Rita
e Fábio foram até ao carro e seguiram viagem até Lisboa onde
queriam aproveitar para namorar e passear pela cidade, apesar de
estarem juntos bastantes vezes, ainda existia o sentimento de magia,
de felicidade no seu estado mais puro, apenas eles a viver una
vida... Juntos. Eram jovens, tinham uma vida pela frente mas queriam
aproveitar todo e qualquer momento, porque apesar de alguns parecerem
simples aos olhos de outras pessoas, eles sentiam como se fosse
mágico. Ao atravessarem a ponte, Rita olhava perdida para Fábio e
para o fundo azul ao seu lado, o barulho específico dos ferros que
estavam sobre o chão de uma via não a incomodavam, apenas ele
captava toda a sua doce atenção e a música que se fazia ouvir no
carro, e que ele cantava.
-Em
que estás a pensar? -
Fábio interrompeu-lhe os pensamentos, apanhando-a no meio dos seus
pensamentos. Será que lhe devia dizer a verdade ou dizer algo
diferente, mas sem mentir? Não lhe conseguiria mentir, nem se
tentasse.
-Se
dissesse não acreditarias.
-Experimenta.
-Estava
a admirar-te. -
Disse genuinamente fazendo-o sorrir de felicidade e de surpresa.
-É
incrível como nos conhecemos à já algum tempo e continuamos a
sentir nas nuvens apenas pelo simples facto de estarmos juntos.
-É
de estarmos completamente apaixonados e por nos amarmos tanto.
-Mas
tenho medo que este brilho um dia termine.
-Só
depende de nós.
-Fábio,
sei que não se mede o amor em quantidades como as embalagens mas
quero que saibas que eu amo-te. Amo-te mesmo. Mais do que amei o
Tiago. Sabes porquê? Porque é a ti que amo e limitei-me a apenas
gostar dele.
-E
eu amo-te da única forma que um homem pode amar-te. -
O coração de Rita aumentou drasticamente o ritmo em que batia e ela
sorriu, corou e quis beijá-lo mas sabia que não podia. -
E vou amar sempre Rita, mesmo que um dia por alguma razão a vida nos
separe, este coração. -
Colocou a mão direita sobre o seu peito, na zona onde estaria o
coração. -
Será apenas e só teu.
A
felicidade de ambos, o sentimento e a relação não era apenas
temporária, era definitiva e para sempre, Rita queria acreditar
nisso, Fábio sentia-o e sentiam também que nada os poderia abalar.
- Acho
que está na altura de te tornar pública.
-Queres
dizer a altura em que passo a ser a pessoa mais odiada da Margem Sul?
A altura em que me identificas nas tuas fotos e as minhas orelhas
ficam quentes todo o Inverno?
-Tinha
de trazer algo de bom não é verdade?
-Ao
menos continuo com os pés frios para alguém aquecer...
-É
impossível os teus pés serem mais frios sabes disso? Tu estás com
meias, mal as tiras ficas com os pés parece gelo, será possível?
-Pelos
vistos até os meus pés gostam dos teus pés de ogre... Vou avisar o
Bernardo que ele tinha razão quanto aos teus pés!
-Não
foi o Bruno que te disse isso?
-Não
me lembro, mas tenho ciúmes deles, cá para mim querem comer-te! -
Fábio riu-se, nada o faria sorrir tanto como aquela rapariga e nada
o deixava tão feliz quanto ela o deixava.
-Claro
que sim, não haja dúvida!
-E
já tens decidido alguma foto para publicares ou ainda estás à
espera para tirarmos uma?
-Qualquer
foto onde estejas é simplesmente fantástica sabias?
-É
impressão minha ou esta conversa tem mais perguntas que respostas?
-Quem
saberá?!
-Simplesmente
quero ter a certeza que publicas uma foto onde esteja bem, apesar de
tu dizeres que estou bem em todas!
-E
não estás?
-Não,
longe de mim! Eu acho que fico mal em todas as fotos, tu é que vês
um ângulo bom nas minhas fotos que eu não vejo!
-Isso
é porque não viste bem!
-Amor,
quero que as raparigas me vejam e pensem que sou linda para ti, nem
mais feia, nem menos feia, à altura percebes?
-Eu
não quero saber do que elas acham ou não babe, só quero saber do
que eu acho de ti e eu amo-te, isso chega-me. -
Colocou a mão na perna dela que a fez corar e tremer por completo,
apesar de já se terem envolvido, ela continuava a ter pontos fracos,
muito suscetíveis e ele conhecia-os bem e ela decidiu captar o
momento.
-Tu
importaste de tirar a mão da minha perna e pôr nas mudanças se faz
favor? Para a próxima vimos mas é de mota e eu venho a conduzir!
-Nem
penses nisso, as motas são muito inseguras e eu não vou pôr as
nossas vidas em risco!
-Com
a velocidade a que vais, podes querer que as nossas vidas estão em
perigo, já viste isto? Estás a 150!
-Amor,
sou um ótimo condutor e o carro é seguro, descontrai!
-Bebé,
a minha mota é muito segura e eu sou uma condutora excelente!
-Estou
a reduzir. -
Respondeu e Rita sorriu, sabia usar os argumentos certos e ele
sabia-o, rendia-se por completo.
-Mas
está descansado que sou mesmo boa condutora e antes de mais vamos
primeiro a Belém, quero ir ao CCB e aos pastéis e mostrar-te a
vista fantástica do estádio do Restelo!
-Achas
que eu não conheço a vista do estádio?
-E
gostas dos pastéis?
-Dizem
que são bons...
-Nunca
provaste?
-Nem
por isso, vejo que a fila tem tanta gente que acabo por desistir.
-Vamos
provar então.
Passado
alguns minutos, Fábio chegou ao Restelo e deixou o carro um pouco
mais acima do bonito estádio do Belenenses e deram as mãos e
aproximaram-se até não puderem mais.
-A
minha cidade é sensacional.
-Mas
tu não és de Coimbra?
-Sou
sim, mas sempre vivi cá... E o meu irmão já cá nasceu, no fundo
também sou um bocado alfacinha.
-Cada
vez te conheço melhor e cada vez me apaixono mais por ti. -
Disse dando a mão a Rita e fazendo-a deliciar-se por completo, não
apenas porque se havia declarado (mais uma vez) a ela mas sim pelo
lado mais genuíno que ele demonstrara e pelo facto de não ter sido
propositado, ele sentiu e pensou no momento e desabafou-o e isso
fê-la sorrir e acima de tudo, fê-la feliz. -
Já nem imagino a minha vida sem ti sabes? Já não me imagino a
acordar de manhã sem o teu sorriso e sem a tua boa-disposição e
energia, já não imagino o que é dormir sem ser agarrado a ti, a
beijar-te quando me apetecesse e fazer-te uma serenata. A provar os
teus deliciosos cozinhados. No fundo, eu já não viveria sem ti, meu
amor. Tu misturas um lado tão ingénuo, tão infantil e um lado tão
confiante mas tão calmo, e eu não poderia pedir melhor para mim.
Somos tão novos e eu precisava de alguém que entendesse o meu lado
mais infantil e puxasse pelo lado mais maturo e acima de tudo que o
entendesse. O teu sorriso é tão genuíno Rita, posso confessar às
vezes como o de uma criança, basta apenas um beijo ou um sorriso e
faço-te corar, e eu já perdi a conta às vezes que te fiz corar e
tu nem dás por isso! É incrível como tens sempre resposta na ponta
da língua, como as crianças, e dizes o que te vai na alma, sem
pensares nas consequências, pensas mais com o coração que com a
cabeça e os adultos simplesmente já não conseguem ser assim. Tu
quando amas, amas, lutas e não desistes, quando não gostas,
simplesmente não te conseguem conquistar por nada... Mas também
tens um lado tão maturo, um lado tão sério, quando assumes e pões
na cabeça algo, pode ter-se garantido que não desistes facilmente,
e se erras, tu assumes o erro e sofres pelas consequência disso até
ao último momento. Não suportas faltas de profissionalismo, nem
pessoas com a mania que são algo mais, és humilde e garanto-te que
és das pessoas mais simpáticas que conheço. És insegura por vezes
e tão segura noutras alturas e eu começo a desvendar-te, começo a
saber os teus pontos fracos e fortes como tu sabes os meus, porque tu
és uma mulher simplesmente incrível.
Quando
Fábio acabou, Rita já não conseguia controlar as lágrimas que lhe
caiam dos olhos, ele amava-a, de verdade, como ele nunca pensara amar
na vida. Até então duvidara que o amor algum dia viesse ter consigo
e por isso preferia ter relações sem compromisso, mas desde que a
rapariga chegara à sua vida que mudara tudo, mesmo antes do 1º
olhar trocado, ele já sentia uma ligação a ela, por isso tinha-lhe
enviado aquela mensagem no Facebook.
(Passado
uma semana)
Desde que as férias
de Natal da escola começaram que Rita viajara com o irmão, para
Coimbra, para junto do seu avô. O que significara que não via Fábio
há quase uma semana e embora falasse com ele todos os dias, por
vezes, até durante horas a fio, as saudades começavam a apertar
cada vez mais, tinha saudades dos seus beijos, do seu abraço... E do
seu toque. O seu coração apertava sempre que se lembrava de tudo
isso. Queria fazer-lhe uma surpresa mas sabia que não era fácil e
não queria deixar o seu avô sozinho com o seu irmão. E até porque
era véspera de Natal, os seus pais chegaram no dia anterior e iriam
ficar durante uns dias, e hoje era o aniversário do seu
progenitor... Iriam passar o dia juntos e depois do jantar iriam
abrir as prendas e ela estava mais que ansiosa por abrir as prendas
que Fábio lhe dera. Era apenas duas e ambas pequenas, mas estava
ansiosa, sabia que ele a iria surpreender de todo, só ele a
conseguia surpreender de uma forma que ela nunca esperaria.
-Rita,
está na altura de te dar a prenda de aniversário do Fábio.
-Mas
não era só para abrir depois do jantar? Mas porque vais buscar? Ele
deu-me duas e estão debaixo da árvore.
-Não
filha, ele deu-te 3, uma é que não dava para embrulhar e então
pediu-me a mim e ao teu pai para guardarmos e te trazermos.
-Eu
não acredito! -
Disse surpreendida. -
Ele não está à minha espera pois não?
-Não,
está descansada que ele está em Águeda com os teus sogrinhos. Vou
buscar a tua prenda aos vizinhos que logo não posso ir lá buscar
que eles devem estar a celebrar o dia.
Rita já não
conseguia aguentar a ansiedade de não saber que prenda poderia ser,
e naqueles minutos que a mãe demorara até chegar novamente a casa,
a curiosidade matara-a e ela pressionara o irmão, o pai e o avô mas
nenhum deles lhe dizia. Assim que a mãe entrou na sala com um
pequenino cão nos seus braços.
-Apresento-te
o teu filho adotivo. -
Realçou a última palavra. -
E do Fábio, pelo menos enquanto não começa a prática e não têm
um biológico. -
Rita engoliu em seco, a prática já começara, mas ainda não tivera
coragem de contar à mãe, não sabia como abordar o tema.
Levantou-se do sofá e foi pegar no pequenino cão e enchê-lo de
mimos.
-Gostas?
Que nome lhe queres dar?
-Christian.
-
Deu-lhe um beijo e fez-lhe uma festa. Pousou-o no chão e seguiu-o
até captar uma boa fotografia do cachorrinho.
Ficou completamente
vidrada naquele pequenino cão, ora o pousava no chão para o ver
descobrir a casa, ora o pegava ao colo para lhe dar pequenos mimos,
até que ouviu o telemóvel apitar, era Fábio:
“Tenho
uma surpresa para ti”
“Qual?”
“Primeiro,
diz-me uma coisa”
“Diz-me”
“Tens
saudades minhas?”
“MUITAS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
“De
certeza?”
“Sim,
absoluta!!”
“Então
anda dar-me um beijo. Estou aqui fora, à porta”
Rita pousou o cão
no chão, e correu até à porta de casa, abriu-a e saltou para os
braços de Fábio.
-Amo-te,
amo-te, amo-te! -
Encheu-lhe a face de beijos e apertou-o fortemente nos braços.
-Eu
também te amo minha princesa! -
Deram um beijo sentido nos lábios.
Rita foi para o chão
e deu-lhe a mão e entraram dentro de casa.
-Anda
ver o Christian.
-Christian?
Quem é o Christian?
-O
nosso filho adotivo como lhe chamou a minha mãe! Que achas do nome?
-Adoro!!
-
Deu-lhe um beijo na testa.
Entraram dentro de
casa e Rita apresentou-o ao avô, de seguida, foram cumprimentar a
restante família.
-A
tua irmã?
-Hoje
foram passar o dia a casa da família do Rúben, amanhã passam o dia
connosco.
-Depois
manda-me uma foto da nossa afilhada com a prenda que lhe demos.
-Sim,
pai!
Fábio distribuiu as
prendas que havia trazido para toda a família, até para Rita,
porque até lhe tinha comprado mais duas prendas.
-Mãe?
-Sim,
filha?
-Não
te importas de irmos dar uma volta pela cidade? Gostava que o Fábio
conhecesse a cidade onde nasci, mas com a minha companhia.
-Não
demorem! Levam o Christian?
-Sim,
mãe!
-Muito
gosto em ver-te, Fábio e obrigada pelas prendas!
-De nada sogrinha, o gosto foi todo meu em ver-vos!
-De nada sogrinha, o gosto foi todo meu em ver-vos!
Rita e Fábio
pegaram em Christian e foram passear de carro pela cidade.
-Sabes
do que sentia mesmo saudades? -
Rita pousou as mãos em cima das pernas de Fábio e começou a
aproximá-las, provocando-o.
-Tu
adoras provocar-me! Achas bem com o nosso filho adotivo no carro?
-Não
estás com saudades?
-Sabes
bem que sim...
-Para
o carro.
-Aqui?
-Sim,
não passa por aqui muita gente.
-Por
isso é que me estavas a dar indicações para virmos para aqui...
-Podemos
praticar os nossos filhos biológicos.
-Força
nisso, meu amor, mostra-me do que és capaz. - Pediu e Rita fez-lhe a vontade. Primeiro deixou Christian no banco de
trás, enquanto Fábio puxava o seu banco para trás, de seguida, a
rapariga sentou-se de frente no colo dele, e apesar de não ter sido
confortável para nenhum dos dois, foi a melhor forma de matarem
saudades.
Depois decidiram
voltar para casa, Fábio ainda tinha de viajar até Águeda e ela
ainda tinha de tomar banho e rezar para ninguém estranhar a sua
ausência tão prolongada, e lhe perguntar onde tinham ido passear,
porque sabia que não tinha o que responder e não queria ter de
mentir. Despediu-se do namorado e foi até casa, com o pequeno
Christian ao colo e cumprimentou toda a família, mais uma vez, até
ir à cozinha onde a mãe tratava dos últimos pormenores.
-Posso
dar-te uma palavrinha, filha?
-Claro.
-
O irmão e o pai deixaram a cozinha e ficaram sozinhas mãe e filha.
-Tu
e o Fábio... Já chegaram a vias de facto?
O que irá responder
Rita?
Será que vai optar
por mentir ou dizer a verdade? Como irá reagir a mãe?
Olá :)
ResponderEliminarAdorei o cãozinho *.*
Opah!...estou para ver o que irá responder a Rita...ui :P
Espero que ela diga a verdade porque uma mãe sabe sempre tudo :P
Acho que a mãe dela vai reagir bem
Próximo please sff
Bjs