sexta-feira, 13 de maio de 2016

Capítulo 38 "Eu amo-te da única forma que um homem pode amar-te"


Rita e Fábio foram até ao carro e seguiram viagem até Lisboa onde queriam aproveitar para namorar e passear pela cidade, apesar de estarem juntos bastantes vezes, ainda existia o sentimento de magia, de felicidade no seu estado mais puro, apenas eles a viver una vida... Juntos. Eram jovens, tinham uma vida pela frente mas queriam aproveitar todo e qualquer momento, porque apesar de alguns parecerem simples aos olhos de outras pessoas, eles sentiam como se fosse mágico. Ao atravessarem a ponte, Rita olhava perdida para Fábio e para o fundo azul ao seu lado, o barulho específico dos ferros que estavam sobre o chão de uma via não a incomodavam, apenas ele captava toda a sua doce atenção e a música que se fazia ouvir no carro, e que ele cantava.
-Em que estás a pensar? - Fábio interrompeu-lhe os pensamentos, apanhando-a no meio dos seus pensamentos. Será que lhe devia dizer a verdade ou dizer algo diferente, mas sem mentir? Não lhe conseguiria mentir, nem se tentasse.
-Se dissesse não acreditarias.
-Experimenta.
-Estava a admirar-te. - Disse genuinamente fazendo-o sorrir de felicidade e de surpresa.
-É incrível como nos conhecemos à já algum tempo e continuamos a sentir nas nuvens apenas pelo simples facto de estarmos juntos.
-É de estarmos completamente apaixonados e por nos amarmos tanto.
-Mas tenho medo que este brilho um dia termine.
-Só depende de nós.
-Fábio, sei que não se mede o amor em quantidades como as embalagens mas quero que saibas que eu amo-te. Amo-te mesmo. Mais do que amei o Tiago. Sabes porquê? Porque é a ti que amo e limitei-me a apenas gostar dele.
-E eu amo-te da única forma que um homem pode amar-te. - O coração de Rita aumentou drasticamente o ritmo em que batia e ela sorriu, corou e quis beijá-lo mas sabia que não podia. - E vou amar sempre Rita, mesmo que um dia por alguma razão a vida nos separe, este coração. - Colocou a mão direita sobre o seu peito, na zona onde estaria o coração. - Será apenas e só teu.

A felicidade de ambos, o sentimento e a relação não era apenas temporária, era definitiva e para sempre, Rita queria acreditar nisso, Fábio sentia-o e sentiam também que nada os poderia abalar. - Acho que está na altura de te tornar pública.

-Queres dizer a altura em que passo a ser a pessoa mais odiada da Margem Sul? A altura em que me identificas nas tuas fotos e as minhas orelhas ficam quentes todo o Inverno?
-Tinha de trazer algo de bom não é verdade?
-Ao menos continuo com os pés frios para alguém aquecer...
-É impossível os teus pés serem mais frios sabes disso? Tu estás com meias, mal as tiras ficas com os pés parece gelo, será possível?
-Pelos vistos até os meus pés gostam dos teus pés de ogre... Vou avisar o Bernardo que ele tinha razão quanto aos teus pés!
-Não foi o Bruno que te disse isso?
-Não me lembro, mas tenho ciúmes deles, cá para mim querem comer-te! - Fábio riu-se, nada o faria sorrir tanto como aquela rapariga e nada o deixava tão feliz quanto ela o deixava.

-Claro que sim, não haja dúvida!
-E já tens decidido alguma foto para publicares ou ainda estás à espera para tirarmos uma?
-Qualquer foto onde estejas é simplesmente fantástica sabias?
-É impressão minha ou esta conversa tem mais perguntas que respostas?
-Quem saberá?!
-Simplesmente quero ter a certeza que publicas uma foto onde esteja bem, apesar de tu dizeres que estou bem em todas!
-E não estás?
-Não, longe de mim! Eu acho que fico mal em todas as fotos, tu é que vês um ângulo bom nas minhas fotos que eu não vejo!
-Isso é porque não viste bem!
-Amor, quero que as raparigas me vejam e pensem que sou linda para ti, nem mais feia, nem menos feia, à altura percebes?
-Eu não quero saber do que elas acham ou não babe, só quero saber do que eu acho de ti e eu amo-te, isso chega-me. - Colocou a mão na perna dela que a fez corar e tremer por completo, apesar de já se terem envolvido, ela continuava a ter pontos fracos, muito suscetíveis e ele conhecia-os bem e ela decidiu captar o momento.





-Tu importaste de tirar a mão da minha perna e pôr nas mudanças se faz favor? Para a próxima vimos mas é de mota e eu venho a conduzir!
-Nem penses nisso, as motas são muito inseguras e eu não vou pôr as nossas vidas em risco!
-Com a velocidade a que vais, podes querer que as nossas vidas estão em perigo, já viste isto? Estás a 150!
-Amor, sou um ótimo condutor e o carro é seguro, descontrai!
-Bebé, a minha mota é muito segura e eu sou uma condutora excelente!
-Estou a reduzir. - Respondeu e Rita sorriu, sabia usar os argumentos certos e ele sabia-o, rendia-se por completo.
-Mas está descansado que sou mesmo boa condutora e antes de mais vamos primeiro a Belém, quero ir ao CCB e aos pastéis e mostrar-te a vista fantástica do estádio do Restelo!
-Achas que eu não conheço a vista do estádio?
-E gostas dos pastéis?
-Dizem que são bons...
-Nunca provaste?
-Nem por isso, vejo que a fila tem tanta gente que acabo por desistir.
-Vamos provar então.
Passado alguns minutos, Fábio chegou ao Restelo e deixou o carro um pouco mais acima do bonito estádio do Belenenses e deram as mãos e aproximaram-se até não puderem mais.

-A minha cidade é sensacional.
-Mas tu não és de Coimbra?
-Sou sim, mas sempre vivi cá... E o meu irmão já cá nasceu, no fundo também sou um bocado alfacinha.
-Cada vez te conheço melhor e cada vez me apaixono mais por ti. - Disse dando a mão a Rita e fazendo-a deliciar-se por completo, não apenas porque se havia declarado (mais uma vez) a ela mas sim pelo lado mais genuíno que ele demonstrara e pelo facto de não ter sido propositado, ele sentiu e pensou no momento e desabafou-o e isso fê-la sorrir e acima de tudo, fê-la feliz. - Já nem imagino a minha vida sem ti sabes? Já não me imagino a acordar de manhã sem o teu sorriso e sem a tua boa-disposição e energia, já não imagino o que é dormir sem ser agarrado a ti, a beijar-te quando me apetecesse e fazer-te uma serenata. A provar os teus deliciosos cozinhados. No fundo, eu já não viveria sem ti, meu amor. Tu misturas um lado tão ingénuo, tão infantil e um lado tão confiante mas tão calmo, e eu não poderia pedir melhor para mim. Somos tão novos e eu precisava de alguém que entendesse o meu lado mais infantil e puxasse pelo lado mais maturo e acima de tudo que o entendesse. O teu sorriso é tão genuíno Rita, posso confessar às vezes como o de uma criança, basta apenas um beijo ou um sorriso e faço-te corar, e eu já perdi a conta às vezes que te fiz corar e tu nem dás por isso! É incrível como tens sempre resposta na ponta da língua, como as crianças, e dizes o que te vai na alma, sem pensares nas consequências, pensas mais com o coração que com a cabeça e os adultos simplesmente já não conseguem ser assim. Tu quando amas, amas, lutas e não desistes, quando não gostas, simplesmente não te conseguem conquistar por nada... Mas também tens um lado tão maturo, um lado tão sério, quando assumes e pões na cabeça algo, pode ter-se garantido que não desistes facilmente, e se erras, tu assumes o erro e sofres pelas consequência disso até ao último momento. Não suportas faltas de profissionalismo, nem pessoas com a mania que são algo mais, és humilde e garanto-te que és das pessoas mais simpáticas que conheço. És insegura por vezes e tão segura noutras alturas e eu começo a desvendar-te, começo a saber os teus pontos fracos e fortes como tu sabes os meus, porque tu és uma mulher simplesmente incrível.

Quando Fábio acabou, Rita já não conseguia controlar as lágrimas que lhe caiam dos olhos, ele amava-a, de verdade, como ele nunca pensara amar na vida. Até então duvidara que o amor algum dia viesse ter consigo e por isso preferia ter relações sem compromisso, mas desde que a rapariga chegara à sua vida que mudara tudo, mesmo antes do 1º olhar trocado, ele já sentia uma ligação a ela, por isso tinha-lhe enviado aquela mensagem no Facebook.

(Passado uma semana)
Desde que as férias de Natal da escola começaram que Rita viajara com o irmão, para Coimbra, para junto do seu avô. O que significara que não via Fábio há quase uma semana e embora falasse com ele todos os dias, por vezes, até durante horas a fio, as saudades começavam a apertar cada vez mais, tinha saudades dos seus beijos, do seu abraço... E do seu toque. O seu coração apertava sempre que se lembrava de tudo isso. Queria fazer-lhe uma surpresa mas sabia que não era fácil e não queria deixar o seu avô sozinho com o seu irmão. E até porque era véspera de Natal, os seus pais chegaram no dia anterior e iriam ficar durante uns dias, e hoje era o aniversário do seu progenitor... Iriam passar o dia juntos e depois do jantar iriam abrir as prendas e ela estava mais que ansiosa por abrir as prendas que Fábio lhe dera. Era apenas duas e ambas pequenas, mas estava ansiosa, sabia que ele a iria surpreender de todo, só ele a conseguia surpreender de uma forma que ela nunca esperaria.

-Rita, está na altura de te dar a prenda de aniversário do Fábio.
-Mas não era só para abrir depois do jantar? Mas porque vais buscar? Ele deu-me duas e estão debaixo da árvore.
-Não filha, ele deu-te 3, uma é que não dava para embrulhar e então pediu-me a mim e ao teu pai para guardarmos e te trazermos.
-Eu não acredito! - Disse surpreendida. - Ele não está à minha espera pois não?
-Não, está descansada que ele está em Águeda com os teus sogrinhos. Vou buscar a tua prenda aos vizinhos que logo não posso ir lá buscar que eles devem estar a celebrar o dia.
Rita já não conseguia aguentar a ansiedade de não saber que prenda poderia ser, e naqueles minutos que a mãe demorara até chegar novamente a casa, a curiosidade matara-a e ela pressionara o irmão, o pai e o avô mas nenhum deles lhe dizia. Assim que a mãe entrou na sala com um pequenino cão nos seus braços.



-Apresento-te o teu filho adotivo. - Realçou a última palavra. - E do Fábio, pelo menos enquanto não começa a prática e não têm um biológico. - Rita engoliu em seco, a prática já começara, mas ainda não tivera coragem de contar à mãe, não sabia como abordar o tema. Levantou-se do sofá e foi pegar no pequenino cão e enchê-lo de mimos.
-Gostas? Que nome lhe queres dar?
-Christian. - Deu-lhe um beijo e fez-lhe uma festa. Pousou-o no chão e seguiu-o até captar uma boa fotografia do cachorrinho.
Ficou completamente vidrada naquele pequenino cão, ora o pousava no chão para o ver descobrir a casa, ora o pegava ao colo para lhe dar pequenos mimos, até que ouviu o telemóvel apitar, era Fábio:

Tenho uma surpresa para ti”
Qual?”
Primeiro, diz-me uma coisa”
Diz-me”
Tens saudades minhas?”
MUITAS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
De certeza?”
Sim, absoluta!!”
Então anda dar-me um beijo. Estou aqui fora, à porta”

Rita pousou o cão no chão, e correu até à porta de casa, abriu-a e saltou para os braços de Fábio.
-Amo-te, amo-te, amo-te! - Encheu-lhe a face de beijos e apertou-o fortemente nos braços.
-Eu também te amo minha princesa! - Deram um beijo sentido nos lábios.
Rita foi para o chão e deu-lhe a mão e entraram dentro de casa.
-Anda ver o Christian.
-Christian? Quem é o Christian?
-O nosso filho adotivo como lhe chamou a minha mãe! Que achas do nome?
-Adoro!! - Deu-lhe um beijo na testa.
Entraram dentro de casa e Rita apresentou-o ao avô, de seguida, foram cumprimentar a restante família.
-A tua irmã?
-Hoje foram passar o dia a casa da família do Rúben, amanhã passam o dia connosco.
-Depois manda-me uma foto da nossa afilhada com a prenda que lhe demos.
-Sim, pai!
Fábio distribuiu as prendas que havia trazido para toda a família, até para Rita, porque até lhe tinha comprado mais duas prendas.
-Mãe?
-Sim, filha?
-Não te importas de irmos dar uma volta pela cidade? Gostava que o Fábio conhecesse a cidade onde nasci, mas com a minha companhia.
-Não demorem! Levam o Christian?
-Sim, mãe!
-Muito gosto em ver-te, Fábio e obrigada pelas prendas!
-De nada sogrinha, o gosto foi todo meu em ver-vos!
Rita e Fábio pegaram em Christian e foram passear de carro pela cidade.
-Sabes do que sentia mesmo saudades? - Rita pousou as mãos em cima das pernas de Fábio e começou a aproximá-las, provocando-o.

-Tu adoras provocar-me! Achas bem com o nosso filho adotivo no carro?
-Não estás com saudades?
-Sabes bem que sim...
-Para o carro.
-Aqui?
-Sim, não passa por aqui muita gente.
-Por isso é que me estavas a dar indicações para virmos para aqui...
-Podemos praticar os nossos filhos biológicos.
-Força nisso, meu amor, mostra-me do que és capaz. Pediu e Rita fez-lhe a vontade. Primeiro deixou Christian no banco de trás, enquanto Fábio puxava o seu banco para trás, de seguida, a rapariga sentou-se de frente no colo dele, e apesar de não ter sido confortável para nenhum dos dois, foi a melhor forma de matarem saudades.
Depois decidiram voltar para casa, Fábio ainda tinha de viajar até Águeda e ela ainda tinha de tomar banho e rezar para ninguém estranhar a sua ausência tão prolongada, e lhe perguntar onde tinham ido passear, porque sabia que não tinha o que responder e não queria ter de mentir. Despediu-se do namorado e foi até casa, com o pequeno Christian ao colo e cumprimentou toda a família, mais uma vez, até ir à cozinha onde a mãe tratava dos últimos pormenores.

-Posso dar-te uma palavrinha, filha?
-Claro. - O irmão e o pai deixaram a cozinha e ficaram sozinhas mãe e filha.
-Tu e o Fábio... Já chegaram a vias de facto?

O que irá responder Rita?
Será que vai optar por mentir ou dizer a verdade? Como irá reagir a mãe?

1 comentário:

  1. Olá :)
    Adorei o cãozinho *.*
    Opah!...estou para ver o que irá responder a Rita...ui :P
    Espero que ela diga a verdade porque uma mãe sabe sempre tudo :P
    Acho que a mãe dela vai reagir bem
    Próximo please sff
    Bjs

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