou ter contigo. Dá-me 10 minutos e estou ao pé de ti prontinha para sairmos! Entraram em casa dela e ela encaminhou-o até á sala. Desculpa a desarrumação já sabes que as mudanças dá nisto.

-Estás á vontade! Se fores como a maior parte das raparigas ainda tenho tempo de dormir uma sesta.

-Mas eu não sou como a maior parte das raparigas que conheces, eu sou a Rita Madeira, sim? Disse orgulhosa sorrindo. Pedro sabia muito bem que ela não era uma rapariga qualquer, sabia que ela era especial e tinha um sentimento muito especial por ela, que não tinha por mais nenhuma rapariga. E guardava-o há demasiado tempo.


A jovem foi até ao seu quarto e não queria vestir uma roupa simples e pouco arrojada do dia-a-dia, preferia algo elegante mas não formal. Apenas algo que a fizesse sentir bem. A escolha não demorou a chegar, até porque ainda não tinha arrumado a roupa toda que possuía no armário. Quanto aos sapatos, sempre adorou o fato de ser pequenina de altura, apenas usava sapatos altos para cerimónias formais (e nem era em todas!)


Foi até á casa de banho, lavou os dentes e voltou para a sala, vinte minutos depois de Pedro ter chegado a sua casa.

-Adormeceste? Perguntou ela a entrar na sala onde deixara o rapaz.

-Não mas quase! Disse o rapaz levantando-se do sofá. Não deste tempo para isso. Foste mais rápida do que pensei. Sorriu enquanto a admirava. Rita era uma rapariga bastante bonita e sabia vestir roupa que a deixava ainda mais bonita e o rapaz admirava-se com ela por cada pormenor seu. –Estás muito bonita! Confessou.

-Obrigada! Disse envergonhada. Vamos? O rapaz acenou positivamente e despediram-se da casa dela e foram até ao carro que pertencia ao rapaz. Apesar de terem nascido no mesmo ano, Rita ainda não tinha dezoito anos e Pedro apenas lhe faltavam 4 meses para celebrar o seu 19º aniversário. Conversaram enquanto Pedro conduzia até ao local onde iriam almoçar. Era um centro comercial e lá teriam mais variedade de escolha para o que pretendiam comer. O rapaz estacionou o carro no parque de estacionamento e encaminharam-se para o interior do centro comercial. Mas enquanto caminhavam, num impulso de ambos, cruzaram os dedos num só.


Pedro levou-a até á zona de restauração, sem trocarem uma palavra. Ele não era uma pessoa de grandes conversas e Rita embora pelo contrário, não pretendia falar. Queria apenas sentir-se bem com aquele gesto.
Chegaram até á zona de restauração e ela fê-lo sentar num banco, a distância entre ambos não era grande, apenas a suficiente para cruzarem os seus dedos como se de duas partes separadas fossem e precisassem de estar unidas para terem um significado.

-Rita, tu sabes que precisamos de falar.

-Sim. Eu sei. Respondeu tranquilamente ao contrário de Pedro que se encontrava bastante nervoso.

-O que é que ontem significou para ti? Perguntou a medo.

-Não te vou mentir ou magoar, ainda gosto do Tiago. Aquelas palavras embora verdadeiras feriram os sentimentos de Pedro. – Mas estou a fazer tudo para o afastar do meu coração e da minha vida. E sei que tenho de aceitar o que ele me fez para o esquecer. Era muito mais fácil dizer-te que quero que ocupes o lugar dele mas não te quero magoar. Não sei o que significou aquele beijo para mim. - Franqueza nunca faltara nas palavras da jovem. – Sei que me senti bem, que me sinto feliz ao teu lado, mas sei que não é amor. Mas é estranho, não sei explicar.  Nunca antes a rapariga tinha sentido todos aqueles sentimentos em simultâneo.

-Sei que já te perguntei isto antes.. Mas podes ter mudado de ideias. Arrependes-te do beijo? – Disse a medo.

-Não volto com a minha palavra atrás. Sou insegura mas acima de tudo sou fiel aos meus sentimentos. E  continuo a dizer que não me arrependo e se pudesse repetia-o.

-E porque não o fazes? Perguntou espontaneamente o rapaz.

-Não te vou roubar um beijo sem saber se tu o queres. Assumiu a jovem.
Pedro levantou-se daquele banco e pegou na mão de Rita. Fê-la erguer-se e poisou os seus braços no fundo das costas da rapariga, a jovem colocou as mão sobre os seus ombros e deixou-se beijar pelos doces lábios de Pedro.


Só separaram os lábios quando o ar escasseava. Mas não tiveram tempo de conversar depois do beijo porque o estômago dela queixara-se e ela sabia que não podia esforçá-lo, ainda se encontrava em recuperação da(s) sua(s) doença(s).

-Secalhar é melhor irmos comer antes da conversa!

-É mesmo! Já sabes que eu com fome fico de mau humor! Relembrou ela. E tinha razão, muitas vezes ela não se queixava de fome ou dissera que a tinha mas o seu feitio e o seu humor mudavam com fome, e todos á sua volta notavam a diferença.

Como não queriam quebrar as rotinas saudáveis da sua alimentação, optaram por comer uma salada simples, mas para sobremesa decidiram comer um gelado, apesar de estarem no mês de Setembro, o calor não se deixava ir embora. 
Enquanto Pedro fizera questão de pagar a refeição principal, Rita não se deixou vencer pela teimosia dele e conseguiu pagar o gelado de ambos.
Depois de comerem um gelado de baunilha, por parte de Pedro e de chocolate, por parte de Rita, ele fez questão de a levar para um local surpresa. Foram até ao carro e ele apenas confessara-lhe que era um local que ele gostava e queria apresentá-lo. Levou-a para um pequeno jardim, não muito longe do centro comercial onde almoçaram e depois de estacionar o carro, andaram durante poucos minutos. Pedro sentou-se no chão e pediu para ela se sentar também mas a rapariga foi ousada e deixou-se sentar ao colo dele.



E ele ficou feliz pelo gesto dela. Sentiu que ela também gostava dele, mas era cedo para assumi-lo, tinha medo de a perder se o assumisse. Colocou a mão sobre a perna dela e outra sobre o fundo das costas. Ela pousou uma mão junto ao cotovelo dele e outra sobre o ombro. Deixaram-se permanecer em silêncio durante alguns minutos. Apenas ouviam os pássaros cantar e a natureza a chamar e era agradável. Mas depois de admirar tudo, ela acabou por dizer:

-Deixamos uma conversa a meio pequeno grande. Disse olhando-o nos olhos.

-Eu sei. Mas não é fácil.

-Muito menos é para mim. Mas o que é que tu sentes por mim? Pedro sentiu que tinha de lhe dizer a verdade mas não lhe queria dizer que a amava, talvez com o tempo ela o descobrisse, sem ele necessitar de se expressar.

-Tu és uma rapariga muito especial. E gosto muito de ti. Nunca lhe mentira mas também nunca dissera a verdade por inteiro. Sinto-me feliz ao teu lado, não o nego. Mas tu é que decides o que queres para o nosso futuro. A tua felicidade está primeiro.

-Tu... Alguma vez sentiste isto por alguém? Como o que eu sinto?

-Sim. O que tu sentes é uma atração.

-Mas quem sente isso não é só as porcas e os playboys? – Perguntou a medo.

-Não! Sorriu. Tu e eu estamos a sentir e não somos nada disso.

-Mas não é amor.

-Não. Disse pouco-convencido.

-E o que é que as pessoas fazem quando sentem isto?

-Pareces o teu irmão a fazer tantas perguntas! Sorriram. Normalmente têm curtes.

-Já tiveste alguma curte? Perguntou Rita. Na verdade desde que Pedro se apaixonara por ela nunca tinha tido algum relacionamento fosse sério ou menos sério, sentia que estava a “usar” alguém enquanto amava outra pessoa.

-Sim. Mas também já tive namoradas.

-Nunca tive uma curte. E nunca tive muito interesse confesso. Como é que isso funciona?

-Depende. Mas no nosso caso, se fosse, eram duas pessoas que não sentem amor, mas que se sentem atraídas, felizes e bem um ao pé do outro, não é um relacionamento bem sério, mas estariam juntas enquanto namorados, comprometendo-se a estarem juntos, sem se envolverem com outros. Sem tempo de fim, terminávamos quando um de nós quisesse. Mas claro há curtes que dão em namoro. Explicou calmamente.

-Não sou pessoa de curtes. Prefiro relacionamentos sérios.

-Eu sei. E o que pretendes que aconteça entre nós?

-Podemos experimentar essa curte. Mas espero que não estrague a nossa amizade, quero que continuemos amigos.

-Claro que não. Vamos continuar sempre amigos.

-E chamamo-nos de namorados ou como é que é? Questionou Rita.

-Nas curtes há quem chame, há quem não chame.

-Mas eu quero chamar! Disse Rita. Posso pedir-te um favor... Hesitou. – Namorado? Pedro sentiu-se orgulhoso e feliz.

-Sim!

-Podemos selar este momento com um beijo?

Pedro beijou-a e a partir daquele momento seriam oficialmente namorados, e teriam uma relação de “curte”. E estavam felizes um ao pé do outro, tanto que ficaram juntos até ao final da tarde, altura em que a mãe de Rita lhe telefonou para a rapariga ir até casa. A despedida custou entre ambos, não queriam separar-se mas estavam obrigados a tal. A rapariga entrou em casa com um sorriso na cara, estava feliz e radiante ao lado de Pedro, apesar de algumas inseguranças que sentia.
Cumprimentou a sua mãe que estava deitada sobre a cama do quarto dela e foi até á sala. Quando lá entrou, depois de cumprimentar a sua família, pai e irmão, cumprimentou Fábio, que de imediato se levantou e levou-a até ao corredor, sem ela oferecer resistência e disse:

-A tua mãe pediu-me para ir buscar o Pedrito á escola por volta da hora do lanche, porque tu não podias. Mas eu não resisti e mal acabei o almoço fui ter com ele. E desde então que estou com ele. E sinceramente gosto muito dele, mas neste momento eu preciso de falar contigo sobre tudo o que se passou. Devo-te um pedido de desculpa. Disse admirando os olhos cor de avelã de Rita.

-E eu também preciso de falar contigo. Respondeu ela.

Será que Rita vai contar a Fábio do seu relacionamento com Pedro?
E será que ela vai aceitar o pedido de desculpas dele? Como correrá a conversa?

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Capítulo 11: “Estou grávida de 13 semanas.”


-Padrinho? – Perguntou admirado Fábio. Pensava que talvez fosse uma atitude espontânea da parte da irmã e cunhado da sua amiga e na verdade, ele não sabia se estava preparado. Eu nunca fui padrinho antes. Confessou ele.

-E eu nunca fui madrinha antes. – Respondeu. -E não acham que estão a tomar uma decisão precipitada? – Perguntou a futura madrinha a medo. Com receio de magoar o seu amigo, mas sabia que era uma decisão tomada no calor do momento.

-Não. Respondeu Ana. Tu e o Fábio são amigos, ele é dos poucos senão o único amigo que te está a apoiar e tu não o afastaste como fizeste com todos os outros. Tu deixaste que ele se aproximasse de ti. E foi bastante óbvia a boa relação entre o Fábio e a Di. Di era a alcunha carinhosa que davam a Diana. E Fábio não conteve um enorme um enorme sorriso que aquelas palavras.

-Agradeço o convite, farei tudo para ser o melhor padrinho para a Dianinha. Rita, Rúben e Ana começaram-se a rir depois desta última palavra e Fábio não compreendeu o motivo pelo qual se riam. Disse alguma coisa errada?

-Não. – Respondeu Rita. Mas Dianinha achamos que é foleiro, chamamos Di. E quando ela se porta mal é o nome todo.

-E qual é o nome todo? Perguntou Fábio. Quero saber tudo da minha afilhada. –Disse entusiasmado com a ideia de falar na sua afilhada.

-Diana Ferreira Martins Madeira Sousa. – Respondeu Rita. – E faz no dia 31 de Dezembro um aninho de vida.

-Está tão crescida para a idade! – Comentou Fábio. Mas beleza confirma-se que é de família! Rita deixou-se corar, nunca ele a tinha elogiado daquela forma e isso sabia-lhe muito bem. Porque sabia que era natural.

-É da minha parte! É óbvio que a miúda é mesmo minha filha, é muito parecida comigo! – Respondeu Rúben.

-Estava a tentar elogiá-las e tu dizes isso Rúben? Estragaste tudo! – Disse Fábio a rir-se.

-Mana podes chegar ali ao quarto por favor? – Perguntou Rita.

-Claro! – Respondeu Ana.

-Tentem é não fazer muito barulho que a menina está a dormir. – Disse o recém-padrinho (babado).

Deixaram a divisão onde estavam e foram para o quarto onde dormia pacificamente Diana. Sentaram-se sobre a cama. E começaram a falar com um tom um pouco mais baixo do que era natural.

-Ana, preciso mesmo de desabafar com alguém.

-Mas tu sabes que podes contar com o Fábio. E pelo que deste a entender ao pai 
e ele me disse gostas imenso dele. E notou-se que o sentimento é recíproco!

-É por isso mesmo mana! O Fábio é um playboy e sempre me ofereceu toda a ajuda do mundo, mas menos de 24 horas depois de nos conhecermos ele tentou beijar-me, mas eu demonstrei que de mim, só leva uma amizade. Discutimos mas ele apoiou-me depois, quando me senti em baixo. Mas não sei se ele confia em mim. Eu tive uns enjoos durante uns dias, suores frios e andava imensamente enjoada de comida e ele pensava que era uma gravidez. Mas eu sempre lhe disse que não, e tu sabes bem que era impossível. Fiz o teste e deu negativo, o que não foi novidade. Mandei-o embora de casa e disse que estava magoada com ele, que precisava de espaço. E agora íamos falar, porque ele, acho, que me apanhou aos beijos... Ana interrompeu a irmã.

-Aos beijos? Mas tu voltaste para o Tiago? Juro Maria Rita se tu me fizeste isso era uma enorme desilusão!

-Não! – Reprovou de imediato a ideia. -Seria incapaz! O Tiago está com a Adriana e só lhes posso desejar as melhores felicidades. A atitude da jovem era surpreendente para com quem a magoara tanto. O Pedro tocou com os lábios nos meus e eu pedi-lhe que me beijasse.

-Tu fizeste o quê? Ana fora completamente apanhada desprevenida.

-Passei a tarde com ele e senti-me mesmo bem, não imaginas! – Sorriu a pensar nos bons momentos. – E aqui há porta de casa ele tocou com os lábios nos meus, mas não foi bem um beijo, não sei explicar. Mas foi bom. – Rita gostou da atitude de Pedro. – Eu pedi-lhe para ele me beijar e gostei Ana! Eu gostei! Ele beijou-me e eu deixei-me levar. Não foi o sentimento de usá-lo para esquecer o meu ex, foi apenas sentir-me bem. Mas não é amor.

-E porque desconfias que o Fábio tenha visto?

-Porque o Pedro é super calmo e enquanto nos beijavamos, o telemóvel do Fábio caiu. E entre eles ouve uma espécie de picardia, de mau ambiente entre eles. Foi tão estranho!

-E como te sentiste a ver isso?

-Estranha, mas ao mesmo tempo bem. Parecia que me estavam a disputar-me ou algo assim.

-E o que é que tu sentes pelo Fábio?

-Como assim?

-Vou ter de ser completamente sincera contigo Rita! Declarou Ana. Vocês são amigos e disso não existem dúvidas. Mas só um burro é que não vê que o vosso futuro é estarem juntos.

-O quê? Perguntou admirada Rita.

-São amigos tudo bem, mas a vossa relação, a forma como são quando estão juntos, os sorrisos que trocam, os olhares cruzados, as palavras que dizem, a cumplicidade que existe. Por muito que tentem negar, vocês vão namorar. E o Fábio já se mentalizou disso e tu não. Rita foi apanhada completamente de surpresa com esta afirmação.

-Ana põe na tua cabeça que entre mim e o padrinho da Di, só vai assistir uma amizade. Pura e simplesmente isso. Não vai assistir namoros e muito menos casamentos. E ele se mentalizou-se disso que se desengane que eu só me deixei cair nas armadilhas de um playboy uma vez.

-As pessoas mudam.

-Isso é só nos filmes! Por muito que evitasse falar do assunto “Tiago e Adriana”, eram temas presentes no seu coração e cabeça. Continuava magoada, mas já chorara todas as lágrimas por ele e senti que estava a fazer tudo para esquecer o que sentia por ele. Então tu estás basicamente a insinuar que eu e o Pedro nos beijamos por interesse?

-Não. Sei que tu és mais do que fiel aos teus sentimentos e se o fizeste é porque sentiste que tinhas de o fazer. Mas diz-me sinceramente arrependeste? Perguntou Ana tentando entender a situação e o que sentia a irmã.

-Sinceramente não. Eu gostei do beijo, sinto-me bem ao lado do Pedro, sinto-me segura e feliz. Mas sei que não gosto dele dessa forma. Mas ao mesmo tempo não queria que o Fábio tivesse visto o beijo. Não queria que ele soubesse.

-Lá está Rita. Até te podes sentir bem ao pé do Pedro, e ele te faça feliz, e te dê uma estabilidade que precisas neste momento, mas é do Fábio que gostas. É com ele que vais estar no futuro, não te vou dizer mais nada tu vais entender isso sozinha.

-Mana, eu não gosto desse modo do Fábio, conhecemo-nos há dias e somos amigos mas a amizade vai crescer e ficar muito forte, e mesmo se gostasse não o assumiria, ele é um mulherengo. O Pedro dá-me o que preciso e faz-me sentir bem, além do mais, também não sei o que ele sente.

-Eu sei. Confessou Ana. Já há algum tempo que sei o que ele sente mas não te vou dizer. Disse tentando brincar com a irmã.  

-Tens mais confiança em mim que eu própria. – Confessou Rita, na verdade ela nunca teve confiança em si própria e depois de tudo o que a vida lhe dera nos últimos tempos, a pouca auto-estima e confiança que depositava em si própria tinha morrido.

-Tu és linda, tanto interiormente como exteriormente, não é por seres minha irmã, mas qualquer pessoa vê isso. – Tentou animá-la a irmã.

Turn around, open your eyes (Dá a volta, abre os olhos)
Look at me now (Olha para mim agora)
Turn around, girl I've got you (Dá a volta, tenho-te a ti)
We won't fall down, yeah (E não vamos cair, sim)
We can see, forever from up here, yeah (Podemos ver a eternidade daqui, sim)
So long as we're together (Tão longo como continuarmos juntos para sempre)
Have no fear, no fear (Não tenhas medo, sem medo)

O telemóvel de Rita tocara e a jovem pegara nele e olhou para o ecrã. Era Pedro. A fotografia do contacto dele no seu telemóvel era antiga e trazia-lhe imensas recordações, sorriu e disse á irmã:

-É o Pedro.

-Eu saiu para te deixar á vontade. Ana abandonou o quarto e a jovem sentou-se na cama, ao lado da sobrinha, enquanto lhe fazia pequenas carícias na face e atendeu:

-Olá Pedro! – Disse sorrindo.

-Olá Ritinha! – Respondeu o rapaz.

-Como estás? – Perguntou a jovem.

-Estou bem agora que falo contigo e tu?

-Oh que querido! Disse ela animada. -Também estou bem agora que falo contigo e tenho a minha afilhada ao meu lado! Respondeu.

-Princesa como correu a conversa com o Fábio?

-Não correu...

-Então princesa?

-Amanhã falamos pode ser? Só me apetece dormir que estou mesmo cansada e o dia foi cheinho de emoções e bem passado ao teu lado!

-Rita. Pedro ia falar mas não teve coragem de continuar com a frase e a rapariga decidiu por bem, falar.

-Sim? Pergunto com medo que ele fosse tocar no assunto “beijo”.

-Estás arrependida do nosso beijo? Perguntou de forma bastante direta.

-Não. Antes pelo contrário! E tu? Questionou a medo.

-Igual. Mas amanhã temos de falar sobre isto, tu sabes bem o porquê.

-Sim. Eu ligo-te quando acordar, se tiveres no treino, depois vês a chamada e ligas-me pode ser?

-Claro! Vai lá descansar princesa! Beijinhos, sabes que tens muito valor!

-Sei que tens mais! Beijinhos meu pequeno grande! Rita chamara-lhe pequeno grande, porque desde sempre ganhara este hábito, e era uma brincadeira entre ambos. Pedro tinha uma baixa estatura, 1 metro e 72 centímetros, e ela sabia que não era uma pessoa alta e muito menos ela era exemplo de uma pessoa com tamanho normal. Mas considerava-o uma grande pessoa e como tal tinha esta pequena descrição para ele.
Desligaram a chamada e Rita pousou o telemóvel sobre a mesinha de cabeceira. Sentou-se sobre a cama e deu um beijinho no rosto da afilhada.

-Rita? Perguntou Luís enquanto entrava no quarto da filha. Podes chegar ali á sala num instante?

-Claro. Saiu do seu quarto e foi em direção á sala de estar, onde se encontravam todos os seus familiares, á exceção da sua sobrinha e afilhada e também onde estava o seu amigo, Fábio. Sentou-se no chão, ao pé do seu amigo e perto da sua irmã e deixou a mãe falar. Que por sua vez estava sentada ao lado do seu pai. E o irmão, Pedro, estava deitado sobre um puff que existia na sala. O pequeno já deveria estar a dormir mas os pais fizeram questão de deixá-lo acordado até então para lhe dar a notícia. Para noticiar uma agradável surpresa a toda a família. A mãe Maria levantou-se e deixou-se permanecer também ao lado do seu ex-marido.

-Há que ser curto e direto com as palavras não é Maria? Perguntou Luís enquanto sorria para a sua ex-mulher. Ela acenou com a cabeça e falou:

-Como sabem, eu e o Luís estamos oficialmente divorciados. Mas decidimos dar uma segunda oportunidade ao nosso amor. Deram um curto beijo nos lábios. Maria sentou-se ao lado de Luís e continuou. E tenho o prazer de anunciar que a Diana vai deixar de ser a mais nova da família. Estou grávida de 13 semanas. Disse deixando todos admirados com aquela boa-nova. Rita, Pedro e Ana iriam ter um irmão e os pais estariam novamente juntos. Fábio especialmente ficou feliz por Rita e pela nova família, mas em especial pela sua amizade, ela merecia tudo de melhor e com os pais juntos e com mais um irmão a caminho, talvez ela esquecesse a ideia de Pedro fazer parte da sua vida. Rita ficou apenas surpreendida com a surpresa, sem reação possível ou imaginária.

Qual será a reação da família a esta boa-nova?

Até que ponto mudará a vida de Rita? Como ficará a história com Pedro?