Mais importante que o
valor da prenda, era o sentimento de quem a depositava e Pedro já demonstrara
que o que sentia era bastante forte e superava enormes barreiras. Estivera do
seu lado nos momentos bons e menos bons. E ela tinha como, de alguma forma, dado
a entender que o sentimento era recíproco... Embora não o fosse. Gostava de
Pedro, mas não o amava da mesma forma. Estava apaixonada sim, mas era por Fábio
que o seu coração batia fortemente. Era os lábios dele que ela queria que
tocassem nos seus, era o toque delicado mas masculino que queria sentir na sua
pele, era aquela voz de Fábio que queria ouvir sussurrar no seu ouvido que o
sentimento era recíproco. Queria olhar para os olhos do Fábio e sentir um
arrepio na sua pele. Queria sentir-se nas nuvens, como só ele a fazia sentir.
Mas não podia iludir Pedro, não queria fazê-lo crer que estava disposta a
apostar numa relação, quando o sentimento não era mútuo. Não o queria, nem iria
magoar, ele não o merecia. Sentou-se na cama a olhar para o ramo e levou as
mãos até à cabeça, completamente surpreendida e arrasada com a surpresa que o
amigo lhe dera e disse:
-Não
sei o que dizer... Não estava à espera. Obrigada! - Disse olhando para o
ramo de flores, e depois para Pedro.
-Não
tens de agradecer, sabes que este ramo de flores é uma parte muito pequenina do
que sinto por ti. -
Tocou-lhe na mão e fê-la levantar-se da cama, beijou-a na face e sorriu-lhe.
Rita abraçou-o e sussurrou:
-Obrigada,
obrigada, obrigada! -
Deu-lhe um beijo na bochecha esquerda e sorriu. Apertou-o fortemente e
sentia-se bem, mas não a fazia sentir-se tão bem como quando abraçava Fábio.
-Não
tens de quê Ritinha, sabes o quanto gosto de ti e isto é só um miminho!
-Tu não tinhas de o fazer.. Obrigada,
nunca me vou esquecer desta prenda! – Naquele instante olhou para Fábio que fugiu com o
olhar até á afilhada de ambos. E aquela atitude só demonstrava que estava
desiludido. Separou-se de Pedro que lhe disse:
-Tenho mais uma surpresa
para ti. –
Tirou uma pequena caixa das suas calças e entregou-lhe.
-Não achas que o ramo de
flores era mais do que suficiente? Eu já não sei como te agradecer..
-A melhor maneira de
agradeceres é usar esta prenda sempre que quiseres! – Rita abriu a prenda e viu.
Gostava
do relógio, da sua cor, tamanho e feitio, experimentou-o e ficou ainda mais
apaixonada, contrastava bastante bem com o seu pulso frágil e fino. A cor, era
a sua preferida e a mistura de tom com o verde, impensável na sua opinião,
contrastava bastante bem. Agradeceu-lhe, mais uma vez e deu-lhe dois beijos, e
por milésimos de segundo olhou para Fábio que virou o olhar, desiludido. Talvez
pensara que as surpresas de Pedro seriam melhores que as suas, mas estava
enganado. A melhor prenda que recebera naquele dia, tinha sido a oportunidade
de estar com Fábio.
-Mana, eu, o Rúben e a Di
também temos alguns miminhos para ti. – Interrompeu a conversa, claramente com a intenção
de cortar o mau ambiente que podia começar a existir.
-Sabes que não era preciso
mana! –
Ana tirou um envelope da mala que estava sobre a cama e deu-lhe. Enquanto Rita
olhava para o que estava escrito a irmã explicou-lhe.
-Claro que era preciso, não
é todos os dias que se faz dezoito anos!
-Claro que não, assim como
os dezassete, os dezanove, os vinte e por aí fora... A única diferença é que
agora já sou presa e posso tirar a carta de condução para conduzir um carro,
como não tenciono matar ninguém e não tenho dinheiro, nem vou tirar a carta de
condução, fica tudo igual.
-Se eu fosse a ti não falava
tão cedo... –
Respondeu a irmã. -Aí tens a tua licença
para tirares a carta para carros. – Pegou num embrulho que estava escondido
sobre a cama. –E esta é a prenda da tua
afilhada.
-Obrigada! Muito obrigada!– Deu um abraço á irmã e ao
cunhado que a mimaram, sabiam que ela merecia aquela prenda.
-Falta a prenda da tua
sobrinha e afilhada! É um pequeno miminho mas esperemos que gostes, foi ela que
escolheu! –
Rita abriu o saco e admirou a prenda que a pequena afilhada (com ajuda dos
pais) lhe tinha oferecido.
Não
conseguiu conter uma gargalhada assim que as calçou, e aquele era realmente o
seu sorriso de felicidade e de contentamento. Era um dos seus desenhos animados
preferidos e a sua forma divertia-a.
A
festa acabou por decorrer com bastante animação e conversa á mistura. Enquanto
Pedro fazia de tudo para comunicar com todos, inclusivé com Fábio, e
divertir-se e tornar o aniversário dela um dia inesquecível para ela, Fábio
estava diferente daquilo que todos conheciam. E isso preocupava Rita. Ele
evitava falar com Pedro e as palavras que trocava com os familiares da
aniversariante, eram apenas as suficientes, parecia que fazia o maior esforço
do mundo para ficar apenas concentrado na afilhada. Ela não entendia o porquê
daquelas atitudes dele, mas também não lhe queria perguntar. Sentia que a culpa
era sua e nada poderia fazer, talvez ele tivesse á espera de uma declaração de
amor da parte dela, como ele já havia feito. Mas ela simplesmente não era
capaz. Não conseguia admitir que gostava imenso dele e que queria poder
beijar-lhe e tocar-lhe como não fazia a mais ninguém, que queria dizer-lhe que
o adorava e que queria poder chamar-lhe “namorado” mas não conseguia...
Confiava nele, mas não o suficiente para terem uma relação. Apesar de ver nos
seus olhos que ele realmente gostava de si, tinha medo de começar uma relação e
que ele entendesse que conseguia uma rapariga melhor, e que terminasse tudo com
ela. E sabia que não tinha forças
naquele momento para esquecer e ultrapassar... Não tão pouco tempo depois do
fim da última relação que a magoara tanto. Tinha medo que ele realmente
gostasse de si, mas que não soubesse manter uma relação, e que acabasse nos
braços de outras raparigas, como o que lhe fizera Tiago. Tinha medo de tal como
na última relação, que acreditasse que tivesse ensinado um mulherengo o que era
um amor e uma relação estável e depois entendido tarde demais que era apenas e
só mais uma ilusão da sua cabeça e coração. Sabia que a relação amorosa que os
poderia unir, só iriam fortificar a amizade que existia entre ambos, mas não
era o suficiente para arriscar. Esta era a forma mais eficaz para proteger o
seu coração! Desta vez tinha pensado nela e da melhor forma para não sofrer com
um erro. Sabia muito bem porque se havia apaixonado por ele. Não era somente o
exterior e o seu porte físico, ela havia-se apaixonado pelo interior dele.
Porque ele sim, era um homem com H grande. Com um enorme coração e tanto para
dar, e ela tinha-se apaixonado por tudo aquilo que ele era... Só que não queria
dizer-lhe tudo o que pensava, porque sabia que ele iria tentar beijar-lhe e
conquistá-la e ela irremediavelmente iria cair nos braços dele. Por isso
decidiu não mais insistir naquele dia, mas não conseguia deixar de pensar na
forma como ele estava estranho. Será que se havia passado algo mais? Será que
estava tudo bem consigo?
A
festa terminou, até porque era um dia de semana e Rita estava bastante cansada
e cada um foi para sua casa. Fábio despediu-se de todos e foi até sua casa,
assim como Pedro, a irmã e a sua família. E cada um foi descansar, e assim que
Rita pousou a cabeça na almofada adormeceu, mas não fora uma noite fácil.
Acordou por volta das 3h da manhã onde havia tido um sonho no mínimo estranho.
“-Rita. – Ela olhou para a rua procurando de quem poderia ser aquela
voz. Aquela voz estava próxima mas não sabia de quem era. Raphael Guzzo
aproximou-se de si e falou. –Sei que
muito provavelmente não me conheces, mas eu apresento-me, Raphael Guzzo. –Cumprimentou-a
com dois beijos, ela sorriu e embora o soubesse não o iria dizer. –Desculpa se vim estragar os teus planos
mas preciso de falar contigo, senão te importares.
-Claro que
não. Mas como é que me conheces?
-Vivo com o
Pedro. Era impossível não ter ouvido falar de ti.
-Ah.. Está
bem. – Disse claramente
constrangida.
-Sei que
não somos propriamente amigos e me deves estar a achar maluquinho no mínimo,
mas não te assustes porque não te venho fazer mal nenhum, aliás até te quero
ajudar a encontrar a felicidade.
-O que
queres dizer com isso? E melhor como achas que me vais ajudar?
-O Pedro
ama-te Rita. Ele quer-te de uma forma surreal, mas não me interpretes mal,
atenção! O Pedro vê em ti tudo aquilo que quer para a vida dele, é em ti que
ele vê a namorada, a futura mulher e mãe dos filhos, dos vossos filhos como ele
diz. É em ti que ele vê a “tal”. E quando fala de ti, não sei, os olhos brilham
de uma forma tão especial, com um sorriso que nunca ninguém o fez assim. Não
sei o que lhe fizeste mas apanhaste-o forte e feio e como tal, queria apenas
pedir-te que mesmo que não sintas o mesmo, não o magoes, nem iludas ou
desiludas, ele não o merece e iria cair bem fundo.
-E se eu
não o amar dessa forma... Especial como ele me ama?
-Lamento
informar-te mas não sou nenhum expert em relações amorosas. Mas de certeza que
tens outras pessoas com quem contar.
-Infelizmente
os meus dois únicos amigos são eles. E como imaginas não irei falar com o Pedro
sobre o Fábio, nem vice-versa. –
Caminharam durante alguns metros e sentaram-se num pequeno banco de madeira. –Mas tu não tens de ouvir os meus
problemas, desculpa incomodar-te.
-Fui eu que
vim ter contigo para falarmos, posso não entender muito bem o que é isso de
amar, mas posso tentar ajudar-te. E não incomodas nada acredita no que te digo!
-Promete-me
que tudo o que vou dizer não contas nem ao Pedro nem ao Fábio.
-Claro que
não. Mas calma... Eu conheço o Fábio?
-Sim. Não
sei se são amigos mas conheces. É o Fábio Cardoso.
-Ui...
Alguém já te disse que tens uma queda por jogadores de futebol?
-Por acaso
já tinha reparado. Até porque o meu ex também era amigo do Fábio.
-Então
também gostas de te meter em confusões deixa que te diga!
-Não é nada
disso! – Sorriu. –Simplesmente aconteceu, não escolhi nada!
Tanto é que se escolhesse, não estava no meio desta confusão! O Fábio de um
lado e o Pedro de outro!
-Mas tu
gostas do Pedro? Ou do Fábio?
-Sinceramente...
Não sei. – Disse calmamente mas com
receio. –Gosto de sentir as borboletas
no estômago quando estou com o Fábio, quando ele me toca, quando me beija, bem
nem sei explicar, sinto que vou ao céu. Mas não tenho confiança nele para
começar uma relação, tenho medo que me deixe para ir ter com outra entendes? –
Ele acenou positivamente com a cabeça. –E
com o Pedro... Gosto imenso de estar ao pé dele, faz-me sentir bem e sorrir
naturalmente, mas não gosto dele da mesma forma forte como ele me ama. E sei
que ele me faria tudo para me ver bem, assim como fez como quando tivemos
juntos naquela curte, mas os ciúmes falaram mais alto.
-Acho que
as tuas palavras foram bastante claras... A maneira como tu falas de um e do
outro muda. Não te sei explicar, mas muda. Do Pedro tu falaste a sorrir, mas do
Fábio tu falaste com os olhos a brilhar. Tens medo de magoar o Pedro, e tens
medo de ser magoada pelo Fábio.
-Sim, é
isso!
-E
sinceramente, imagina que estavas num precipício...
-Ai credo
Raphael que drama!
-É só um
exemplo que talvez te ajude!
-Desculpa.
Continua.
-Imagina
que estavas num precipício e só podias escolher um para ficar contigo para o
resto da tua vida, quem escolherias? – Ela
pensou e repensou, e chegou a uma conclusão.”
Rita
acordou do seu sonho com claras certezas do que sentia. Mas tinha de falar com
a pessoa que lhe roubara mais que um beijo, tinha de lhe dizer que apesar das
prendas que Pedro lhe dera, era com ele que ela se sentia realmente feliz. Saiu
da cama e pegou nas chaves e saiu, mesmo com o pijama curto de Verão que tinha
vestido. Fechou a porta tentando fazer o mínimo de barulho possível e foi até á
porta da frente, bateu com a mão contra a porta e esperou algum tempo, como não
obteve resposta tocou á campainha durante algum tempo. Esperou e Fábio
abriu-lhe a porta de casa, em boxers. Rita abraçou-o e ele embora tenha ficado
surpreso durante uns segundos, acabou por pousar a mão sobre o fundo das costas
dela e retribuir o abraço.
-Rita. – Disse surpreendido
enquanto a vi-a e ela o abraçava. –Que
estás aqui a fazer? Está tudo bem?
-Por favor não me deixes!
Nunca! –
Apertou-o com força, e ele retribuiu apertando-a nos seus braços.
-Como poderia abandonar
alguém que amo? – Beijou-lhe a testa e de seguida ela ergueu a cabeça e olhou para ele
que pousou o dedo indicador sobre os seus lábios e fê-los deslizar até ao
queixo. Como que os desejando. Ela olhou para os olhos dele e aproximou os
lábios e tocaram-se por impulso dos dois. As mãos dela deslizaram até ao
pescoço dele e ele pegou nela ao colo, fechou a porta com o pé e levou-a até á
sala, enquanto se beijavam. Beijos doces e de amor, mas apesar de tudo curtos.
Pousou-a no sofá, deitada e ela empurrou-o para cima dele, sem nunca se
separem. E aquela sucessão de beijos, outrora amorosos acabaram por se tornar
em beijos carregados de desejo. Fábio começou a explorar o pescoço de Rita com
beijos e bem perto do peito deixou uma marca bastante característica conhecida
como um “chupão”, que ela não podia negar para fazia-a sentir-se bem, fazia-se
sentir desejada. Sabia que mais tarde teria de justificar aos pais mas de
momento não a preocupara. Beijou-a perto do colar que lhe havia dado e que
estava preso ao seu pescoço e regressou novamente aos lábios, onde ela o beijou
de forma audaz. As mãos que até há pouco tempo se encontravam pousadas, já
estavam com as unhas cravadas sobre as costas dele. As mãos de Fábio já estavam
no interior da camisola de Rita explorando o seu abdómen e as suas ancas,
aproximava já as mãos do soutien para no final tirar a camisola, mas ela
impediu-o. Parou os beijos.
-Pára Fábio! – Pediu puxando a camisola
para baixo, tapando-lhe o ventre, e sentando-se no sofá.
-Desculpa Rita. – Levantando-se do sofá e
indo em destino incerto.
-Onde vais? Também não
precisas de ir embora!
-Vou vestir algo para te
deixar mais confortável!
Volvido
alguns minutos Fábio voltou com uma camisola de manga á cava vestida e Rita só
pensava que apesar da camisola já lhe tapar o tão desejado peito, ainda não
cobrira o suficiente, o desejo continuava presente. Mas trazia uma camisola na
mão e uns calções.
-Tentei trazer a roupa mais
pequena que trouxe mas é capaz de te estar grande. – Pousou a roupa sobre o
sofá e deixou um enorme espaço entre si e a amiga. Rita vestiu a camisola e os
calções e confirmava-se. A roupa estaria, no mínimo, grande.
-Desculpa. Não tinha
intenção forçar-te a nada.
-Não forçaste, descansa!
-Mas estás arrependida?
-Fábio, o que lá vai, lá
vai.
-Sim, mas podemos falar do
que ia acontecendo. Não te quero deixar desconfortável.
-Vais-me deixar
desconfortável por falarmos sobre o que se ia passando!
-Rita... Posso fazer-te uma
pergunta?
-Sim, faz.
-Tu és virgem?
-Não significa que só porque
não quero fazer sexo, que seja virgem! – Defendeu-se. –Não
temos nada juntos, porque nos iríamos envolver a este nível? Nem sabes o que
sinto por ti.
-Tu podias facilitar-me a
vida e dizer-me.
-Como é que é suposto
dizer-te o que sinto quando nem eu sei? – Mentiu.
-Como não sabes o que
sentes? –
Pousou a cabeça sobre a perna dele e começou a olhar para a televisão que reflectia os dois juntos.
-Simplesmente não sei. Sei
que gosto de estar contigo, que gosto de beijar-te, que me fazes feliz e quando
sorris alguma coisa mexe comigo, mas não sei o que é! – Sabia bem o que sentia por
ele mas não o iria dizer e por isso mentiu.
-Isso é amor! – Respondeu Fábio com os
olhos a brilhar fazendo-lhe festas na face.
-Não, não é. Se fosse eu
sabia. –
Mentiu mais uma vez, e apesar de demonstrar uma enorme força nas palavras que
dizia, por dentro sentia-se fraquejar.
-Também não foi fácil para
mim aceitar que estou apaixonado mas como conseguia negar um sentimento que já
sabia que era verdade?
-Mas tu sabes que gostas de
mim. Eu não sei se gosto de ti. Tu ainda há pouco demonstraste que gostas de
mim, era impossível esconderes os ciúmes do Pedro!
-Sim, é verdade. E não vás
mais longe, os teus pais sabem o que sinto por ti... Eu disse-lhes!
-O QUÊ?! – Perguntou aumentado um decibéis acima do normal.
-Eu prometi aos teus pais
que ia cuidar de ti enquanto amigo e agora tive que lhes dizer que a minha
intenção já não é essa. Quero tomar conta de ti sim, mas enquanto namorada.
-Porque fizeste isso? Que é
que te deu? O que é que bebeste? Deves ter-te passado da marmita só pode! – Ele aproximou-se dela e
respondeu-lhe.
-Porque te amo, e não me
importo de esperar por ti, até tu saberes o que sentes.
-Preciso de descansar. – Respondeu mudando
rapidamente o tema da conversa.
-É o melhor. E mais uma vez
desculpa.
-Fábio... – Hesitou. –Podes vir comigo?
-Sim... Queres que vá
contigo?
-Sim! Podes vir comigo?
-Sim, claro. – Foi buscar as chaves de
casa e seguiu Rita. Fecharam a porta de casa de Fábio e foram até casa dela,
encostaram a porta do quarto dela e ela pediu para ele se deitar sobre a cama,
ele obedeceu e pousou a cabeça sobre o peito dele. Que começou a distribuir carícias
nas bochechas e a mexer no cabelo dela.
-Desculpa Fábio. Sei que
merecias mais, mas tenho medo de me magoar.
-O Tiago magou-te muito, eu
sei. E o Pedro desiludiu-te. Tu simplesmente tens medo que eu também te magoe.
Mas eu não o farei, eu vou esperar por ti.
-Obrigada! – Ele continuou a mexer-lhe
no cabelo e ela acabou por adormecer pouco depois. Rapidamente Fábio entendeu
por causa do ar pesado em que ela se havia afundado.
-Amo-te Ritinha. – Disse dando-lhe um beijo
sobre a testa. –Sim, sei que tens medo
que te magoe como o Tiago te magoou, ou que te desiluda como o Pedro fez, mas
eu farei de tudo para te fazer a mulher mais feliz deste planeta e deste
universo. E nunca te irei abandonar, porque te amo e vou fazer de tudo para te
compensar tudo o que me ensinaste e por tudo o que fizeste por mim. E porque
não me imagino mais sem ti. Porque é só a ti que amo. – Deu-lhe um pequeno
beijo nos lábios e aconchegou-se ao corpo dela e adormeceu enquanto lhe fazia
pequenas festas na bochecha.
“Ay
payita mía, guárdate la poesía
Guárdate la alegría pa'ti
Guárdate la alegría pa'ti
No pido
que todos los días sean de sol
No pido que todos los viernes sean de fiesta
Tampoco te pido que vuelvas rogando perdón
Si lloras con los ojos secos y hablando de ella”
No pido que todos los viernes sean de fiesta
Tampoco te pido que vuelvas rogando perdón
Si lloras con los ojos secos y hablando de ella”
Tocou o telemóvel de Rita, acordando-os.
-Fábio
acorda. – Pediu Rita abanando Fábio tentado despertá-lo. –Adormecemos!
-E agora
o que fazemos?
-Rita
acorda. Já está na hora! – Ouviram uma
voz anunciar do corredor e caminhando em direção ao quarto dela.
-E agora?
– Perguntaram em simultâneo olhando um para o
outro.
Será que o
senhor Luís os vai apanhar?
Ou será que
Fábio vai conseguir esconder-se a tempo? Será que Rita vai compreender o que
sente?