Fábio ficou surpreendido
pelo estranho pedido de Rita, mas sorriu. Fora inocente o pedido e explicara as
suas razões mas a mente do jovem trocidara-o, queria levá-lo para caminhos que
ela não queria e ele tentava afastar aqueles pensamentos ao máximo. Queria
desfrutar de uma amizade sem segundas intenções. Perguntou:
-Tens a certeza? Não quero outras interpretações nossas
ou mesmo do teu pai. – Respondeu nervoso,
lembrando-se do que dissera ao pai da sua amiga. Sabia que Rita o conhecia, que
reconhecia o seu estilo. Ele não era homem de se apaixonar e de ter relações
sérias e ela sabia melhor que ninguém, já conversaram mais que uma vez sobre esse
assunto. Ele tinha medo do rumo que aqueles mimos pudesse levar, mesmo que
inocentes. Queria que ela permanece-se na sua vida, como amiga.
-Não entendi essa do meu pai, mas adiante. – A jovem não fazia ideia
de que Fábio prometera ao seu pai tomar conta dela, enquanto amigos e nada mais.
– Já somos crescidinhos o suficiente
para distinguirmos a amizade do amor. Além do mais não há segundas intenções.
Pelo menos da minha parte. – Disse frisando bem a sua posição.
-Da minha parte igual. – A amizade entre eles estava mais forte não só a cada
dia que passavam juntos mas como a cada olhar trocado, a cada palavra dita e a
cada atitude, mesmo que involuntária. Começavam a moldar o seu feitio de forma
a conseguirem manter uma amizade e á forma de ser e estar com a vida. Fábio
vi-a como amiga, sem intenção de vir a ser mais uma conquista na sua (longa)
lista, e Rita começara a abrir o coração para Fábio e vi-a nele um amigo, em
quem podia apoiar-se e recuperar de tudo o que lhe acontecera. – Chega-te mais para junto de mim, minha
doentinha. – A rapariga aproximou-se dele e Fábio encostou os ombros à
parede e deixou as costas num ângulo de 75º e com este gesto ficou com os pés
fora da cama e ambos soltaram um sorriso.
-Quem te manda seres enorme? – Perguntou ela sorrindo deparando-se
aquele particular momento.
-Quem te manda seres pequena? – Respondeu ele também de pergunta.
-A mulher é como a sardinha só se quer é pequenina! – Rita deixou-se
deslumbrar durante uns segundos pelo sorriso de Fábio. Não podia negar a si
mesma que ele era bastante atraente e bonito e o sorriso levava-o ao extremo da
sua beleza. – Posso encostar-me ao teu
ombro? – Perguntou depois de afastar aqueles pensamentos que ela não queria
ter, não estava interessada em ter relações sem ser de amizade com qualquer
outro rapaz, nem sérias, nem menos sérias e não com um rapaz que era, de
momento, o seu único amigo.
-Encosta! – Colocou
a palma da mão sobre o fundo das costas de Rita e fez uma ligeira pressão para
ela se aproximar dele e ela obedeceu-lhe. Encostou a cabeça entre o seu peito e
o seu ombro e deixou-se ficar. Era bom sentir-se protegida, sentir que gostavam
dela e a apoiavam. E Fábio, o seu único amigo, apoiava-a e estava ao lado dela
quando precisasse, já dera provas disso. Pela primeira vez Rita sentiu de
perto, o perfume de de Fábio e gostou. Era um bom cheiro, não era exagerado e
era viciante, quanto mais cheirava, mais queria cheirar. Ouvia o seu coração a
palpitar não muito feroz e acalmava-a.
Ele colocou a sua mão na
cabeça de Rita, entre os cabelos e começou a massajá-los. Queria mimá-la e
fazer com que ela não se sentisse sozinha, iria satisfazer o pedido de Rita mas
também a pensar na promessa que fizera a Luís. Desligou a televisão e ela
sussurrou:
-Amo que me mexam no cabelo! – Disse a jovem doente com os olhos
fechados e a sorrir, mas ele apenas consegui-a ver o sorriso da amiga.
-E eu amo mexer nos cabelos dos outros! – Ela sentia-se protegida e
ele sentia que estava a cuidar da amiga, era um gesto de amizade e de carinho. –
Agora fecha os olhos e deixa-me mimar-te
que bem precisas de miminho! – Afirmou inocentemente.
-Mas com juízinho menino. – Sorriram e ele deixou-se ficar deitado e
a fazer leves cócegas na cabeça de Rita e ouvia-a a respiração dela. Durante
alguns minutos, ele continuou a massajar a cabeça de Rita e a sentir os fios de
cabelo dela tocarem na sua pele, a respiração de Rita tornou-se mais pesada e
Fábio olhou para ela, tinha adormecido. Estava a dormir carinhosamente e
pacificamente.
Os lábios dela pareciam
mais carnudos e atraentes enquanto dormia e o desejo dele era de tomá-los como
seus mas deixou o seu desejo acalmar e fez uma leve festinha sobre a bochecha
dela e admirou-a durante segundos. “Como
conseguia ser uma pessoa tão forte depois de tudo o que lhe acontecerá?”, “Porque tentava demonstrar que estava sempre
tudo bem quando sentia o seu mundo a desabar?”, “Porque Rita se tinha afastado
de tudo e de todos, inclusivé mãe, família e amigos?”, “Será que ela o
considerava mesmo seu amigo?”, “Porque Rita o admirava tanto ao ponto de teres
fotos suas no seu quarto?”. Tantos pensamentos invadiram a sua cabeça e ele
queria saber todas as resposta mas acabou também por adormecer. Os corpos de
ambos tombaram sobre as mantas e os pés de Fábio ficaram ainda mais fora da
cama.
-Maria Rita!- Ouviu-se uma voz grave dizendo o nome da jovem. Ambos
acordaram sobressaltados, ela deu um salto assustado e ela sentou-se de
imediato na cama, e segundos depois ele seguiu-lhe o exemplo. Era o pai de Rita
que a tinha chamado e também revelou o primeiro nome da jovem, só o utilizava
quando estava deveras chateado ou desiludido com ela. – Com que então deixo os meninos sozinhos em casa e já me deparo com
situações destas! Ao menos estão vestidos, mal menor! – Tentara ver aquele
momento de forma engraçada mas Fábio sentia-se extremamente envergonhado e
desconfortável com aquela situação. Rita estava embaraçada por ter sido
revelado o seu primeiro nome mas não estava nervosa, sabia que nada entre eles
tinha acontecido e queria explicar tudo o que acontecera ao seu pai.
-Não é nada disso que estás a pensar! – Disse Rita calmamente.
-Filha, achei que arranjavas uma desculpa melhor do que essa! Toda a
gente diz isso Rita! – O jovem rapaz não entendia se estavam a falar
descontraidamente e a brincar ou se estavam a falar como se fosse algo um tema
sério. Ainda não conhecia as expressões faciais e corporais de nenhum para
entender. – Pensava que ias cumprir a
tua promessa Fábio! – Ele pensava que era um segredo entre o jovem e o pai
da amiga e que Rita não tinha de o saber mas com aquelas palavras tinha
revelado aquele segredo, pelo menos para o que o rapaz tinha pensado.
-De que promessa é que estão a falar? – Perguntou sem sabendo que conversa era aquela entre
eles. Fábio se pudesse tinha mudado o tema da conversa mas não conseguiu. E
também não queria que a amiga desconfiasse da sua palavra.
-Prometi que ia apoiar-te e cuidar de ti, Ritinha. Mas apenas enquanto
amiga.
Rita levantou-se da cama e
correu até à casa de banho, onde voltou mais uma vez a vomitar. Quem estava no
quarto com Rita seguiu-a. Começava a ser um hábito os enjoos da jovem. E isso
preocupava Luís... E Fábio. Luís queria levá-la ao médico para saber o que se
passava com ela, e mais tarde medicá-la para melhorar e ia reagir, não ia
deixá-la continuar assim, não lhe fazia bem, antes pelo contrário, um dia
melhorava, outro dia piorava e todos os que a rodeavam estavam preocupados.
Fábio continuava com o seu pensamento bem firme. Rita estava grávida e iria
convencê-la a fazer um exame de gravidez.
Luís acompanhou a filha
até á casa de banho e Fábio ficou á porta, deveras preocupado. Quando tomou uma
decisão importante, saiu de casa e foi até á farmácia mais próxima. Comprou um
teste de gravidez e voltou para casa da amiga. Se as suas suspeitas se
confirmassem não haveria solução para o problema de Rita, apenas esperar pelo
final dos nove meses ou esperar que os enjoos da gravidez passassem com o
decorrer dos meses e com o crescer da barriga. Estava separada do pai do seu
filho e de certeza que o bebé era tudo menos pensado, ele não sabia se Rita
poria sequer a hipótese de abortar ou dá-lo para adoção. Fábio iria apoiá-la
fosse em que decisão fosse, era seu amigo e iria apoiá-la e se ela estivesse
mesmo grávida e Tiago não quisesse assumir o bebé, talvez ele ajudasse Rita,
não enquanto pai, mas quase como um segundo pai. E mesmo que ela não tivesse
grávida ia apoiá-la. Voltou para casa da amiga e tocou à campainha, quem a
abriu foi a jovem. Cumprimentou-a e disse:
-O teu pai? – Perguntou ele.
-Insistiu comigo que estes enjoos não são normais e foi marcar uma
consulta no médico para ver o que tenho. E depois vai buscar o Pedrito. E tu
que pressa foi aquela que saíste e não disseste nada?
-Estou desconfiado que não é um problema de saúde que
tens, mas sim algo que pode não te agradar nada.
-Não estou a apanhar o teu raciocínio. – Não estava a compreender as palavras de Fábio e queria
acompanhar os seus pensamentos e não iria desistir até o saber.
-Todos os teus sintomas apontam para uma gravidez! – Ela ficou sem reação possível, ficou simplesmente
boquiaberta. – Andas sempre enjoada,
vomitas algumas das vezes, e os suores frios, tudo aponta para uma gravidez. – Fez
uma breve pausa. – Tens aqui um teste de
gravidez, se faz favor, vais fazê-lo. – Ordenou Fábio.
Será
que Rita vai fazer o teste de gravidez?
Será
que está grávida? E como afetará a relação destes dois?
Olá...amei este capitulo e cada vez estou a gostar desta fic *.*
ResponderEliminarEspero que a Rita faça o teste de gravidez para acabar com as duvidas de vez :/
Eu desconfio que ela esteja mesmo grávida do ex-namorado...e espero que a gravidez não afecte a relação de amizade com o Fábio...mas que a fortaleça ;)
Próximo sff rápido :*
Olá, olá, olá!
ResponderEliminarLi agora tudinho e estou a amar!! O Fábio está a revelar-se um ser humano maravilhoso para uma pessoa que está a passar por momentos dificeis. Espero mesmo que ele se revele mais à Ritinha e que existam muitos mais torneios de PS3 lá em casa!
Quando a este capitulo...podias ter escrito mais umas coisinhas não!? Quero saber o que se passa, mas...se for uma gravidez será do Tiago...e isso vai trazer montes de coisas atrás. Espero bem que, apesar de tudo, o Fábio esteja lá.
Estou a adorar mesmo aquilo que escreves priminha. Adoro, adoro, adoro.
Espero o próximo!
Besos.
Ana Patrícia Moreira.
Olá!
ResponderEliminarComo ja te tinha dito, adorei!!
Estes dois a pouco e pouco começam a criar os seus laços, o Fabio começa a mostrar um lado diferente, mais fofo, mais querido!
Ja sabes que quero MUITOOOOO o proximo. E sim sinto-me uma privilegiada por receber algumas coisas em "primeira mao" por assim dizer!
Besitooo
Ana Santos
Oláaaaa
ResponderEliminarLindo, lindo , lindo *_*
Quero o próximo !
Beijinhos
Catarina * http://catarina-fics.blogspot.pt *