terça-feira, 22 de outubro de 2013

Capítulo 06: “É verdade que já muitas passaram pela minha vida!”


Fábio escutou atentamente a música e a letra que a compunha. Não conhecia a música, mas o artista era o seu preferido, desde que começara a ouvi-la que ganhou uma especial atenção. Não sabia o que Rita pensava dele, mas quanto a romances ela já lhe tinha dito de forma bastante clara e direta, mas nunca pensara que ela tinha uma música que o descrevia. Que se lembrava dele cada vez que a ouvi-a. Será que era apenas a imagem que ela tinha dele ou era o que os outros pensavam dele? Não sabia, mas queria saber. Olhou para ela, que esperava ansiosamente uma resposta, ou uma reação. Estava surpreendido com aquela música e aquela letra, estava surpreendido com tudo. Sorriu inicialmente e depois começou a rir-se, começou por ser um riso de nervosismo, para se tornar num riso alegre e descontraído. Rita pensava que ele tinha um sentimento de obsessão por raparigas, todo o tipo de raparigas? Realmente ele gostava de raparigas, gostava de sentir-se bem e fazê-las sentir bem, mas não as usava, criando esperanças e inventando mentiras para as enganar, deixava tudo bem claro desde o princípio. Já tinha namorado durante um mês com a sua atual melhor amiga, tiveram uma “curte” e sentiam-se especialmente bem um com o outro e começaram a namorar. A relação foi curta porque ele não gostava tanto dela como ela gostava dele. E ele não se queria “prender” a uma relação, não sabia como alimentar e cuidar daquela relação por isso terminaram o que os unia. Mas Fábio não se tinha verdadeiramente apaixonado, ao contrário de Tânia. Daquela relação restou apenas amizade.
Riu-se tanto que ficou com dores de barriga de tanto se rir, mas sempre acompanhado de Rita. Ela ria-se porque o riso dele fazia-a divertir-se e animar-se mas não compreendia porque é que ele se estava a rir tanto. Será que estava a “gozar” com ela? Era este o maior medo que ela vivia. Quando Fábio se conseguiu recompor do riso, endireitou a roupa e olhou Rita nos olhos. Estavam sentados lado a lado, e a diferença de alturas ainda era bastante, 27 centímetros de diferença que existiam mas sentados era um pouco menor. Ela olhava ligeiramente para cima e ele olhava ligeiramente para baixo. Aquele silêncio foi apenas interrompido pelas palavras de Fábio:

-Tu achas mesmo que sou viciado em mulheres? – Engoliu em seco. A opinião de Rita era importante mas também era importante saber a opinião geral das pessoas a seu respeito.

-Era mesmo isso que querias perguntar? Ou seria melhor perguntares porque razão é que me lembrava de ti a ouvir uma música? – Perguntou a jovem sem saber se devia sorrir ou ficar seriamente. Fábio ouviu a resposta em forma de interrogação dela e respondeu.

-Sim Rita. Era exatamente isto que queria perguntar. Tu achas mesmo que não consigo ver uma rapariga à frente e quero logo estar com ela? Que estou assim tão desesperado?

Rita ficou surpreendida, achava exatamente isso de Fábio, que era um rapaz que queria todas as raparigas “nas suas mãos”, mas não lhe poderia dizer de forma tão direta. Queria mas sabia que o iria magoar, por isso teria de o dizer de outra forma, de modo a não o magoar. Mas não sabia como o fazer. E Fábio queria uma resposta.

-Não... Sim... Não sei. – Perguntou nervosa e sem saber o que responder a Fábio. Queria não responder a Fábio mas não sabia o que dizer. Não o queria magoar.

-Rita. É essa a imagem que tens de mim? – Perguntou Fábio aproximando a sua face dela e com o olhar cravado nas suas expressões.

-Sim. – Respondeu baixando a face, por vergonha, por receio do que as suas palavras pudessem fazer, palavras que tinham mais impacto que uma facada espetada pelas costas. Ela não o queria magoar mas também não lhe iria mentir. Tinha medo de o magoar e preferiu não o olhar olhos nos olhos com medo de ver a desilusão no seu olhar.
Ele colocou o dedo indicador sobre o queixo dela e fê-la olhá-lo olhos nos olhos. Cruzaram os olhares e ele respondeu:

-Ouve as minhas palavras com atenção, quero deixar tudo bem claro contigo. Confias em mim Rita? – Perguntou Fábio e ela ficou num beco sem saída, se ela era direta e franca nas palavras que dizia, ele ainda conseguia ser mais.

-Sabes que não consigo dizer isso 24 horas depois de conhecer uma pessoa, não sou uma pessoa fácil de se convencer mas os meus instintos e o meu coração dizem que devo confiar em ti e já me deste provas disso mesmo. – Respondeu Rita sentando-se no colo dele.

-Então vou-te ser o mais frontal e dizer-te toda a verdade. – Pôs as mãos à volta da cintura de Rita e olharam-se. Não precisavam de mencionar palavras porque os olhos já o faziam, parecia que se conheciam há anos e no entanto conheciam-se há menos de 24 horas. – É verdade que já muitas raparigas passaram pela minha vida e delas secalhar só uma é que ficou. – Durante segundos Rita perguntara a si mesma quem seria. E de seguida, por telepatia talvez, ele respondeu. – Essa rapariga é a Tânia, a minha melhor amiga. Nós namoramos durante um mês porque estávamos felizes enquanto curtíamos um ao lado do outro, sentiamo-nos bem e decidimos começar a namorar. Mas não senti o que era mesmo esse sentimento de amar e ouve uma série de outros problemas que não permitiram que a relação continuasse. Ela amava-me, e eu não senti nada do que ela sentia por mim. Foi estranho. E quanto ás curtes confia no que te digo. Tenho 19 anos não me vou enfiar numa relação séria. Claro que apaixonar-me deve ser uma ser uma sensação brutal, algo novo mas tão bom mas  não quero sofrer, ter desgostos, sair magoado, criar expectativas que são totalmente falsas. Vou aproveitar a vida que o amor vai aparecer, até lá tenho aventuras que me fazem feliz e não são sérias. Mas deixo bastante claro desde o inicio de quais são os meus objetivos para a relação. Não gosto quando me fazem sofrer, não entendo porque faria os outros sofrer, não merecem, mas sei que mesmo sem querer faço sofrer ou com palavras ou com atitudes. – Respondeu e ela ficou admirada com as palavras dele. Não teria necessidade de lhe mentir, Rita já tinha deixado bem clara que por muito que ele tivesse segundas intenções não seriam de todo retribuídas  Por isso não havia necessidade de lhe mentir e apesar de se conhecerem somente há um dia já se davam como melhores amigos. Deu-lhe um beijo na testa e de seguida sentiu um estranho enjoo. Correu até á casa de banho onde vomitou, expulsando todo o seu jantar e Fábio correu atrás dela. Rita estava sentada no chão com um braço preso na sanita e embora já tivesse vomitado um forte enjoo atravessava o seu estômago e a sua barriga. Não era normal sentir aqueles enjoos, e muito menos de repente, sem razão aparente. Mas não tinha uma explicação lógica.

-Estás bem? – Perguntou ele entrando na casa de banho e deparando-se com Rita no chão. – Não vais ficar no chão frio, vou buscar-te uma almofada ou uma cadeira e vais sentar-te caso queiras ficar aí. Mas entretanto vais passar a tua carinha por água enquanto eu vou à cozinha buscar-te um copo de água para tirar esse sabor horrível que tens na boca.

-Eu estou bem! – Respondeu Rita fazendo com que o seu tom de voz demonstrasse frieza e um pouco de rudeza. – Não preciso da tua ajuda para nada, desenrasco-me bem sozinha! – Fábio sentou-se em frente a ela no chão e respondeu:

-Acabaste de vomitar sem razão aparente e os meus cozinhados não são assim tão maus! Mas olha que foi uma boa maneira de dizeres que cozinho mal! – Respondeu a rir-se. E ela deixou-se contagiar pelo seu riso.

-És muito engraçadinho tu! Vê lá se queres uma banana pela piadinha macaquinho!

-Estás a chamar-me macaquinho? Sabes o que é que os macaquinhos fazem? Cócegas! – Agarrou Rita e começou a fazer-lhe cócegas e ela só conseguiu responder segundos depois.

-Pára senão vomito para cima de ti! – Pediu Rita. E Fábio parou de lhe fazer cócegas e ela limpou as lágrimas de tanto se rir que deitava pelo olhos. – Espera aí que o meu telemóvel está a tocar. – Retirou do bolso das suas calças o seu telemóvel mas ainda tiveram tempo para ouvir o toque do telemóvel durante uns segundos.

Turn around, open your eyes (Dá a volta, abre os olhos)
Look at me now (Olha para mim agora)
Turn around, girl I've got you (Dá a volta, tenho-te a ti)
We won't fall down, yeah (E não vamos cair, sim)
We can see, forever from up here, yeah (Podemos ver a eternidade daqui, sim)
So long as we're together (Tão longo como continuarmos juntos para sempre)
Have no fear, no fear (Não tenhas medo, sem medo)



-É o meu pai, tenho de atender! – Carregou no botão verde do seu telemóvel e atendeu a chamada do pai. – Sim pai?

(...)

-Desculpa senti-me mal e perdemos a noção do tempo mas vou já para casa. Beijinho até já e desculpa. – Levantaram-se os dois do chão da casa de banho com ajuda em simultâneo do outro. E Rita ia falar mas ele antecipou-se:

-Podes-me dar o teu número?

-Quando aprenderes a cozinhar eu dou-te e mesmo assim tens de beber muito leitinho entretanto! – Disse divertida.

-A minha mãe disse-me que até sabia cozinhar bem por isso estás só a ser mázinha.

-Pronto é verdade! Cozinhas bem mas se vomitei foi por alguma razão.

-Pode ser uma gravidez. – Disse rindo-se Fábio, dissera-se inocentemente e apenas com a intenção de animá-la.

-Deus me livre e me guarde! – Respondeu entrando na brincadeira de Fábio. – Amanhã eu venho cá tocar-te à noite, não precisas do meu número mas agora vou indo. – Não lhe deu tempo para responder, deu-lhe um beijo na bochecha e foi-se embora sem haver tempo de resposta para ele reagir ou dizer alguma palavra.

Passaram-se dois dias e Rita não fora tocar a casa de Fábio, o que o deixara preocupado. Tinha saudades de falar e estar com ela mas também estava ansioso por saber em que estado se encontrava a saúde de Rita. Será que fora apenas um enjoo natural que acontecera uma vez ou continuara? Não tinha o número dela e também não lhe deixaria uma mensagem através do facebook, isso tornava-se pouco... Pessoal. Queria averiguar pelos seus olhos de como estava Rita e expulsar um receio. Talvez fosse algo que ele tivesse dito ou feito, mas por muito que tentasse chegar a uma conclusão não sabia. Por isso no final de tarde daquela quarta-feira foi tocar a casa de Rita, queria saber como ela estava, queria vê-la.
Tocou á campainha e um minuto depois um senhor com perto de quarenta anos abriu-lhe a porta, Fábio previu que fosse o pai de Rita. Mas sentiu-se envergonhado, estava á espera que fosse ela, mas iria dizer algo, queria saber de Rita, queria vê-la, falar com ela. Estar com ela.

Como será a conversa entre Fábio e o pai de Rita?

E o que terá Rita? Será uma gravidez?

2 comentários:

  1. Olá...adoro estes dois. são tão amorosos juntos *.*
    Espero que a conversa ente o pai da rita e o fábio corra bem e suspeita-me duma gravidez do ex-namorado e se for...espero que não afecte a relação que ela tem com o fábio :)
    próximo bj :*

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  2. Olá! (tinha deixado o teu cap a meio e nem tinha reparado)
    Bem estes dois quando conversam conversam! E o menino Fabio apesar de tudo tem a cabecinha no sitio!
    E este enjoo? Sera mesmo uma gravidez? Duvido que isso seja uma ideia que agrade a Rita :/
    Agora quero saber porque nao foi fazer o que lhe prometeu. "Amanhã eu venho cá tocar-te à noite" esta frase ficou tao estranha para a minha mente...flexivel como diria a Diana xD
    Mas o que interessa é que adorei e que quero o proximo!

    Beso
    Ana Santos

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