-Boa tarde Fábio. – Disse
o senhor de meia idade.
-Boa tarde senhor... – Não sabia qual era o seu nome, nem qualquer
tipo de informações sobre ele. Apenas que estava na mesma casa em que vivia
Rita, mas esta informação não lhe dava certezas de quem era aquele homem.
Apenas sabia que não era o irmão de Rita. – Desculpe incomodá-lo mas tive de vir tocar à sua porta por uma questão
de força maior.
-Entra rapaz! – Deixou
espaço para Fábio entrar para dentro de casa de Rita. Era algo tão íntimo e
pessoal, era invadir o espaço pessoal de alguém, em especial o novo lar daquela
família que vivia ali tão recentemente. Ele entrou envergonhado e devagar. O
senhor não se deixou intimidar e continuou a caminhar e Fábio seguiu-lhe.
Entraram numa divisão, a sala de estar daquela família. Mais ou menos com o
mesmo comprimento da sua, mas era bastante visível a mudança recente.
-Desculpa lá, esqueci-me completamente de me apresentar! – Esticou a
mão a Fábio que rapidamente lhe retribuiu o gesto e deram um “passou-bem”. – Chamo-me Luís e sou pai da Rita, da Diana e
do Pedro. E tu sei que és o Fábio Cardoso. – Sentaram-se no sofá e a falta
de conforto de Fábio era bastante clara, ele estava envergonhado com toda
aquela situação.
-Sim. Exatamente! – Respondeu Fábio com as pernas abertas e com as
mãos pousadas sobre o meio das mesmas e coçando as mãos, não sabia o que dizer.
Não queria parecer rude ou mal educado mas também queria perguntar pela sua
amiga.
-Rapaz não me trates por você que só tenho 40 anos, não me faças sentir
ainda mais velho que já estou! Ainda me faltam 25 anos para a reforma! – Disse
animado. – Trata-me por tu e por Luís,
não há cá rodeios ou medos.
-Pois. – A
situação não era em nada a desejada por Fábio e deixava tudo bem claro. – Vou tentar tratá-lo com respeito e não
fazê-lo sentir mais velho! – Pela primeira vez desde que se tinha cruzado
com aquele senhor que conseguiu sorrir e foi um sorriso retribuído.
-Já me falaram muito de ti.
-A sério? Posso perguntar porquê? – Ficou admirado. Será que tinha sido Rita a falar com o
seu pai? Ou teria sido outra pessoa?
-Podes e deves! – Luís era um homem que fazia tudo para deixar Fábio
menos envergonhado do que estava e o divertimento era uma palavra-chave. – Como a Rita sou viciado no Benfica e sigo
tudo! Acompanho a tua carreira desde que chegaste ao Benfica e devo dizer que
se lutares terás um enorme futuro pela frente, mas não é com aquele treinador
do Benfica que vais ter oportunidades infelizmente! E não é com o cepo do
Jardel que vais aprender, aliás tu é que lhe vais ensinar o que faz um patrão
da defesa! – Confessou Luís. E Fábio teria de responder ás suas palavras.
Nem que fosse para agradecer o apoio.
-Muito obrigada pelo apoio! – Disse com um sorriso nos lábios a
transbordar orgulho no que acabara de ouvir. -É bom saber que dão valor ao meu trabalho, não só no jogo, mas como o
trabalho diário dos treino. Esforço-me por não desiludir os meus fãs, por
demonstrar aos benfiquistas e a todos que a formação do Benfica tem qualidade e
que tem é de nos ser dadas oportunidades. Porque iremos provar o nosso valor e
eu acredito que com esforço e um pouco de sorte irá chegar à minha oportunidade
na equipa A. Sinceramente enquanto jogador não tenho razões de queixa nem do
Jorge Jesus nem do Jardel. O mister tem seguido a carreira de cada jogador da
minha equipa e aos poucos vai apostando em nós. Enquanto benfiquista acho que
apesar de já ter dado muito ao clube, a equipa já não está com ele, mas também
não podemos pedir-lhe para sair nesta altura do campeonato! Era entregar o
título aos adversário e só faria mal ao clube. E quanto ao Jardel, é um bom
central, com experiência e idade, não tenho nada a apontar-lhe. – Estavam a
discutir futebol e a trocar opiniões. Fábio nunca desistia da sua opinião mas
talvez na conversa com Luís, dê-se por fim o braço a torcer.
-Sabes filho. A minha filha tinha razão, pelas tuas palavras entendi que
tens as tuas ideias fixas e que és lutador. Só te posso desejar as maiores
felicidades e de preferência junto à minha filha. Ela não te quer dizer mas
aqui entre nós, ela simpatizou contigo. – O sorriso ingénuo e puro de Fábio
voltou a surgir nos seus lábios, era um sorriso de felicidade e orgulho. Tinha
falado com o pai sobre ele e tinha gostado dele.
-Também gosto muito da sua filha! Foi uma pessoa que me
cativou desde que começamos a falar! – Confessou.
-Mas tem cuidado rapaz, ela saiu de uma relação longa recentemente, e eu
e a mãe dela separamo-nos e tudo à pouco tempo. Não te precipites em relação a
ela por favor. Neste momento precisa de um amigo. – Estavam a ter uma
conversa entre dois homens adultos. Falavam de Rita não como um objeto, mas
enquanto pessoa sensível mas que demonstrava ser forte, que tinha passado por
muito durante a sua vida e nunca desistira de lutar.
-Ela já me deixou bem claro que só quer uma amizade e eu farei tudo para
a apoiar, para ser seu amigo. Por estar do seu lado e de apoiá-la, sem segundas
intenções esteja descansado. – Eram aquelas as palavras que Luís queria
ouvir. Não queria a sua “menina” novamente magoada por causa de um “estupor”
sem sentimentos que só a queria magoar, queria garantir-se que a filha estava a
recompor-se de duas infelicidades e iria ser feliz, como merecia.
-Vou confiar em ti rapaz! – Deram um aperto de mão, simbólico
Apenas simbolizando a promessa que fizeram entre ambos. – Podia levar-te ao quarto da Ritinha mas ela tem andado enjoada há dois
dias e está a dormir.
Entretanto apareceu um
rapaz com 6 aninhos naquela divisão. Seria aquele o irmão de Rita?
-Olá! – Esticou a mão a Fábio que foi retribuído. – Chamo-me Pedro Madeira e tu?
-Fábio Cardoso. – O
menino tinha algumas semelhanças com Rita, os olhos esverdeados e alguns
caracóis mais irrequietos, o sorriso característico e uma simpatia enorme.
-Pápá não é do Fábio que a mana tem as fotos no quarto? – Surpreendido
talvez fosse uma palavra fraca para descrever a reação de Fábio. Admirado, essa
era talvez a palavra correta.
-Pedrito, isso não era suposto o Fábio saber. – Respondeu o pai ao
filho.
-Desculpa pai! – Disse o menino envergonhado. – Fábio, a mana não tem fotos tuas no quarto! – Tentou resolver a
situação em que se metera mas não havia solução. Fábio apenas sorriu.
-Enquanto a Rita não acorda, podemos fazer um torneio de PS3 que vos
parece? – Perguntou Luís animado. E Fábio ficou admirado, jogar na PS3 com
o irmão de Rita e o pai? Seria estranho.
-Secalhar é melhor ir embora e volto mais tarde. Não quero incomodar.
-Meu menino, não digas disparates! Se te estamos a
convidar é porque queremos que fiques cá e assim podes esperar para veres da
Rita e dares-lhe um beijo, com juízo. – Ele
entendera bem aquelas palavras, não queria nenhum romance entre eles, apenas
uma bonita amizade.
-Sendo assim então aproveito! Obrigada. – Respondeu o jovem. Luís sentou-se ao lado de Fábio e
Pedro foi ligar a consola e escolher o jogo.
- PES14 ou FIFA14? – Perguntou o irmão de Rita.
-Pedro acho que já és demasiado crescido para saber
qual é o melhor. Mas vamos deixar a visita escolher. – Pedro e Luís olharam em simultâneo para Fábio em busca
de uma resposta.
-O FIFA14 tem mais qualidade que o PES14. Mas vocês é
que decidem!
-Está escolhido! – Pedro
colocou o CD dentro da consola e ligou-a. Sentou-se no sofá entre os “homens” e
pegou num comando e deu outro ao pai.
Fizeram um torneio entre
os três e o vencedor foi surpreendente. No primeiro jogo, Luís conseguiu ter a
derrota mais pesada do seu historial, 3-0. E Pedro conseguiu uma vitória
deliciosa contra o seu próprio progenitor. Fábio preparava-se para uma tarefa
difícil, mas confiante que iria vencer. Não foi humilhado, antes pelo
contrário. Jogou melhor que Pedro mas falhava na finalização e pagou caro por
isto, Pedro marcou um golo decisivo aos 74 minutos. Pedro com apenas 6 anos
vencera Luís com 40 e Fábio com 19. Quando terminaram o jogo estava perto da hora
de jantar e de Rita nem sinais. Estava ainda a dormir possivelmente.
-Rapaz, já tens planos para jantar?
-Não. Ia preparar algo para comer porquê? – Seria um convite para jantar?
-É que cá em casa só a Rita sabe cozinhar e a Bimby ainda está dentro de
alguns caixotes que ainda não arrumamos. Por isso podíamos juntar o útil ao
agradável e jantavas aqui, enquanto eras tu o cozinheiro.
-A última vez que a sua filha provou os meus cozinhados
vomitou e ficou doente, por isso não me parece boa ideia para si e para o seu
filho. – Fora desde aquela refeição
que Rita começara a ficar enjoada e nauseada e Fábio sentia-se culpado por isso
mesmo.
-Ela anda
enjoada há alguns dias. Não é normal os enjoos e as náuseas nela. Só come
porque a obrigo e muitas das vezes vomita.
-Ela tem algum problema de saúde?
-Não sei. Já lhe disse para ir ao médico mas não quer.
Teimosa! Sai mesmo ao pai! – Fábio
e Luís soltaram um sorriso, estavam bem dispostos e ele já se sentia mais à vontade
perto do pai da sua amiga, já não se sentia tão... Intimidado.
-O Pedro fica aqui a dizer-te onde estão as coisas que precisas e a pôr
a mesa e eu vou ver da Rita. Não te importas?
-Não, esteja à vontade. Afinal a casa é sua!
Fábio começara a cozinhar
com ajuda de Pedro, mas apenas para lhe indicar onde estavam os condimentos que
necessitava, preparava algo rápido para o jantar, mas que lhes enchesse o estômago e também que Rita pudesse comer sem vomitar depois e ajudara também o
pequeno a pôr a mesa. Luís voltou e dissera que Rita se juntava a eles depois
de tomar um banho rápido. E os pensamentos de Fábio deixaram-se logo contagiar
enquanto ouvia a água correr na casa de banho e o esquentador que se encontrava
na cozinha funcionara. Imaginara Rita a tomar banho. Será que o seu corpo era
tão belo como a sua personalidade? Será que demorava a tomar banho? Será que
cantava? Não se podia desconcentrar por aqueles pensamentos, prometera a Luís
que seria só amigo de Rita. E iria cumprir.
Acabou de cozinhar e
colocou na mesa o resultado final. Esperou pouco tempo por Rita que apareceu na
cozinha surpreendente como sempre. Vinha de pijama curto, devido à estação em
que se encontrava mas com um casaco e umas meias compridas a tapar parte da sua
pele. Vinha com o cabelo apanhado com um único elástico na parte de trás da
cabeça e apesar de vir com uma cor diferente da que a vira sempre, estava
bonita. Fábio correu até ela, abraçou-a e deu-lhe um beijinho na testa. Tinha
saudades dela e pelo gesto de Rita, ela também tinha saudades dela. Trocaram
dois dedos de conversa e foram jantar, e ao contrário do que era costume nos
últimos dias, Rita comeu pouco, mas não
enjoou, nem vomitou. Só depois de Fábio se ir embora voltou para a casa de
banho e vomitou, durante a noite inteira e o dia seguinte tornara-a um pouco
melhor, mas não o suficiente. Enjoos, náuseas, agonios e tonturas, eram estes
os principais adversários de Rita. Tinha uma enorme vontade de comer, mas os
cheiros impediam e mesmo quando conseguia, acabava por vomitar tudo.
E Fábio nunca abandonou
Rita. Esteve sempre do lado dela, dormiu ao lado de Rita, numa cama improvisada
por si mesmo no chão ao lado da sua cama, e apenas deixava a sua beira quando
tinha de ir treinar. Os amigos e colegas de equipa estranharam a sua ausência e
ele apenas respondia que era uma amiga que estava doente, o que deu uma série
de provocações e brincadeiras por parte dos colegas. Todos diziam que era
aquela rapariga que o faria mudar, que ele já o estava a mudar e que nunca uma
jovem dera tanto trabalho a conquistar como ela. Mas ele não dava importância,
era uma amiga e precisava de cuidar dela.
No dia seguinte a Fábio
ter conhecido o pai e irmão de Rita, depois de almoço, almoçaram e deitaram-se
sobre a cama, tinha sido uma noite horrível, em que vomitara como nunca antes.
E Fábio esteve ao seu lado. E mesmo assim o rapaz fora treinar apesar de não
ter dormido nada e apenas foi, porque ela fez “chantagem” com ele. Quando não
se sentia de bem para com a sua saúde, sentia... Solidão. Fábio estava sentado
ao seu lado dela na cama e deveriam estar a ver televisão, pelo menos era isso
que ele pensava. Rita confessou:
-Fábio, podes-me dar um miminho por favor? Quando estou assim quero todo
o carinho e mais algum e estou a sentir-me só.
Será
que Fábio irá fazer a vontade a Rita?
Será
que vai cumprir a promessa que fez a Luís? Será que os enjoos se devem a alguma
gravidez?
Olá...gostei muito do capitulo :)
ResponderEliminarEspero que o Fábio faça a vontade á Rita :)
Espero que ele não cumpra a promessa que fez ao pai da Rita ;)
Suspeita-me que a Rita esteja grávida :/
Próximo sff bj
Olá!
ResponderEliminarJa tinha lido assim num exclusivo fofinho que me deste ;)
Disse-te e volto a dizer: adorei! Esta cada vez melhor! O Fabio esta-se a revelar um HOMEM! É muito bonito o que está a acontecer.O Fabio esta a aprender a cuidar de uma rapariga, de uma amiga.
E isto? Muito suspeito! Vem aí bebe? :o (eu sei a resposta mas nao posso dizer, nem mesmo sob tortura xD)
Quero o proximo guapa!!
Beso
Ana Santos
Holaaaa :))
ResponderEliminarAdoreiii , lindooo :)))
Sigoo :))
Sabes quem é a dona desta fic : http://uma-noite-sem-ti-uma-noite-sem-amor.blogspot.com/ queria seguir as fics dela e não sei como posso contacta-la :)
Beijinhos
Obrigada :)
Eliminarhttps://www.facebook.com/profile.php?id=100004834722121, este é o facebook da autora.
Ela é muito querida e muito simpática. Gosto muito dela <3
Beijinhos
Obrigada :)
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