Na vida de Rita parecia
nada fazer sentido. A última semana tinha sido desastrosa. A sua relação de ano
e meio em que tinha depositado fé, esperança e confiança acabara por causa de
uma traição. O divórcio dos seus pais que sempre foram o seu exemplo e sempre
foram o casal perfeito e a idealização do seu sonho de família. E a perca do
seu emprego afetaram a jovem de 17 anos. Tudo parecia ruir o mundo tal como o
conhecera. Tinha de ser forte. Não por si, mas pelo irmão Pedro de 6 anos, de
quem era o ídolo. Tinha de o fazer crer que tudo estava bem, embora ela não
acreditasse nas palavras que dizia. Gostava sempre de sorrir, gostava de
demonstrar que estava bem, mesmo que a vontade fosse chorar.
Refugiava-se na praia e
chorava, porque só ali as suas lágrimas pareciam pequenas. E o mar embora não
lhe respondesse, ela sentia que a ouvia e não se sentia sozinha na praia,
confessando tudo o que sentia. A moto que conduzia tinha sido oferecida no seu
último aniversário pelos pais, dava-lhe uma sensação de adrenalina e vida,
sempre que a conduzia. O vento bater-lhe na cara dava-lhe uma noção de controlo
mas também de emoção. A velocidade que embora não fosse exagerada, embora
fosse elevada fazia sentir que o seu coração palpitava como sempre fora
habituada a ouvi-lo. Davam-lhe sentimentos que ela pensava nunca mais sentir. Sabe
Deus os pensamentos que atravessam que nem uma flecha aquela cabeça e a dor que
palpitava a cada segundo no seu peito. Porque é que a vida lhe era tão injusta?
Tinha amado e entregue o seu coração e tinha ficado despedaçado.
Tiago era o seu melhor
amigo e namorado, confiava-lhe a vida se fosse preciso. E ele traira-a,
exatamente na véspera de comemorarem dezoito meses de namoro. Ela descobrira e
sentia-se humilhada, desprezada, traída. Ela apenas conseguia chorar, sentia-se
completamente sozinha no mundo, mas assim que conversou com ele noticara-lhe
que por muito que ele a tentasse reconquistar, não conseguiria. A confiança que
antes depositara nele morrera e a amizade apenas conseguia ser reconquistada
com o tempo. Ela sabia que apesar de ainda o amar e possivelmente ama-lo-ia
para sempre, não conseguiria voltar a ser feliz ao lado dele. Como é que ele
tinha sido capaz? Ela tinha-o mudado, tinha-o feito crer no amor e dera tudo o
que tinha à relação. Ele não dava valor aos que o amavam, desprezava para
esquecer os que ele amava, Rita fez com que ele acreditasse no amor, que
conseguisse partilhar o que sentira. Tinha sido o seu primeiro namorado, tinham
vividos momentos únicos ao lado um do outro, partilharam experiências
especiais. Rita nunca desistira de Tiago, mesmo quando lhe diziam que ele não a
amava, e a estava a usar, ela acreditava que ele era tão puro de coração e alma
como ela. Ele fizera-lhe promessas, juras, contara-lhe segredos íntimos,
tinham vivido experiências únicas. Ela chorava não pelo fim da relação, mas sim
porque ele traira os seus sentimentos, enganara-a. Ela tentou perdoar, mas não
conseguiu. Não era fácil perdoar quem amara com todo o coração e desapontara
como tamanho dissabor da vida. Ela tentava recuperar aos poucos, mas achava que
estava destinada a ficar sozinha.
Os seus pais, Maria e
Luís, sempre foram os seus ídolos, partilhavam uma bonita história de amor. Ela
tinha 16 anos e ele 19 quando se conheceram e rapidamente se apaixonaram. A
relação começou por ser segredo mas rapidamente fora tornada pública, ela
engravidara. O pai de Maria queria separá-los embora fosse contra a vontade dos
dois. Queria pô-lo atrás das grades por violação, por uma série de leis e
normas que nem ela sabia. E Maria sabia que se ele tentasse conseguiria, afinal
o pai era chefe de polícia e conhecia todos os juízes dos arredores de onde
viviam. Ela queria abortar, mas ele era contra. Por isso decidiram fugir. Era
uma história com um pouco mais de dois meses, não sabia se iria resultar mas
iam tentar. Na madrugada de 1 de Julho, fugiram de madrugada das suas casas e
fizeram-se a caminho até Lisboa. Viviam numa aldeia nos arredores de Coimbra e
chegaram até Lisboa através de boleia que aceitavam de estranhos ou com o pouco
dinheiro que levavam.
Conseguiram arranjar
empregos, passaram dificuldades e embora estivessem sozinhos, o amor triunfou.
Sete meses depois nasceu a sua irmã, Ana Conceição, mas todos a conhecem por
Ana. Três anos depois nasceu Rita. Só nessa altura o avô de Rita entendeu o
erro que cometera, os pais das jovens meninas aceitaram o pedido de desculpas e
ele veio viver para Lisboa, para os ajudar. Rita e o avô eram muito próximos.
Era o avô João. Eram como irmãos, como cúmplices, eram unhas e carne. E ele
morreu poucos meses depois do nascimento de Rita, Pedro. Apesar dele já ter
falecido há 6 anos, continua a afetá-la muito. Era o seu ídolo. E queria dar o
nome dele ao seu filho. Em 17 anos de existência só assistiu uma discussão dos
meus pais, e foi tão grave que deu origem ao divórcio deles, mas nunca, Rita
pensara que acabasse assim. Foram feitas acusações graves e quando sentiu que a
discussão era grave, pegou no meu irmão e foi para casa da irmã, apesar de já
ser noite. Ela já tinha 21 anos, vivia com o marido Rúben e tinham um filho, a
pequena Diana com 9 meses. Era sua sobrinha, mas Ana queria que Rita fosse
madrinha.
Rita para se animar,
decidiu ir dormir a casa da irmã, era na Margem Sul e assim estava próxima do
mar, da praia, estava próxima de tudo o que gostava. O dia tinha sido longo,
fora com a irmã, o cunhado, a sobrinha e o irmão, mas mesmo assim decidiu fazer
uma visita ao computador e ver as novidades, nem que fosse só para observar o
quanto feliz estava o seu ex-namorado Tiago, com a nova namorada, Adriana. Eles
agora estavam juntos e felizes e ela continuava a sofrer. Mas queria sempre ver
que ele estava bem e feliz, ao contrário de si. Rita era capaz de pôr a
felicidade dele acima da sua. Mas recebeu uma mensagem no facebook, nunca tinha
falado com aquele rapaz, mas conhecia-o.
Quem
seria o rapaz?
Será
que Rita vai responder? E o que vai querer ele?
Olá...adorei este primeiro capitulo e estou ansiosa pelo segundo.
ResponderEliminarquero saber quem é o rapaz, se a Rita vai responder e o q ele quer :D
Próximo rápido sff :*
esta história promete mesmo!! não só pelo enredo das personagens mas pelo rumo que poderá ter, e que desde já, promete ser muitoo bom!!!
ResponderEliminaragora, o que não é nada bom é deixares-nos assim, ansiosas para ler o segundo capitulo!! porque eu quero mais e este final deixou-me bem curiosa para saber que mensagem do facebook era aquela!!
vá, fico à espera do proximo!! ;)
Olá!
ResponderEliminarOh pah isto do primeiro capitulo nunca tem tanta açao. Lemos o passado da personagem principal, construimos uma ideia sobre ela e começamos a acarinha-la. É basicamente isto! A Rita nao teve um passado recente nada facil. De um momento para o outro desabou tudo. E acredito que ela esteja muito fragil e que vai aparecer alguem que lhe vai dar um ombro amigo... o rapaz do facebook que eu nem imagino quem seja... (ironia)
Mais umas coisinhas. Adorei o primeiro nome da irma da Rita. Que lindo - Ana. Curto e perfeito xD Agora estar casada aos 21 anos? Uff a isso chama-se desperdiçar a vida. mas bem pelo menos escolheu espetacularmente bem o nome da filha - Diana!
Va, deixando a parvoice de lado agora - que foi basicamente este ultimo paragrafo - quero o proximo capitulo!!
Beso
Ana Santos
Olá! :)
ResponderEliminarBem, logo pela descrição das personagens pensei que seria uma história muito interessante, e através deste primeiro capitulo continuo com a mesma opinião: será uma grande história!
Desde o primeiro parágrafo que me tocou, senti-me algo comovida a ler, e adorei, adorei mesmo! Este primeiro capitulo pareceu-me profundo e fascinante, com um futuro promissor e envolvente! Portanto, quero muito ler o próximo capitulo! :)
Besos
Mónica
(http://guardarparasempre-msunset.blogspot.pt/)