quarta-feira, 10 de junho de 2015

Capítulo 30 “Ele gosta da minha miúda”


Fábio sentiu o seu coração ser-lhe arrancado pelas costas, amava-a e tinha-lhe entregue o seu coração e ela tinha-se limitado a despedaçá-lo na primeira oportunidade.

-Como? Como é que foste capaz de me fazer isto Rita? - Ela olhou-o e conseguiu detetar as lágrimas nos olhos, mesmo que não caíssem sobre as suas bochechas.

-Escuta-me por favor. - Pediu Rita nervosa. Não se tinha explicado bem e precisava de lhe explicar o que queria dizer, nunca tivera intenção de o magoar daquela forma.

-Rita, eu apaixonei-me por ti, como nunca tinha estado antes, eu dei-te o meu coração, entrei numa relação contigo e tu despedaçaste o meu coração na primeira oportunidade que tiveste e queres que reaja como se nada fosse? Bolas, eu amo-te, e não imaginas o quanto estou a sofrer! - Elevou o tom de voz, já chorando e a sua companheira chorava com ele também.

-Porra Fábio, escuta-me! - Pousou a mão em cima da mão dele e ele não fugiu. -Há algum tempo que sei bem o que sinto por ti, demasiado bem! - Fábio limpou as lágrimas e sorriu. - Só que eu não confiava em ti e no Pedro confiava e ele gosta de mim, achei que podíamos tentar. Sei que é contra os meus princípios e valores mas não queria sofrer, não aguento passar por mais sofrimento e estas lágrimas. - Sorriram enquanto limpava as lágrimas dele e as suas. - São a prova disso, não aguento saber que te fiz infeliz, mesmo que involuntariamente. Mas agora escuta-me! A confiança que tenho no Pedro é uma confiança completamente diferente da que preciso de ter contigo. Eu amo-te e confio em ti e é contigo que estou e é contigo que eu quero ficar. Eu preciso de ti. - Fábio abraçou-a e as últimas lágrimas saíram dos seus olhos e caíram sobre a t-shirt dela.

-Não me voltes a fazer algo assim, suplico-te Ritinha! - Olharam-se e trocaram um beijo apaixonado, tinham acabado de viver um mal entendido e custara a ambos.

-Desculpa. - Deu-lhe um beijo na testa. - É fofinho ser eu a dar-te um beijo na testa!

-Prefiro ser eu a dar-te! - Começou a dar-lhe beijos desde a testa até ao queixo, passando pelos lábios. - Devias dar-te por feliz, és das poucas pessoas que me viu chorar!

-E tu és das poucas pessoas, senão a única que me ofereceu o 
ombro quando mais precisava.

-O Pedro também te ajudou. - Rita foi apanhada de surpresa. Fábio a defender Pedro?! - Sim, ouviste bem, eu defendi o Pedro, porque nós os dois já fomos mais amigos e ele gosta da minha miúda, mas não é má pessoa.

-Ai que fofo! - Apertou-lhe as bochechas e deu-lhe um beijo no nariz. - Já alguém que tens uns olhos lindos?

-É impressão minha ou tu acabaste-te de fazer a mim?
Rita saiu do banco do pendura e sentou-se ao colo de Fábio, de frente para ele, enquanto o rapaz colocava o banco para trás dando-lhe espaço apenas para se encostar a ele.

-Achas mesmo? - Tirou o batom do bolso das calças e colocou o máximo que pôde nos lábios, começou a encher a cara de Fábio de beijos e quando pouco espaço faltava, começou-lhe a encher também o pescoço. - Eu diria que não.

-Eu amo-te sabias? - Rita encostou-se ao peito dele e deixaram-se estar a desfrutar da companhia um do outro.
Depois de desfrutarem um pouco para trocarem uns mimos e da companhia um do outro, pegaram no telemóvel e apesar de terem prometido que iriam manter a relação secreta pelo menos durante uns tempos, Fábio decidiu ousar e surpreender a sua amada a partilhar a seguinte mensagem nas diferentes redes sociais que possuía.

Amo-te minha pequena! #R

Fábio lembrara-se bem de quando havia tirado aquela fotografia, tinha sido um dia depois de a conhecer, entre brincadeiras que tiveram no sofá e depois da discussão que tiveram por causa de Tiago, tanto se havia passado desde então, ele mudara e ela também.

Amo-te meu pequeno #F

A fotografia que Rita publicara era recente, era a primeira fotografia que haviam tirado depois de serem oficialmente namorados e assim como ele, ela também havia publicado em todas as redes sociais embora não se tivessem identificado.

-Teu pequeno? - Perguntou Fábio sorrindo para ela. - Tenho mais 32 centímetros que tu!

-Pequeno é fofo! Só agora a ver a fotografia é que percebi que os teus pés são mesmo feios!

-Mas tu gostas de mim assim! - Deu-lhe uma trinca no lábio inferior. - Não tenho culpa de teres umas pernas boas e uns olhos maravilhosos!

-E um bom par de mamas, assume, já olhaste para o meu decote hoje!

-Rita! - Disse Fábio chocado. - Eu olhei para elas, mas não era suposto tu teres reparado!

-Mas reparei! - Sorriu. -As mulheres são muito boas a apanhar sinais sabias?

-Podias-me ter avisado que tinhas reparado, assim podia fazer de forma mais descarada!

-É a mesma coisa que te dizer que tens um bom corpo, continuaria sem me sentir à vontade para olhar quando quisesse!

-Com que então tenho um bom corpo! - Riu-se- Fico contente por saber!

-Tu não me provoques! - Deu-lhe um beijo no nariz. - E vê lá se te limpas que o Pedrito ia começar a fazer demasiadas perguntas se te visse com tanto batom espalhado na cara!
Fábio limpou a cara e o pescoço e Rita limpou os seus lábios, não queria beijá-lo e deixá-lo com marca nos lábios e partiram rumo à escola do pequenito.

-Vocês deram um beijo na boca! - Disse Pedrito enquanto punha o carro.

-Sim, demos. Como sabes Pedro?

-Porque é isso que os namorados fazem e além do mais, tens batom na boca Fábio!
Fábio corou, com certeza que na escola do irmão da sua namorada tinham reparado e ele apanhara uma vergonha mas era um momento engraçado embora envergonhado.

-Fábio, não te importas de passar pelo Rio Sul para levarmos um mimo à minha mãe?

-Claro que não!
Fábio deixou o carro no parque de estacionamento e saíram em direção ao interior do centro comercial, Pedrito colocou-se entre o casal e foram de mãos dadas, mas sem que o pequeno pudesse ver deram um beijo.


-Que achas desta caneca mana? Afinal a mãe é a nossa super-heroína!

-Lindíssima! - Deu-lhe um beijo na testa. - Podes ir com o Fábio comprar umas flores, enquanto fico a pagar?

-Claro mana! - Deu-lhe um beijinho na mão. - A mãe gosta de que flores?

-Gosta de Margaridas como eu! - Saíram da loja e Rita acabou por pagar e por pedir um embrulho, saiu e foi ter com os “seus homens” à florista.

-Um ramo de flores para a maior flor do mundo! - Disse Fábio assim que Rita chegou ao seu lado.


-Se eu pudesse dar-te um beijo dava, mas não posso!

-Então dá-me a mão e aperta-a como se dependesse disso a tua vida!

Rita obedeceu e apertou-lhe a mão com força, ele fazia-a sentir-se muito feliz e dava-lhe confiança e segurança, algo que ela não pensava ter tão cedo pouco antes de o conhecer.

-Sabes que adoro romances e coisas fofas, mas a tua última declaração foi um bocadinho pirosa não achas?

-Nunca fiz estas coisas, por isso acho que nem tenho estado mal!

-Isso é tudo muito engraçado mas quando me levares para a cama espero que não sejas assim tão piroso!

-É impressão minha ou as nossas conversas vão dar sempre ao mesmo?

-Não tenho culpa que sejas incrivelmente bom! - Rita corou e Fábio sorriu, ela era espontânea e fazia-o rir-se com bastante naturalidade.

-A primeira vez será muito tranquila, farei tudo para não te magoar, mas depois com a prática vou conseguir fazer-te um filho!
-Isso é que não vais, vamos usar sempre o preservativo! - Indignou ela.

-Tu percebeste o que queria dizer. - Piscou-lhe o olho.

-Depois vamos ver se é só conversa ou se é realmente verdade!

-Do que estão a falar?

-De nada meu bem, estávamos a comentar que as minhas Margaridas são muito lindas!

-Fui eu que escolhi, o Fábio não sabia a diferença entre uma Margarida e uma Rosa!

-É um parvinho este rapaz! - Deu-lhe um cotovelada com pouca força no braço. - Que achas de termos uma filha Margarida? Afinal foram as primeiras flores que me deste!

-Combinado! - Piscou-lhe o olho. - E vai nascer em Águeda!

-Nem penses, vai nascer em Coimbra como eu!

-Tu não nasceste cá?

-Não! Nasci em Coimbra mas desde sempre que vivo cá.

-Então pudemos dizer que nenhum de nós é alfacinha!

-Não, mas o nosso filho será! - Fábio deu-lhe um beijo na testa. -Quantos queres?

-Sabes fazer esse joguinho? Quando era pequena costumava fazer o joguinho mas nunca aprendi a dobrar os papelinhos e a escrever as coisas nos sítios certos!

-Tenho uma namorada muito engraçada! - Sussurrou-lhe ao ouvido. -Estou a falar a sério quantos filhos queres ter?

-Três pelo menos, o quarto é uma opção e tu?

-Eu gostava de ter dois, a rapariga que seja a mais nova que é para o irmão me ajudar a pegar na espingarda para afugentar quem se aproximar da nossa menina!

-Qual espingarda, Fábio? Não tens nenhuma!

-Mal saiba na ecografia que é uma menina, vou logo comprar!

-Até lá mudas de ideias!

-Do que estão a falar, meninos? - Perguntou Pedrito.

-Estava a dizer ao Fábio que com a quantidade de porcarias que ele come já devia rebolar!

-Oh mana, não sejas má! - Queixou-se o pequeno. -Ele está bem assim, come muito que é para crescer!

Ambos se riram e pagaram as flores, saíram em direção ao carro e seguiram em direção ao hospital. Assim que chegaram cumprimentaram Luís e entrou primeiro Rita e Pedrito, ficando Fábio com o seu sogro... Embora não o soubesse.

-Mãe! - Abraçaram-na e encheram-na de beijos.

-Meus bebés!

-Mãe, nós já somos crescidos, já não somos nenhuns bebés!

-Para mim serão sempre os meus bebés.

-Como estás mãe?

-Ainda estou com algumas dores físicas mas é natural...

-E como tens reagido à notícia?

-Dói muito, claro que dói, mas a vida é assim, tenho é de erguer a cabeça, este bebé agora é um anjo a olhar por nós no céu!

-O Fábio também disse isso! - Disse Pedrito.

-E tu, meu bem, como reagiste?

-Eu rezei com a mana e o Fábio e pedi a Jesus para tomar conta do mano e te pôr boa e em troca eu vou portar-me sempre bem!

-A sério meu bem? - Maria estava com as lágrimas ao canto do olho como tinha reagido Rita quando o irmão lhe pediu para rezar. -Obrigada por teres tomado conta do Pedro, filha e por teres-lhe dado a notícia.

-Se tens de agradecer a alguém, agradece sim ao Fábio, ele é 
que foi incansável!

-Há novidades que não me estejas a contar filha?

-Em breve saberás mãe! - Deu-lhe um beijo.

-O teu irmão sabe, não sabe? Ele está a fazer um esforço enorme para se conter!

-É a única pessoa que sabe, mas é segredo, não posso mesmo contar-te. O Fábio queria ver-te, pode entrar?

-Claro, vou ver se consigo com que ele me diga esse segredo! - Sorriram e Rita saiu do quarto, para dar a vez a Fábio.

Rita esperou alguns minutos, conversando com o pai.

-Fábio, que se passou?

-Eu disse à tua mãe Rita!

-Eu não acredito, nós combinamos que era segredo.

-Tu não estás grávida pois não Rita?

-Não pai, claro que não! - Corou. - Já que a minha mãe sabe, o meu pai também tem o direito de saber. Pai, eu e o Fábio estamos juntos.

-Só agora? Pensava que já namoravam há mais tempo!

-Foi só ontem à noite que houve um pedido oficial.

-Fico contente por vocês! - Sorriu. - Fábio, do que sei e convivi contigo, posso dizer que gosto de ti e vou ajudar-te e apoiar-vos em todas as alturas, mas se por acaso tu a fazes sofrer ou ela derramar uma única lágrima por ti, garanto-te que não vais gostar.

-Pai! - Reclamou Rita, enquanto Fábio mantinha-se calado, extremamente envergonhado. -Tu não o afugentes!

-Não vai conseguir, coisa boa! - Apertou-lhe a mão. - Agradeço as palavras senhor Luís, farei tudo para não magoar a nossa princesa. - Rita sorriu.

Rita voltou a entrar para o quarto e desejou as melhoras à sua mãe e despediu-se dela. A mãe respondeu que já sabia da notícia e era oficial ser sogra de Fábio, a rapariga acabou apenas por sorrir.

-Então, Pedrito, queres ir para onde?

-Quero ir para casa, quero ir dormir.

-Tens trabalhinhos de casa?

-Não, a minha professora perguntou o que se tinha passado para ter ido embora da escola ontem e eu expliquei e ela disse que não precisava de fazer os trabalhinhos de casa.

-Mas vais fazê-los na mesma, está bem Pedro?

-Mas a professora disse que não era preciso!

-Não quero que o mano sirva de desculpa para não fazeres os trabalhos.

-Rita, não exijas tanto do teu irmão. - Pediu Fábio enquanto conduzia. - Se a professora disse que não era necessário, então não faz.

-Os meninos de hoje em dia são muito maus e não quero que digam que o Pedro usou como desculpa o facto da morte do pequenito para não fazer os trabalhos.

-Mas mana...

-Pedro, é o melhor para ti. Assim não te atrasas na matéria em relação aos outros colegas.

-Está bem mana, eu vou fazer. - Acabou por aceitar a ordem naturalmente, lembrando-se da promessa que havia feito a Jesus.

-Fábio, podes-me ir ajudar a fazer os trabalhinhos de casa?

-Não queres a minha ajuda, meu bem?

-Podes ir descansar um bocadinho mana, o Fábio ajuda-me!

-Não te importas Fábio?

-Claro que não!

-Então vou estudar um bocadinho que é para ver se não perco matéria.

Fábio deu-lhe um beijo na testa e foi com o seu cunhado até ao quarto onde começou a ajudá-lo a fazer os trabalhos, enquanto isso Rita sentou-se na sua secretária rodeada de cadernos e de livros, com a intenção de estudar mas começou a sentir várias dores nos ovários e com o passar do tempo foram aumentando. Começou com suores frios e imensas dores a apoderarem-se dos ovários, sabia qual era a dor, quase todos os meses a tinha.

-Rita? - Entrou no quarto Fábio depois de ajudar Pedrito a fazer os seus trabalhos. -Rita! - Correu até ela e limpou os suores frios. 

-Que tens? Que se passou? Diz-me por favor!

-Leva-me... Leva-me à casa de banho.
Fábio obedeceu, pegou nela ao colo e levou até à casa de banho onde começou a vomitar.

-Pedro! - Gritou Fábio em pânico, nunca tinha visto a sua amada assim e apertava-lhe o coração vê-la naquele estado. - Pedro por favor ajuda-me! Rita diz-me o que posso fazer por ti!
Rita nada respondia, as dores eram intensas e não conseguia falar.

Pedro já conhecia aqueles sintomas, quase que havia lidado com eles durante a sua vida.

-Está uma caixa em cima da bancada da cozinha, desfaz o comprimido que a mana não consegue tomar inteiro, eu fico aqui com ela! - Ele limitou-se a obedecer e passado poucos segundos regressou com um copo com um comprimido desfeito e um bolo na mão, rapidamente deu à sua namorada que engoliu o comprimido com a água em segundos e deu uma dentada no bolo que trouxera. Fábio agarrou na rapariga e fê-la deitar-se na cama, deitou-se ao seu lado, formando uma concha e limpou-lhe o suor, cobriu o seu corpo com uma manta e beijou-lhe o braço, não tinha ainda forças para responder, mas Rita sorriu e virou-se de frente para ele e pousou a mão sobre o seu peito.

-As melhoras minha pequena! - Rita adormeceu a ouvir aquelas palavras, enquanto Pedro estava sentado ao lado da cama, fazendo pequenas festinhas na face da irmã.

Será que Rita vai melhorar?

Como iram combater esta questão? Como irá agradecer o carinho e apoio de Fábio?

5 comentários:

  1. Olá

    Adoreiiii *_* Espero que a Rita melhore :)


    Beijinhos


    Catarina

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  2. A.D.O.R.E.I!
    Estava à tanto tempo à espera desta coisa boa. Eles são tão queridos pá. E a Rita está a ficar meia safada ahah xD
    Venha o próximo, o mais rápido que conseguires :)))) beijinhos *

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  3. Bem, esta história é linda demais, por favor continua! E devo dizer que o lado atrevido da rita lhe fica muito bem!
    http://benfasorgulho.blogspot.pt/

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  4. Olá :)
    Gostei mtuiro e quero mais
    Espero que a Rita melhore e que não seja nada de grave :/
    bjs

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  5. Olá!
    Sabes que chego sempre com décadas de atraso mas que chego!
    O Fábio e a Rita têm dois lados: o fofo e o tarado. Eu prefiro o tarado, o fofo é muito mel para mim. Não sei se alguma vez te disse mas eu sou antiromance, não gosto muito de mel. Romance q.b. Sou esquisita, tal como no que toca a olhos!
    Mas gostei e fiquei intrigada com as dores da Rita. Não me digas que a coitada sofre destas dores todos os meses quando chega aquela semana crítica. Não pode ser!
    Fico à espera para saber mais sobre isto.

    Besito
    Ana Santos

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