domingo, 3 de novembro de 2013

Capítulo 07: “Podes-me dar um miminho por favor?”



-Boa tarde Fábio. – Disse o senhor de meia idade.

-Boa tarde senhor... – Não sabia qual era o seu nome, nem qualquer tipo de informações sobre ele. Apenas que estava na mesma casa em que vivia Rita, mas esta informação não lhe dava certezas de quem era aquele homem. Apenas sabia que não era o irmão de Rita. – Desculpe incomodá-lo mas tive de vir tocar à sua porta por uma questão de força maior.

-Entra rapaz! – Deixou espaço para Fábio entrar para dentro de casa de Rita. Era algo tão íntimo e pessoal, era invadir o espaço pessoal de alguém, em especial o novo lar daquela família que vivia ali tão recentemente. Ele entrou envergonhado e devagar. O senhor não se deixou intimidar e continuou a caminhar e Fábio seguiu-lhe. Entraram numa divisão, a sala de estar daquela família. Mais ou menos com o mesmo comprimento da sua, mas era bastante visível a mudança recente.

-Desculpa lá, esqueci-me completamente de me apresentar! – Esticou a mão a Fábio que rapidamente lhe retribuiu o gesto e deram um “passou-bem”. – Chamo-me Luís e sou pai da Rita, da Diana e do Pedro. E tu sei que és o Fábio Cardoso. – Sentaram-se no sofá e a falta de conforto de Fábio era bastante clara, ele estava envergonhado com toda aquela situação.

-Sim. Exatamente! – Respondeu Fábio com as pernas abertas e com as mãos pousadas sobre o meio das mesmas e coçando as mãos, não sabia o que dizer. Não queria parecer rude ou mal educado mas também queria perguntar pela sua amiga.

-Rapaz não me trates por você que só tenho 40 anos, não me faças sentir ainda mais velho que já estou! Ainda me faltam 25 anos para a reforma! – Disse animado. – Trata-me por tu e por Luís, não há cá rodeios ou medos.

-Pois. – A situação não era em nada a desejada por Fábio e deixava tudo bem claro. – Vou tentar tratá-lo com respeito e não fazê-lo sentir mais velho! – Pela primeira vez desde que se tinha cruzado com aquele senhor que conseguiu sorrir e foi um sorriso retribuído.

-Já me falaram muito de ti.

-A sério? Posso perguntar porquê? – Ficou admirado. Será que tinha sido Rita a falar com o seu pai? Ou teria sido outra pessoa?

-Podes e deves! – Luís era um homem que fazia tudo para deixar Fábio menos envergonhado do que estava e o divertimento era uma palavra-chave. – Como a Rita sou viciado no Benfica e sigo tudo! Acompanho a tua carreira desde que chegaste ao Benfica e devo dizer que se lutares terás um enorme futuro pela frente, mas não é com aquele treinador do Benfica que vais ter oportunidades infelizmente! E não é com o cepo do Jardel que vais aprender, aliás tu é que lhe vais ensinar o que faz um patrão da defesa! – Confessou Luís. E Fábio teria de responder ás suas palavras. Nem que fosse para agradecer o apoio.

-Muito obrigada pelo apoio! – Disse com um sorriso nos lábios a transbordar orgulho no que acabara de ouvir. -É bom saber que dão valor ao meu trabalho, não só no jogo, mas como o trabalho diário dos treino. Esforço-me por não desiludir os meus fãs, por demonstrar aos benfiquistas e a todos que a formação do Benfica tem qualidade e que tem é de nos ser dadas oportunidades. Porque iremos provar o nosso valor e eu acredito que com esforço e um pouco de sorte irá chegar à minha oportunidade na equipa A. Sinceramente enquanto jogador não tenho razões de queixa nem do Jorge Jesus nem do Jardel. O mister tem seguido a carreira de cada jogador da minha equipa e aos poucos vai apostando em nós. Enquanto benfiquista acho que apesar de já ter dado muito ao clube, a equipa já não está com ele, mas também não podemos pedir-lhe para sair nesta altura do campeonato! Era entregar o título aos adversário e só faria mal ao clube. E quanto ao Jardel, é um bom central, com experiência e idade, não tenho nada a apontar-lhe. – Estavam a discutir futebol e a trocar opiniões. Fábio nunca desistia da sua opinião mas talvez na conversa com Luís, dê-se por fim o braço a torcer.

-Sabes filho. A minha filha tinha razão, pelas tuas palavras entendi que tens as tuas ideias fixas e que és lutador. Só te posso desejar as maiores felicidades e de preferência junto à minha filha. Ela não te quer dizer mas aqui entre nós, ela simpatizou contigo. – O sorriso ingénuo e puro de Fábio voltou a surgir nos seus lábios, era um sorriso de felicidade e orgulho. Tinha falado com o pai sobre ele e tinha gostado dele.

-Também gosto muito da sua filha! Foi uma pessoa que me cativou desde que começamos a falar! – Confessou.

-Mas tem cuidado rapaz, ela saiu de uma relação longa recentemente, e eu e a mãe dela separamo-nos e tudo à pouco tempo. Não te precipites em relação a ela por favor. Neste momento precisa de um amigo. – Estavam a ter uma conversa entre dois homens adultos. Falavam de Rita não como um objeto, mas enquanto pessoa sensível mas que demonstrava ser forte, que tinha passado por muito durante a sua vida e nunca desistira de lutar.

-Ela já me deixou bem claro que só quer uma amizade e eu farei tudo para a apoiar, para ser seu amigo. Por estar do seu lado e de apoiá-la, sem segundas intenções esteja descansado. – Eram aquelas as palavras que Luís queria ouvir. Não queria a sua “menina” novamente magoada por causa de um “estupor” sem sentimentos que só a queria magoar, queria garantir-se que a filha estava a recompor-se de duas infelicidades e iria ser feliz, como merecia.

-Vou confiar em ti rapaz! – Deram um aperto de mão, simbólico  Apenas simbolizando a promessa que fizeram entre ambos. – Podia levar-te ao quarto da Ritinha mas ela tem andado enjoada há dois dias e está a dormir.
Entretanto apareceu um rapaz com 6 aninhos naquela divisão. Seria aquele o irmão de Rita?

-Olá! – Esticou a mão a Fábio que foi retribuído. – Chamo-me Pedro Madeira e tu?

-Fábio Cardoso. – O menino tinha algumas semelhanças com Rita, os olhos esverdeados e alguns caracóis mais irrequietos, o sorriso característico e uma simpatia enorme.

-Pápá não é do Fábio que a mana tem as fotos no quarto? – Surpreendido talvez fosse uma palavra fraca para descrever a reação de Fábio. Admirado, essa era talvez a palavra correta.

-Pedrito, isso não era suposto o Fábio saber. – Respondeu o pai ao filho.

-Desculpa pai! – Disse o menino envergonhado. – Fábio, a mana não tem fotos tuas no quarto! – Tentou resolver a situação em que se metera mas não havia solução. Fábio apenas sorriu.

-Enquanto a Rita não acorda, podemos fazer um torneio de PS3 que vos parece? – Perguntou Luís animado. E Fábio ficou admirado, jogar na PS3 com o irmão de Rita e o pai? Seria estranho.

-Secalhar é melhor ir embora e volto mais tarde. Não quero incomodar.

-Meu menino, não digas disparates! Se te estamos a convidar é porque queremos que fiques cá e assim podes esperar para veres da Rita e dares-lhe um beijo, com juízo. – Ele entendera bem aquelas palavras, não queria nenhum romance entre eles, apenas uma bonita amizade.

-Sendo assim então aproveito! Obrigada. – Respondeu o jovem. Luís sentou-se ao lado de Fábio e Pedro foi ligar a consola e escolher o jogo.

- PES14 ou FIFA14? – Perguntou o irmão de Rita.

-Pedro acho que já és demasiado crescido para saber qual é o melhor. Mas vamos deixar a visita escolher. – Pedro e Luís olharam em simultâneo para Fábio em busca de uma resposta.

-O FIFA14 tem mais qualidade que o PES14. Mas vocês é que decidem!

-Está escolhido! – Pedro colocou o CD dentro da consola e ligou-a. Sentou-se no sofá entre os “homens” e pegou num comando e deu outro ao pai.

Fizeram um torneio entre os três e o vencedor foi surpreendente. No primeiro jogo, Luís conseguiu ter a derrota mais pesada do seu historial, 3-0. E Pedro conseguiu uma vitória deliciosa contra o seu próprio progenitor. Fábio preparava-se para uma tarefa difícil, mas confiante que iria vencer. Não foi humilhado, antes pelo contrário. Jogou melhor que Pedro mas falhava na finalização e pagou caro por isto, Pedro marcou um golo decisivo aos 74 minutos. Pedro com apenas 6 anos vencera Luís com 40 e Fábio com 19. Quando terminaram o jogo estava perto da hora de jantar e de Rita nem sinais. Estava ainda a dormir possivelmente.

-Rapaz, já tens planos para jantar?

-Não. Ia preparar algo para comer porquê? – Seria um convite para jantar?

-É que cá em casa só a Rita sabe cozinhar e a Bimby ainda está dentro de alguns caixotes que ainda não arrumamos. Por isso podíamos juntar o útil ao agradável e jantavas aqui, enquanto eras tu o cozinheiro.

-A última vez que a sua filha provou os meus cozinhados vomitou e ficou doente, por isso não me parece boa ideia para si e para o seu filho. – Fora desde aquela refeição que Rita começara a ficar enjoada e nauseada e Fábio sentia-se culpado por isso mesmo.

-Ela anda enjoada há alguns dias. Não é normal os enjoos e as náuseas  nela. Só come porque a obrigo e muitas das vezes vomita.

-Ela tem algum problema de saúde?

-Não sei. Já lhe disse para ir ao médico mas não quer. Teimosa! Sai mesmo ao pai! – Fábio e Luís soltaram um sorriso, estavam bem dispostos e ele já se sentia mais à vontade perto do pai da sua amiga, já não se sentia tão... Intimidado.

-O Pedro fica aqui a dizer-te onde estão as coisas que precisas e a pôr a mesa e eu vou ver da Rita. Não te importas?

-Não, esteja à vontade. Afinal a casa é sua!

Fábio começara a cozinhar com ajuda de Pedro, mas apenas para lhe indicar onde estavam os condimentos que necessitava, preparava algo rápido para o jantar, mas que lhes enchesse o estômago e também que Rita pudesse comer sem vomitar depois e ajudara também o pequeno a pôr a mesa. Luís voltou e dissera que Rita se juntava a eles depois de tomar um banho rápido. E os pensamentos de Fábio deixaram-se logo contagiar enquanto ouvia a água correr na casa de banho e o esquentador que se encontrava na cozinha funcionara. Imaginara Rita a tomar banho. Será que o seu corpo era tão belo como a sua personalidade? Será que demorava a tomar banho? Será que cantava? Não se podia desconcentrar por aqueles pensamentos, prometera a Luís que seria só amigo de Rita. E iria cumprir.
Acabou de cozinhar e colocou na mesa o resultado final. Esperou pouco tempo por Rita que apareceu na cozinha surpreendente como sempre. Vinha de pijama curto, devido à estação em que se encontrava mas com um casaco e umas meias compridas a tapar parte da sua pele. Vinha com o cabelo apanhado com um único elástico na parte de trás da cabeça e apesar de vir com uma cor diferente da que a vira sempre, estava bonita. Fábio correu até ela, abraçou-a e deu-lhe um beijinho na testa. Tinha saudades dela e pelo gesto de Rita, ela também tinha saudades dela. Trocaram dois dedos de conversa e foram jantar, e ao contrário do que era costume nos últimos dias,  Rita comeu pouco, mas não enjoou, nem vomitou. Só depois de Fábio se ir embora voltou para a casa de banho e vomitou, durante a noite inteira e o dia seguinte tornara-a um pouco melhor, mas não o suficiente. Enjoos, náuseas, agonios e tonturas, eram estes os principais adversários de Rita. Tinha uma enorme vontade de comer, mas os cheiros impediam e mesmo quando conseguia, acabava por vomitar tudo.

E Fábio nunca abandonou Rita. Esteve sempre do lado dela, dormiu ao lado de Rita, numa cama improvisada por si mesmo no chão ao lado da sua cama, e apenas deixava a sua beira quando tinha de ir treinar. Os amigos e colegas de equipa estranharam a sua ausência e ele apenas respondia que era uma amiga que estava doente, o que deu uma série de provocações e brincadeiras por parte dos colegas. Todos diziam que era aquela rapariga que o faria mudar, que ele já o estava a mudar e que nunca uma jovem dera tanto trabalho a conquistar como ela. Mas ele não dava importância, era uma amiga e precisava de cuidar dela.
No dia seguinte a Fábio ter conhecido o pai e irmão de Rita, depois de almoço, almoçaram e deitaram-se sobre a cama, tinha sido uma noite horrível, em que vomitara como nunca antes. E Fábio esteve ao seu lado. E mesmo assim o rapaz fora treinar apesar de não ter dormido nada e apenas foi, porque ela fez “chantagem” com ele. Quando não se sentia de bem para com a sua saúde, sentia... Solidão. Fábio estava sentado ao seu lado dela na cama e deveriam estar a ver televisão, pelo menos era isso que ele pensava. Rita confessou:

-Fábio, podes-me dar um miminho por favor? Quando estou assim quero todo o carinho e mais algum e estou a sentir-me só.

Será que Fábio irá fazer a vontade a Rita?

Será que vai cumprir a promessa que fez a Luís? Será que os enjoos se devem a alguma gravidez? 

5 comentários:

  1. Olá...gostei muito do capitulo :)
    Espero que o Fábio faça a vontade á Rita :)
    Espero que ele não cumpra a promessa que fez ao pai da Rita ;)
    Suspeita-me que a Rita esteja grávida :/
    Próximo sff bj

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  2. Olá!
    Ja tinha lido assim num exclusivo fofinho que me deste ;)
    Disse-te e volto a dizer: adorei! Esta cada vez melhor! O Fabio esta-se a revelar um HOMEM! É muito bonito o que está a acontecer.O Fabio esta a aprender a cuidar de uma rapariga, de uma amiga.
    E isto? Muito suspeito! Vem aí bebe? :o (eu sei a resposta mas nao posso dizer, nem mesmo sob tortura xD)
    Quero o proximo guapa!!

    Beso
    Ana Santos

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  3. Holaaaa :))


    Adoreiii , lindooo :)))


    Sigoo :))


    Sabes quem é a dona desta fic : http://uma-noite-sem-ti-uma-noite-sem-amor.blogspot.com/ queria seguir as fics dela e não sei como posso contacta-la :)


    Beijinhos

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    1. Obrigada :)

      https://www.facebook.com/profile.php?id=100004834722121, este é o facebook da autora.
      Ela é muito querida e muito simpática. Gosto muito dela <3

      Beijinhos

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