-Padrinho? – Perguntou admirado Fábio. Pensava que talvez fosse uma
atitude espontânea da parte da irmã e cunhado da sua amiga e na verdade, ele
não sabia se estava preparado. – Eu
nunca fui padrinho antes. – Confessou ele.
-E eu nunca fui madrinha antes. – Respondeu. -E não acham que estão a tomar uma decisão precipitada? – Perguntou a
futura madrinha a medo. Com receio de magoar o seu amigo, mas sabia que era uma
decisão tomada no calor do momento.
-Não. – Respondeu Ana. – Tu e
o Fábio são amigos, ele é dos poucos senão o único amigo que te está a apoiar e
tu não o afastaste como fizeste com todos os outros. Tu deixaste que ele se
aproximasse de ti. E foi bastante óbvia a boa relação entre o Fábio e a Di. – Di
era a alcunha carinhosa que davam a Diana. E Fábio não conteve um enorme um
enorme sorriso que aquelas palavras.
-Agradeço o convite, farei tudo para ser o melhor
padrinho para a Dianinha. – Rita,
Rúben e Ana começaram-se a rir depois desta última palavra e Fábio não
compreendeu o motivo pelo qual se riam. – Disse
alguma coisa errada?
-Não. – Respondeu Rita. – Mas
Dianinha achamos que é foleiro, chamamos Di. E quando ela se porta mal é o nome
todo.
-E qual é o nome todo? –Perguntou Fábio. –Quero
saber tudo da minha afilhada. –Disse entusiasmado com a ideia de falar na
sua afilhada.
-Diana Ferreira Martins Madeira Sousa. – Respondeu Rita. – E
faz no dia 31 de Dezembro um aninho de vida.
-Está tão crescida para a idade! – Comentou Fábio. – Mas
beleza confirma-se que é de família! – Rita deixou-se corar, nunca ele a
tinha elogiado daquela forma e isso sabia-lhe muito bem. Porque sabia que era
natural.
-É da minha parte! É óbvio que a miúda é mesmo minha filha, é muito
parecida comigo! – Respondeu Rúben.
-Estava a tentar elogiá-las e tu dizes isso Rúben? Estragaste tudo! – Disse
Fábio a rir-se.
-Mana podes chegar ali ao quarto por favor? – Perguntou Rita.
-Claro! – Respondeu Ana.
-Tentem é não fazer muito barulho que a menina está a dormir. – Disse
o recém-padrinho (babado).
Deixaram a divisão onde
estavam e foram para o quarto onde dormia pacificamente Diana. Sentaram-se
sobre a cama. E começaram a falar com um tom um pouco mais baixo do que era
natural.
-Ana, preciso mesmo de desabafar com alguém.
-Mas tu sabes que podes contar com o Fábio. E pelo que
deste a entender ao pai
e ele me disse gostas imenso dele. E notou-se que o
sentimento é recíproco!
-É por isso mesmo mana! O Fábio é um playboy e sempre
me ofereceu toda a ajuda do mundo, mas menos de 24 horas depois de nos
conhecermos ele tentou beijar-me, mas eu demonstrei que de mim, só leva uma
amizade. Discutimos mas ele apoiou-me depois, quando me senti em baixo. Mas não
sei se ele confia em mim. Eu tive uns enjoos durante uns dias, suores frios e
andava imensamente enjoada de comida e ele pensava que era uma gravidez. Mas eu
sempre lhe disse que não, e tu sabes bem que era impossível. Fiz o teste e deu
negativo, o que não foi novidade. Mandei-o embora de casa e disse que estava
magoada com ele, que precisava de espaço. E agora íamos falar, porque ele,
acho, que me apanhou aos beijos... – Ana
interrompeu a irmã.
-Aos beijos? Mas tu voltaste para o Tiago? Juro Maria
Rita se tu me fizeste isso era uma enorme desilusão!
-Não! – Reprovou
de imediato a ideia. -Seria incapaz! O
Tiago está com a Adriana e só lhes posso desejar as melhores felicidades. – A
atitude da jovem era surpreendente para com quem a magoara tanto. – O Pedro tocou com os lábios nos meus e eu
pedi-lhe que me beijasse.
-Tu fizeste o quê? – Ana
fora completamente apanhada desprevenida.
-Passei a tarde com ele e senti-me mesmo bem, não
imaginas! – Sorriu a pensar nos bons
momentos. – E aqui há porta de casa ele
tocou com os lábios nos meus, mas não foi bem um beijo, não sei explicar. Mas
foi bom. – Rita gostou da atitude de Pedro. – Eu pedi-lhe para ele me beijar e gostei Ana! Eu gostei! Ele beijou-me e
eu deixei-me levar. Não foi o sentimento de usá-lo para esquecer o meu ex, foi
apenas sentir-me bem. Mas não é amor.
-E porque desconfias que o Fábio tenha visto?
-Porque o Pedro é super calmo e enquanto nos
beijavamos, o telemóvel do Fábio caiu. E entre eles ouve uma espécie de
picardia, de mau ambiente entre eles. Foi tão estranho!
-E como te sentiste a ver isso?
-Estranha, mas ao mesmo tempo bem. Parecia que me
estavam a disputar-me ou algo assim.
-E o que é que tu sentes pelo Fábio?
-Como assim?
-Vou ter de ser completamente sincera contigo Rita! – Declarou Ana. – Vocês
são amigos e disso não existem dúvidas. Mas só um burro é que não vê que o
vosso futuro é estarem juntos.
-O quê? – Perguntou
admirada Rita.
-São amigos tudo bem, mas a vossa relação, a forma como são quando estão
juntos, os sorrisos que trocam, os olhares cruzados, as palavras que dizem, a
cumplicidade que existe. Por muito que tentem negar, vocês vão namorar. E o
Fábio já se mentalizou disso e tu não. – Rita foi apanhada completamente de
surpresa com esta afirmação.
-Ana põe na tua cabeça que entre mim e o padrinho da
Di, só vai assistir uma amizade. Pura e simplesmente isso. Não vai assistir
namoros e muito menos casamentos. E ele se mentalizou-se disso que se desengane
que eu só me deixei cair nas armadilhas de um playboy uma vez.
-As pessoas mudam.
-Isso é só nos filmes! – Por muito que evitasse falar do assunto “Tiago e
Adriana”, eram temas presentes no seu coração e cabeça. Continuava magoada, mas
já chorara todas as lágrimas por ele e senti que estava a fazer tudo para
esquecer o que sentia por ele. – Então
tu estás basicamente a insinuar que eu e o Pedro nos beijamos por interesse?
-Não. Sei que tu és mais do que fiel aos teus
sentimentos e se o fizeste é porque sentiste que tinhas de o fazer. Mas diz-me
sinceramente arrependeste? – Perguntou
Ana tentando entender a situação e o que sentia a irmã.
-Sinceramente não. Eu gostei do beijo, sinto-me bem ao
lado do Pedro, sinto-me segura e feliz. Mas sei que não gosto dele dessa forma.
Mas ao mesmo tempo não queria que o Fábio tivesse visto o beijo. Não queria que
ele soubesse.
-Lá está Rita. Até te podes sentir bem ao pé do Pedro,
e ele te faça feliz, e te dê uma estabilidade que precisas neste momento, mas é
do Fábio que gostas. É com ele que vais estar no futuro, não te vou dizer mais
nada tu vais entender isso sozinha.
-Mana, eu não gosto desse modo do Fábio, conhecemo-nos
há dias e somos amigos mas a amizade vai crescer e ficar muito forte, e mesmo
se gostasse não o assumiria, ele é um mulherengo. O Pedro dá-me o que preciso e
faz-me sentir bem, além do mais, também não sei o que ele sente.
-Eu sei. – Confessou
Ana. – Já há algum tempo que sei o que
ele sente mas não te vou dizer. – Disse tentando brincar com a irmã.
-Tens mais confiança em mim que eu própria. – Confessou Rita, na verdade ela nunca teve confiança em
si própria e depois de tudo o que a vida lhe dera nos últimos tempos, a pouca
auto-estima e confiança que depositava em si própria tinha morrido.
-Tu és linda, tanto interiormente como exteriormente, não é por seres
minha irmã, mas qualquer pessoa vê isso. – Tentou animá-la a irmã.
Turn around, open your eyes
(Dá a volta, abre os olhos)
Look at me now (Olha para mim agora)
Turn around, girl I've got you (Dá a volta, tenho-te a ti)
We won't fall down, yeah (E não vamos cair, sim)
We can see, forever from up here, yeah (Podemos ver a eternidade daqui, sim)
So long as we're together (Tão longo como continuarmos juntos para sempre)
Have no fear, no fear (Não tenhas medo, sem medo)
O telemóvel de Rita tocara
e a jovem pegara nele e olhou para o ecrã. Era Pedro. A fotografia do contacto
dele no seu telemóvel era antiga e trazia-lhe imensas recordações, sorriu e
disse á irmã:
-É o Pedro.
-Eu saiu para te deixar á vontade. – Ana abandonou o quarto e a jovem sentou-se na cama, ao
lado da sobrinha, enquanto lhe fazia pequenas carícias na face e atendeu:
-Olá Pedro! – Disse sorrindo.
-Olá Ritinha! – Respondeu o rapaz.
-Como estás? – Perguntou a jovem.
-Estou bem agora que falo contigo e tu?
-Oh que querido! – Disse
ela animada. -Também estou bem agora que
falo contigo e tenho a minha afilhada ao meu lado! – Respondeu.
-Princesa como correu a conversa com o Fábio?
-Não correu...
-Então princesa?
-Amanhã falamos pode ser? Só me apetece dormir que
estou mesmo cansada e o dia foi cheinho de emoções e bem passado ao teu lado!
-Rita. – Pedro
ia falar mas não teve coragem de continuar com a frase e a rapariga decidiu por
bem, falar.
-Sim? – Pergunto com medo que ele fosse tocar no assunto “beijo”.
-Estás arrependida do nosso beijo? – Perguntou de forma bastante direta.
-Não. Antes pelo contrário! E tu? – Questionou a medo.
-Igual. Mas amanhã temos de falar sobre isto, tu sabes bem o porquê.
-Sim. Eu ligo-te quando acordar, se tiveres no treino,
depois vês a chamada e ligas-me pode ser?
-Claro! Vai lá descansar princesa! Beijinhos, sabes que
tens muito valor!
-Sei que tens mais! Beijinhos meu pequeno grande! – Rita chamara-lhe pequeno grande, porque desde sempre
ganhara este hábito, e era uma brincadeira entre ambos. Pedro tinha uma baixa
estatura, 1 metro e 72 centímetros, e ela sabia que não era uma pessoa alta e
muito menos ela era exemplo de uma pessoa com tamanho normal. Mas considerava-o
uma grande pessoa e como tal tinha esta pequena descrição para ele.
Desligaram a chamada e Rita
pousou o telemóvel sobre a mesinha de cabeceira. Sentou-se sobre a cama e deu
um beijinho no rosto da afilhada.
-Rita? – Perguntou Luís enquanto entrava no quarto da filha. – Podes chegar ali á sala num instante?
-Claro. – Saiu
do seu quarto e foi em direção á sala de estar, onde se encontravam todos os
seus familiares, á exceção da sua sobrinha e afilhada e também onde estava o
seu amigo, Fábio. Sentou-se no chão, ao pé do seu amigo e perto da sua irmã e
deixou a mãe falar. Que por sua vez estava sentada ao lado do seu pai. E o
irmão, Pedro, estava deitado sobre um puff que existia na sala. O pequeno já
deveria estar a dormir mas os pais fizeram questão de deixá-lo acordado até
então para lhe dar a notícia. Para noticiar uma agradável surpresa a toda a
família. A mãe Maria levantou-se e deixou-se permanecer também ao lado do seu
ex-marido.
-Há que ser curto e direto com as palavras não é Maria? – Perguntou
Luís enquanto sorria para a sua ex-mulher. Ela acenou com a cabeça e falou:
-Como sabem, eu e o Luís estamos oficialmente divorciados. Mas decidimos
dar uma segunda oportunidade ao nosso amor. – Deram um curto beijo nos
lábios. Maria sentou-se ao lado de Luís e continuou. – E tenho o prazer de anunciar que a Diana vai deixar de ser a mais nova
da família. Estou grávida de 13 semanas. – Disse deixando todos admirados
com aquela boa-nova. Rita, Pedro e Ana iriam ter um irmão e os pais estariam
novamente juntos. Fábio especialmente ficou feliz por Rita e pela nova família,
mas em especial pela sua amizade, ela merecia tudo de melhor e com os pais
juntos e com mais um irmão a caminho, talvez ela esquecesse a ideia de Pedro
fazer parte da sua vida. Rita ficou apenas surpreendida com a surpresa, sem
reação possível ou imaginária.
Qual
será a reação da família a esta boa-nova?
Até
que ponto mudará a vida de Rita? Como ficará a história com Pedro?
Nossa, que titulo enganador!
ResponderEliminarUi Pedro e Fabio... estou a ficar dividida :o
Aiiii quero o proximo Ritinha!
Beso
Ana Santos
Olá...amei este capitulo e espero pelo próximo :)
ResponderEliminarEspero q a família reaja bem á boa-nova :D
Espero q a Rita resolva os seus sentimentos ;)
bj