sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Capítulo 23: "Como poderia abandonar alguém que amo?


Mais importante que o valor da prenda, era o sentimento de quem a depositava e Pedro já demonstrara que o que sentia era bastante forte e superava enormes barreiras. Estivera do seu lado nos momentos bons e menos bons. E ela tinha como, de alguma forma, dado a entender que o sentimento era recíproco... Embora não o fosse. Gostava de Pedro, mas não o amava da mesma forma. Estava apaixonada sim, mas era por Fábio que o seu coração batia fortemente. Era os lábios dele que ela queria que tocassem nos seus, era o toque delicado mas masculino que queria sentir na sua pele, era aquela voz de Fábio que queria ouvir sussurrar no seu ouvido que o sentimento era recíproco. Queria olhar para os olhos do Fábio e sentir um arrepio na sua pele. Queria sentir-se nas nuvens, como só ele a fazia sentir. Mas não podia iludir Pedro, não queria fazê-lo crer que estava disposta a apostar numa relação, quando o sentimento não era mútuo. Não o queria, nem iria magoar, ele não o merecia. Sentou-se na cama a olhar para o ramo e levou as mãos até à cabeça, completamente surpreendida e arrasada com a surpresa que o amigo lhe dera e disse:

-Não sei o que dizer... Não estava à espera. Obrigada! - Disse olhando para o ramo de flores, e depois para Pedro.

-Não tens de agradecer, sabes que este ramo de flores é uma parte muito pequenina do que sinto por ti. - Tocou-lhe na mão e fê-la levantar-se da cama, beijou-a na face e sorriu-lhe. Rita abraçou-o e sussurrou:

-Obrigada, obrigada, obrigada! -  Deu-lhe um beijo na bochecha esquerda e sorriu. Apertou-o fortemente e sentia-se bem, mas não a fazia sentir-se tão bem como quando abraçava Fábio.

-Não tens de quê Ritinha, sabes o quanto gosto de ti e isto é só um miminho!

-Tu não tinhas de o fazer.. Obrigada, nunca me vou esquecer desta prenda! – Naquele instante olhou para Fábio que fugiu com o olhar até á afilhada de ambos. E aquela atitude só demonstrava que estava desiludido. Separou-se de Pedro que lhe disse:

-Tenho mais uma surpresa para ti. – Tirou uma pequena caixa das suas calças e entregou-lhe.

-Não achas que o ramo de flores era mais do que suficiente? Eu já não sei como te agradecer..


-A melhor maneira de agradeceres é usar esta prenda sempre que quiseres! – Rita abriu a prenda e viu.


Gostava do relógio, da sua cor, tamanho e feitio, experimentou-o e ficou ainda mais apaixonada, contrastava bastante bem com o seu pulso frágil e fino. A cor, era a sua preferida e a mistura de tom com o verde, impensável na sua opinião, contrastava bastante bem. Agradeceu-lhe, mais uma vez e deu-lhe dois beijos, e por milésimos de segundo olhou para Fábio que virou o olhar, desiludido. Talvez pensara que as surpresas de Pedro seriam melhores que as suas, mas estava enganado. A melhor prenda que recebera naquele dia, tinha sido a oportunidade de estar com Fábio.

-Mana, eu, o Rúben e a Di também temos alguns miminhos para ti. – Interrompeu a conversa, claramente com a intenção de cortar o mau ambiente que podia começar a existir.

-Sabes que não era preciso mana! – Ana tirou um envelope da mala que estava sobre a cama e deu-lhe. Enquanto Rita olhava para o que estava escrito a irmã explicou-lhe.

-Claro que era preciso, não é todos os dias que se faz dezoito anos!

-Claro que não, assim como os dezassete, os dezanove, os vinte e por aí fora... A única diferença é que agora já sou presa e posso tirar a carta de condução para conduzir um carro, como não tenciono matar ninguém e não tenho dinheiro, nem vou tirar a carta de condução, fica tudo igual.

-Se eu fosse a ti não falava tão cedo... – Respondeu a irmã. -Aí tens a tua licença para tirares a carta para carros. – Pegou num embrulho que estava escondido sobre a cama. –E esta é a prenda da tua afilhada.  

-Obrigada! Muito obrigada!– Deu um abraço á irmã e ao cunhado que a mimaram, sabiam que ela merecia aquela prenda.

-Falta a prenda da tua sobrinha e afilhada! É um pequeno miminho mas esperemos que gostes, foi ela que escolheu! – Rita abriu o saco e admirou a prenda que a pequena afilhada (com ajuda dos pais) lhe tinha oferecido.


Não conseguiu conter uma gargalhada assim que as calçou, e aquele era realmente o seu sorriso de felicidade e de contentamento. Era um dos seus desenhos animados preferidos e a sua forma divertia-a.
A festa acabou por decorrer com bastante animação e conversa á mistura. Enquanto Pedro fazia de tudo para comunicar com todos, inclusivé com Fábio, e divertir-se e tornar o aniversário dela um dia inesquecível para ela, Fábio estava diferente daquilo que todos conheciam. E isso preocupava Rita. Ele evitava falar com Pedro e as palavras que trocava com os familiares da aniversariante, eram apenas as suficientes, parecia que fazia o maior esforço do mundo para ficar apenas concentrado na afilhada. Ela não entendia o porquê daquelas atitudes dele, mas também não lhe queria perguntar. Sentia que a culpa era sua e nada poderia fazer, talvez ele tivesse á espera de uma declaração de amor da parte dela, como ele já havia feito. Mas ela simplesmente não era capaz. Não conseguia admitir que gostava imenso dele e que queria poder beijar-lhe e tocar-lhe como não fazia a mais ninguém, que queria dizer-lhe que o adorava e que queria poder chamar-lhe “namorado” mas não conseguia... Confiava nele, mas não o suficiente para terem uma relação. Apesar de ver nos seus olhos que ele realmente gostava de si, tinha medo de começar uma relação e que ele entendesse que conseguia uma rapariga melhor, e que terminasse tudo com ela.  E sabia que não tinha forças naquele momento para esquecer e ultrapassar... Não tão pouco tempo depois do fim da última relação que a magoara tanto. Tinha medo que ele realmente gostasse de si, mas que não soubesse manter uma relação, e que acabasse nos braços de outras raparigas, como o que lhe fizera Tiago. Tinha medo de tal como na última relação, que acreditasse que tivesse ensinado um mulherengo o que era um amor e uma relação estável e depois entendido tarde demais que era apenas e só mais uma ilusão da sua cabeça e coração. Sabia que a relação amorosa que os poderia unir, só iriam fortificar a amizade que existia entre ambos, mas não era o suficiente para arriscar. Esta era a forma mais eficaz para proteger o seu coração! Desta vez tinha pensado nela e da melhor forma para não sofrer com um erro. Sabia muito bem porque se havia apaixonado por ele. Não era somente o exterior e o seu porte físico, ela havia-se apaixonado pelo interior dele. Porque ele sim, era um homem com H grande. Com um enorme coração e tanto para dar, e ela tinha-se apaixonado por tudo aquilo que ele era... Só que não queria dizer-lhe tudo o que pensava, porque sabia que ele iria tentar beijar-lhe e conquistá-la e ela irremediavelmente iria cair nos braços dele. Por isso decidiu não mais insistir naquele dia, mas não conseguia deixar de pensar na forma como ele estava estranho. Será que se havia passado algo mais? Será que estava tudo bem consigo?
A festa terminou, até porque era um dia de semana e Rita estava bastante cansada e cada um foi para sua casa. Fábio despediu-se de todos e foi até sua casa, assim como Pedro, a irmã e a sua família. E cada um foi descansar, e assim que Rita pousou a cabeça na almofada adormeceu, mas não fora uma noite fácil. Acordou por volta das 3h da manhã onde havia tido um sonho no mínimo estranho.

-Rita. – Ela olhou para a rua procurando de quem poderia ser aquela voz. Aquela voz estava próxima mas não sabia de quem era. Raphael Guzzo aproximou-se de si e falou. –Sei que muito provavelmente não me conheces, mas eu apresento-me, Raphael Guzzo. –Cumprimentou-a com dois beijos, ela sorriu e embora o soubesse não o iria dizer. –Desculpa se vim estragar os teus planos mas preciso de falar contigo, senão te importares.

-Claro que não. Mas como é que me conheces?

-Vivo com o Pedro. Era impossível não ter ouvido falar de ti.

-Ah.. Está bem. – Disse claramente constrangida.

-Sei que não somos propriamente amigos e me deves estar a achar maluquinho no mínimo, mas não te assustes porque não te venho fazer mal nenhum, aliás até te quero ajudar a encontrar a felicidade.

-O que queres dizer com isso? E melhor como achas que me vais ajudar?

-O Pedro ama-te Rita. Ele quer-te de uma forma surreal, mas não me interpretes mal, atenção! O Pedro vê em ti tudo aquilo que quer para a vida dele, é em ti que ele vê a namorada, a futura mulher e mãe dos filhos, dos vossos filhos como ele diz. É em ti que ele vê a “tal”. E quando fala de ti, não sei, os olhos brilham de uma forma tão especial, com um sorriso que nunca ninguém o fez assim. Não sei o que lhe fizeste mas apanhaste-o forte e feio e como tal, queria apenas pedir-te que mesmo que não sintas o mesmo, não o magoes, nem iludas ou desiludas, ele não o merece e iria cair bem fundo.

-E se eu não o amar dessa forma... Especial como ele me ama?

-Lamento informar-te mas não sou nenhum expert em relações amorosas. Mas de certeza que tens outras pessoas com quem contar.

-Infelizmente os meus dois únicos amigos são eles. E como imaginas não irei falar com o Pedro sobre o Fábio, nem vice-versa. – Caminharam durante alguns metros e sentaram-se num pequeno banco de madeira. –Mas tu não tens de ouvir os meus problemas, desculpa incomodar-te.

-Fui eu que vim ter contigo para falarmos, posso não entender muito bem o que é isso de amar, mas posso tentar ajudar-te. E não incomodas nada acredita no que te digo!

-Promete-me que tudo o que vou dizer não contas nem ao Pedro nem ao Fábio.

-Claro que não. Mas calma... Eu conheço o Fábio?

-Sim. Não sei se são amigos mas conheces. É o Fábio Cardoso.

-Ui... Alguém já te disse que tens uma queda por jogadores de futebol?

-Por acaso já tinha reparado. Até porque o meu ex também era amigo do Fábio.

-Então também gostas de te meter em confusões deixa que te diga!

-Não é nada disso! – Sorriu. –Simplesmente aconteceu, não escolhi nada! Tanto é que se escolhesse, não estava no meio desta confusão! O Fábio de um lado e o Pedro de outro!

-Mas tu gostas do Pedro? Ou do Fábio?

-Sinceramente... Não sei. – Disse calmamente mas com receio. –Gosto de sentir as borboletas no estômago quando estou com o Fábio, quando ele me toca, quando me beija, bem nem sei explicar, sinto que vou ao céu. Mas não tenho confiança nele para começar uma relação, tenho medo que me deixe para ir ter com outra entendes? – Ele acenou positivamente com a cabeça. –E com o Pedro... Gosto imenso de estar ao pé dele, faz-me sentir bem e sorrir naturalmente, mas não gosto dele da mesma forma forte como ele me ama. E sei que ele me faria tudo para me ver bem, assim como fez como quando tivemos juntos naquela curte, mas os ciúmes falaram mais alto.

-Acho que as tuas palavras foram bastante claras... A maneira como tu falas de um e do outro muda. Não te sei explicar, mas muda. Do Pedro tu falaste a sorrir, mas do Fábio tu falaste com os olhos a brilhar. Tens medo de magoar o Pedro, e tens medo de ser magoada pelo Fábio.

-Sim, é isso!

-E sinceramente, imagina que estavas num precipício...

-Ai credo Raphael que drama!

-É só um exemplo que talvez te ajude!

-Desculpa. Continua.

-Imagina que estavas num precipício e só podias escolher um para ficar contigo para o resto da tua vida, quem escolherias? – Ela pensou e repensou, e chegou a uma conclusão.”

Rita acordou do seu sonho com claras certezas do que sentia. Mas tinha de falar com a pessoa que lhe roubara mais que um beijo, tinha de lhe dizer que apesar das prendas que Pedro lhe dera, era com ele que ela se sentia realmente feliz. Saiu da cama e pegou nas chaves e saiu, mesmo com o pijama curto de Verão que tinha vestido. Fechou a porta tentando fazer o mínimo de barulho possível e foi até á porta da frente, bateu com a mão contra a porta e esperou algum tempo, como não obteve resposta tocou á campainha durante algum tempo. Esperou e Fábio abriu-lhe a porta de casa, em boxers. Rita abraçou-o e ele embora tenha ficado surpreso durante uns segundos, acabou por pousar a mão sobre o fundo das costas dela e retribuir o abraço.

-Rita. – Disse surpreendido enquanto a vi-a e ela o abraçava. –Que estás aqui a fazer? Está tudo bem?

-Por favor não me deixes! Nunca! – Apertou-o com força, e ele retribuiu apertando-a nos seus braços.

-Como poderia abandonar alguém que amo? – Beijou-lhe a testa e de seguida ela ergueu a cabeça e olhou para ele que pousou o dedo indicador sobre os seus lábios e fê-los deslizar até ao queixo. Como que os desejando. Ela olhou para os olhos dele e aproximou os lábios e tocaram-se por impulso dos dois. As mãos dela deslizaram até ao pescoço dele e ele pegou nela ao colo, fechou a porta com o pé e levou-a até á sala, enquanto se beijavam. Beijos doces e de amor, mas apesar de tudo curtos. Pousou-a no sofá, deitada e ela empurrou-o para cima dele, sem nunca se separem. E aquela sucessão de beijos, outrora amorosos acabaram por se tornar em beijos carregados de desejo. Fábio começou a explorar o pescoço de Rita com beijos e bem perto do peito deixou uma marca bastante característica conhecida como um “chupão”, que ela não podia negar para fazia-a sentir-se bem, fazia-se sentir desejada. Sabia que mais tarde teria de justificar aos pais mas de momento não a preocupara. Beijou-a perto do colar que lhe havia dado e que estava preso ao seu pescoço e regressou novamente aos lábios, onde ela o beijou de forma audaz. As mãos que até há pouco tempo se encontravam pousadas, já estavam com as unhas cravadas sobre as costas dele. As mãos de Fábio já estavam no interior da camisola de Rita explorando o seu abdómen e as suas ancas, aproximava já as mãos do soutien para no final tirar a camisola, mas ela impediu-o. Parou os beijos.

-Pára Fábio! – Pediu puxando a camisola para baixo, tapando-lhe o ventre, e sentando-se no sofá.

-Desculpa Rita. – Levantando-se do sofá e indo em destino incerto.

-Onde vais? Também não precisas de ir embora!

-Vou vestir algo para te deixar mais confortável!

Volvido alguns minutos Fábio voltou com uma camisola de manga á cava vestida e Rita só pensava que apesar da camisola já lhe tapar o tão desejado peito, ainda não cobrira o suficiente, o desejo continuava presente. Mas trazia uma camisola na mão e uns calções.

-Tentei trazer a roupa mais pequena que trouxe mas é capaz de te estar grande. – Pousou a roupa sobre o sofá e deixou um enorme espaço entre si e a amiga. Rita vestiu a camisola e os calções e confirmava-se. A roupa estaria, no mínimo, grande.

-Desculpa. Não tinha intenção forçar-te a nada.

-Não forçaste, descansa!

-Mas estás arrependida?

-Fábio, o que lá vai, lá vai.

-Sim, mas podemos falar do que ia acontecendo. Não te quero deixar desconfortável.

-Vais-me deixar desconfortável por falarmos sobre o que se ia passando!

-Rita... Posso fazer-te uma pergunta?

-Sim, faz.

-Tu és virgem?

-Não significa que só porque não quero fazer sexo, que seja virgem! – Defendeu-se. –Não temos nada juntos, porque nos iríamos envolver a este nível? Nem sabes o que sinto por ti.

-Tu podias facilitar-me a vida e dizer-me.

-Como é que é suposto dizer-te o que sinto quando nem eu sei? – Mentiu.

-Como não sabes o que sentes? – Pousou a cabeça sobre a perna dele e começou a olhar para a televisão que reflectia os dois juntos.

-Simplesmente não sei. Sei que gosto de estar contigo, que gosto de beijar-te, que me fazes feliz e quando sorris alguma coisa mexe comigo, mas não sei o que é! – Sabia bem o que sentia por ele mas não o iria dizer e por isso mentiu.

-Isso é amor! – Respondeu Fábio com os olhos a brilhar fazendo-lhe festas na face. 

-Não, não é. Se fosse eu sabia. – Mentiu mais uma vez, e apesar de demonstrar uma enorme força nas palavras que dizia, por dentro sentia-se fraquejar.

-Também não foi fácil para mim aceitar que estou apaixonado mas como conseguia negar um sentimento que já sabia que era verdade?

-Mas tu sabes que gostas de mim. Eu não sei se gosto de ti. Tu ainda há pouco demonstraste que gostas de mim, era impossível esconderes os ciúmes do Pedro!

-Sim, é verdade. E não vás mais longe, os teus pais sabem o que sinto por ti... Eu disse-lhes!

-O QUÊ?! – Perguntou aumentado um decibéis acima do normal.

-Eu prometi aos teus pais que ia cuidar de ti enquanto amigo e agora tive que lhes dizer que a minha intenção já não é essa. Quero tomar conta de ti sim, mas enquanto namorada.

-Porque fizeste isso? Que é que te deu? O que é que bebeste? Deves ter-te passado da marmita só pode! – Ele aproximou-se dela e respondeu-lhe.

-Porque te amo, e não me importo de esperar por ti, até tu saberes o que sentes.

-Preciso de descansar. – Respondeu mudando rapidamente o tema da conversa.

-É o melhor. E mais uma vez desculpa.

-Fábio... – Hesitou. –Podes vir comigo?

-Sim... Queres que vá contigo?

-Sim! Podes vir comigo?

-Sim, claro. – Foi buscar as chaves de casa e seguiu Rita. Fecharam a porta de casa de Fábio e foram até casa dela, encostaram a porta do quarto dela e ela pediu para ele se deitar sobre a cama, ele obedeceu e pousou a cabeça sobre o peito dele. Que começou a distribuir carícias nas bochechas e a mexer no cabelo dela.

-Desculpa Fábio. Sei que merecias mais, mas tenho medo de me magoar.

-O Tiago magou-te muito, eu sei. E o Pedro desiludiu-te. Tu simplesmente tens medo que eu também te magoe. Mas eu não o farei, eu vou esperar por ti.

-Obrigada! – Ele continuou a mexer-lhe no cabelo e ela acabou por adormecer pouco depois. Rapidamente Fábio entendeu por causa do ar pesado em que ela se havia afundado.

-Amo-te Ritinha. – Disse dando-lhe um beijo sobre a testa. –Sim, sei que tens medo que te magoe como o Tiago te magoou, ou que te desiluda como o Pedro fez, mas eu farei de tudo para te fazer a mulher mais feliz deste planeta e deste universo. E nunca te irei abandonar, porque te amo e vou fazer de tudo para te compensar tudo o que me ensinaste e por tudo o que fizeste por mim. E porque não me imagino mais sem ti. Porque é só a ti que amo. – Deu-lhe um pequeno beijo nos lábios e aconchegou-se ao corpo dela e adormeceu enquanto lhe fazia pequenas festas na bochecha.


“Ay payita mía, guárdate la poesía
Guárdate la alegría pa'ti
No pido que todos los días sean de sol
No pido que todos los viernes sean de fiesta
Tampoco te pido que vuelvas rogando perdón
Si lloras con los ojos secos y hablando de ella”
Tocou o telemóvel de Rita, acordando-os.
-Fábio acorda. – Pediu Rita abanando Fábio tentado despertá-lo. –Adormecemos!
-E agora o que fazemos?
-Rita acorda. Já está na hora! – Ouviram uma voz anunciar do corredor e caminhando em direção ao quarto dela.
-E agora? – Perguntaram em simultâneo olhando um para o outro. 
Será que o senhor Luís os vai apanhar?
Ou será que Fábio vai conseguir esconder-se a tempo? Será que Rita vai compreender o que sente?